quarta-feira, dezembro 02, 2020

Mato Grosso do Sul


 Fenômeno maravilhoso que acontece no Mato Grosso do Sul. A água do rio Olho D'Água sobe muito acima do normal inundando a trilha por onde passam turistas fazendo com que o parque fique submerso por águas cristalinas. Acontece a cada 7 anos. Há coisas lindas no Brasil não divulgadas.

quarta-feira, novembro 11, 2020

Timor-Leste --- Segredos


Santa Cruz foi há 24 anos. Há uns nomes mais conhecidos que outros. Hoje a Agência Lusa conta duas histórias de dois dos nomes menos conhecidos.

O primeiro é Saskia Kouwenberg.
Timor-Leste: Imagens do massacre de Santa Cruz sairam escondidas dentro de roupa interior
*** Por António Sampaio, da agência Lusa ***
Díli, 11 nov (Lusa) - Dois dias depois do massacre de Santa Cruz, a 14 de novembro de 1991, Saskia Kouwenberg coseu duas cuecas uma à outra, arranhou o interior do nariz até chorar e deixou cair sangue no tecido, que escondia um documento vital.
A ‘bolsa’ improvisada pela holandesa, manchada de sangue, tinha no seu interior a cassete com as imagens do massacre no cemitério de Santa Cruz, recolhidas pelo jornalista inglês Max Stahl e que, para muitos marcaram um momento de viragem na questão de Timor-Leste.
Foi uma medida preventiva. Saskia Kouwenberg, que aceitou pela primeira vez contar a história, explicou à Lusa que o conteúdo da cassete que transportou de Díli tinha que chegar às televisões de todo o mundo.
Pensando que a sua bagagem poderia ser revistada - e contando com os eventuais preconceitos muçulmanos caso isso acontecesse -, Kouwenberg, que conversou com a Lusa pela rede social Skype, a partir de Amesterdão, queria garantir que as imagens não seriam descobertas.
“Pedi a um jornalista que me arranjasse agulha e linha. Eu uso sempre cuecas enormes. Confortáveis mas enormes. Arranhei tanto o nariz que até chorei. E enchi as cuecas de sangue, e depois cozi duas e meti a cassete lá dentro e fui para o aeroporto”, recordou.
Envolvida no movimento pacifista da década de 1980 teve o primeiro contacto com os timorenses em Darwin, norte da Austrália, para onde se mudou com o marido no início dos anos 1990.
A proposta visita de uma delegação parlamentar portuguesa a Díli, em outubro de 1991 fez aumentar o interesse à volta da situação em Timor. Como a visita coincidia com uma viagem que Saskia e o seu marido na altura, Russell, deveriam fazer à Europa, decidiram incluir uma passagem por Díli.
“Na altura disseram que ia ser muito difícil entrar, que não íamos conseguir. Mas conseguimos entrar. Só que a visita da delegação acabou por ser cancelada e tudo entrou em colapso”, recorda.
O Governo indonésio rejeitou a inclusão na delegação - de que fariam parte 12 jornalistas - da jornalista australiana Jill Jolliffe, considerada próxima da resistência, e Portugal recusou manter a visita se esta fosse excluída.
“Isso gerou pânico em Timor. Muitas pessoas e muitos jovens tinham-se preparado para visita e queriam, a todo o custo, falar com eles”, recorda Saskia, uma dos sete ou oito estrangeiros que estavam em Díli na altura.
A tensão aumentou e a 28 de outubro tropas indonésias e elementos pró-integracionistas atacaram um grupo de jovens que estava na Igreja de Motael a preparar manifestações para receber a delegação parlamentar, de que resultou a morte do jovem pró-independentista Sebastião Gomes e do pró-integracionista Afonso Henriques.
A 12 de novembro realiza-se uma missa e cerimónia em homenagem de Sebastião Gomes e milhares de pessoas dirigem-se de Motael até ao cemitério de Santa Cruz.
Durante o percurso alguns abriram cartazes e faixas de protesto. As forças indonésias respondem com extrema violência, matando mais de 250 pessoas.
Um ativista neozelandês, Kamal Bamadhaj, foi morto, dois jornalistas foram espancados, os americanos Amy Goodman e Allan Nairn, e as imagens foram registadas pelo jornalista inglês Max Stahl.
Nesse dia Saskia estava como uma grande dor nas costas, que praticamente não a deixava movimentar-se. Gravou algumas imagens, ainda na igreja, e regressou ao Hotel Díli, onde estava hospedada.
“Quando saí de novo vi que a cidade estava praticamente deserta e comecei a perguntar o que tinha acontecido. Estavam pessoas escondidas em vários locais que disseram que tinha acontecido algo muito mau”, contou.
“Nessa noite falei com o Max que disse que tinha escondido o filme no cemitério. Ele foi lá busca-lo e, depois a questão era quem tirava o filme de Timor. Eu ofereci-me porque não tinha sido vista em Santa Cruz”, explica.
Primeiro tentou com o Relator Especial da ONU para Direitos Humanos e Tortura, Pieter Kooijmans, que estava em Díli a quem pediu se podia levar a cassete.
“Ele disse que não. Estava borrado de medo. Falei também com a Embaixada holandesa. Ninguém acreditava que isto tinha acontecido”, disse.
Retirar a cassete com as imagens de Timor-Leste, recorda, foi uma espécie de “filme B” que começa no aeroporto onde chega, no dia seguinte, com o seu marido e o americano Steve Cox, e é informada de que o voo estava cheio.
“Eu corri para o avião a dizer que tinha que sair. Os militares tentaram tirar-me das escadas. Estava aos gritos. E enquanto isto estava a decorrer o Kooijmans passou por mim e fez que não me conhecia”, disse.
“Depois de muitos gritos e discussão deixaram-me entrar com o Steve Cox e o Russell. E quando chegámos vimos que havia mais lugares vazios. Foi uma situação muito tensa”, disse.
Os seus companheiros de viagem saíram em Kupang, Timor indonésio, e Saskia continuou até Bali onde se misturou com turistas enquanto esperava ligação para Jakarta.
Ali, depois de uma conversa de uma hora entre o embaixador e as autoridades indonésias, acabou por passar pela zona VIP, sendo levada para um quarto na missão diplomática de onde não pode sair.
“Eles insistiam que eu entregasse tudo o que tinha comigo. Diziam-me que eu não ia conseguir sair com o filme. Pensei e dei-lhes um pacote que disse que só podiam entregar ao charge d’affairs - que eu sabia que estava fora. Eles pensaram que era a cassete mas era só uma cópia do livro Exodus”, conta, sorrindo.
Coze as cuecas e prepara-se para nova viagem para o aeroporto antes do voo para Amesterdão. Apesar do medo e de mais negociações com as autoridades indonésias é levada de carro à porta do avião e embarca, sem que a sua mala seja sequer revistada.
“Passam quatro dias entre sair de Díli e estar em segurança. Na Holanda tive que dar o filme aos donos que tinha contratado Max Stahl. Eu queria que o filme fosse transmitido nessa mesma noite porque ainda havia a controvérsia porque a Indonésia negava que tinha havido um massacre em Timor”, disse.
“Eles insistiam que as imagens eram para usar num documentário. E eu recusei-me a entregar a cassete. Pedi primeiro à televisão holandesa que fizesse uma cópia. E essas foram as imagens transmitidas na noite de sábado 16, cinco dias depois do massacre”, recorda.
Um momento crucial para Timor-Leste, quer pelo reconhecimento internacional que o problema assumiu mas, destaca, pelo impacto que as imagens tiveram em Portugal.
“Até Santa Cruz havia tanta negação na comunidade internacional sobre o que estava a acontecer. E aqui tínhamos um exemplo em que os indonésios diziam que nada tinha acontecido, e as imagens mostraram o contrário, que algo grande tinha ocorrido”, disse.
“Essas imagens fizeram uma grande diferença especialmente em Portugal. Porque as pessoas na capela e no cemitério estavam a rezar em português. E em poucos dias todas as casas em Portugal acenderiam velas por timor, comprometendo-se a não abandonar Timor de novo”, afirmou.
ASP // EL
Lusa/Fim

quinta-feira, novembro 05, 2020

Convenção de Evoramonte

Evoramonte é uma pequena localidade pertencente ao Concelho de Estremoz. Situa-se entre esta e a cidade de Évora e equidistante da também famosa Arraiolos.


No dia 26 de Maio de 1834 ,viria a ser precisamente em Evoramonte, na casa de Joaquim António Saramago (onde ainda hoje se encontra uma lápide comemorativa do evento), que se assinou o acordo que pôs fim às guerras entre liberais e tradicionalistas (chamados absolutistas ou miguelistas pelos liberais), em Portugal. Para esse efeito, reuniram-se os generais Azevedo e Lemos, comandante-em-chefe do exército tradicionalista, com os generais João Carlos de Saldanha Oliveira e Daun, Conde (futuro Marquês) de Saldanha, e António José Severim de Noronha, Conde de Vila Flor (futuro Duque da Terceira), comandantes das forças de D. Pedro IV (I do Brasil), na presença de um legado do britânico, John Grant, a fim de se discutirem as condições definitivas para a paz em Portugal. 

Arraiolos

 Arraiolos define un dos mais famosos tapetes do Mundo. E, lògicamente, a tecelagem manual se faz na pequena cidade do mesmo nome. Arraiolos fica entre a minha cidade natal (Estremoz) e a minha adotada (Évora), ambas no Alentejo.

A foto mostra uma calçada portuguesa, com pedras de basalto de várias cores, representando um dos citados tapetes, no centro de Arraiolos. O meu Alentejo é maravilhoso!

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La Paloma

terça-feira, novembro 03, 2020

Astroturismo

 


Céu Alentejo duplamente premiado nos     “Óscares do Turismo”

 

O céu alentejano voltou a ser galardoado com mais dois importantes prémios internacionais, premiando assim uma das vertentes do turismo alentejano que tem vindo a ganhar mais importante ao longo dos últimos anos, o astroturismo.

Dark Sky® Alqueva acaba de ser distinguido internacionalmente como Europe’s Responsible Tourism Award 2020 e Europe’s Leading Tourism Project 2020, nos World Travel Awards, anunciado hoje, dia 2 de Novembro de 2020.

O Dark Sky® Alqueva é assim duplamente distinguido nos “Óscares do Turismo”, depois de no ano passado, ter passado a fazer parte do destinos premiados pelos World Travel Awards com a atribuição do Europe’s Responsible Tourism Award 2019.

Recordamos que o Dark Sky® Alqueva é o primeiro destino de astroturismo português cuja criação remonta a 2007. Tendo por base o conhecimento adquirido que permitiu acreditar e apostar no astroturismo como uma importante tendência futura da procura turística, avançou-se em 2007 para o desenvolvimento de um destino sustentável em que o recurso céu noturno fosse o pilar da base de trabalho. Aliado ao desenvolvimento turístico sustentável, a nossa missão reside ainda em proteger o céu nocturno e com isso trabalhar com o objectivo de atingir valores próximo de zero, no que diz respeito à poluição luminosa.

Em 2011, o Dark Sky® Alqueva tornou-se o primeiro Starlight Tourism Destination do mundo e em 2018 o primeiro transfronteiriço. Começou com seis concelhos Portugueses, aos quais se associaram Mértola, Évora, Serpa e Redondo e hoje abrange uma área, entre Portugal e Espanha, de 9.700,00 km2 em torno do Lago Alqueva.

Desde o final do ano passado que o Dark Sky® Alqueva tem vindo a introduzir melhorias, a diversificar a oferta de actividades e a aumentar a rede de parceiros locais, os quais estarão brevemente visíveis no nosso website. Mas o conceito Dark Sky® também tem crescido a nível nacional fruto de parcerias regionais, originado assim o nascimento do Dark Sky Aldeias do Xisto em parceria com a ADXTUR, e o Dark Sky Vale do Tua em parceira com a ADRVT, formando assim a Rede Dark Sky® PORTUGAL com três destinos já certificados pela Fundação Starlight representando uma área de 12.947,38 km2 e posicionando o nosso país como aposta de um destino internacional líder no Astroturismo.

 

https://odigital.pt/

segunda-feira, outubro 26, 2020

Nitazoxanida

1964 - 2020












 

Obrigatoriedade


 

Brasil e Timor

Brasil disponível para apoio a Timor-Leste no setor agrícola, especialmente agropecuária
Díli, 26 out 2020 (Lusa) – O Brasil está disponível para cooperar com Timor-Leste no setor agrícola, com destaque para a agropecuária, mas também para o desenvolvimento de cadeias produtivas de frutas tropicais, disse à Lusa o embaixador brasileiro.
Aldemo Garcia disse que tanto a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) se mostrarem disponíveis para cooperar com o Governo timorense.
Segundo explicou, o ministro da Agricultura e Pescas timorense, Pedro dos Reis, manifestou recentemente vontade de reativar a cooperação técnica agrícola brasileira.
“O Ministro identificou como área fundamental de possível cooperação, num primeiro momento, o reforço do programa de produção de animais neste país, em parceria com o Centro de Produção Animal localizado em Dotik, no município de Manufahi”, explicou.
“Além disso, o ministro tem interesse de, futuramente, cooperar na pesquisa e desenvolvimento de cadeias produtivas de frutas tropicais como o caju e a mandioca, em processos biológicos no solo (por exemplo a fixação biológica de nitrogénio), na agroecologia e na aquicultura”, disse.
O diplomata, que está prestes a terminar a sua missão em Timor-Leste, saúda o potencial de cooperação nesta área de “grande relevância” para o país.
Garcia recordou que o Brasil era, nos anos 70 do século passado, um grande importador de alimentos – como ocorre atualmente com Timor-Leste, mas que o país foi alvo de uma “verdadeira revolução nos campos brasileiros, transformando-se num dos maiores exportadores mundiais de produtos agrícolas”.
Agora, disse, o Brasil pode ajudar Timor-Leste a responder ao grande desafio de “tornar a agricultura timorense autossuficiente e sustentável”. Ainda que a maior parte da população timorense trabalhe no setor agrícola, a quase totalidade são agricultores de subsistência, com a capacidade produtiva do país a ser ainda insuficiente, o que obriga à importação de produtos alimentares de vários tipos.
A fraca produção agrícola é um dos problemas que contribui para os ainda elevados índices de subnutrição no país.
Desde a restauração da independência, explicou Garcia, o Brasil desenvolveu já mais de uma centena de projetos em várias áreas.
Um programa de cooperação técnica no setor do café, entre 2003 e 2006, foi, porém, o único que atuou no setor agrícola.
ASP//MIM
Lusa/Fim

 

Desconhecido Alentejo


 

El Alentejo, ese gran desconocido

De los icónicos acantilados de su litoral a la planicie infinita del sur o a las altas tierras de Portoalegre. La región del Alentejo es tan variada como fascinante. No podían, por tanto, serlo menos sus vinos. Unos vinos que dejan atrás estigmas de antaño para ofrecerse al mundo renovados en su concepto y revestidos de modernidad. Va siendo hora de descubrirlos

Escribe José Saramago en Levantado del suelo, el libro que dedicó a las tierras y a las gentes del Alentejo, que «lo que más hay en la tierra es paisaje». Por mucho que falte del resto, añade el escritor luso, «paisaje ha sobrado siempre». Y en poco sitios el paisaje determina la vida, la historia, la cultura y la economía de sus moradores como en esta región del sur de Portugal.


Dejándonos guiar de nuevo por Saramago, el Alentejo «es una tierra grande, si comparamos, primero corcovada, algo de agua de ribera, que la del cielo tanto puede faltar como sobrar, y hacia el sur se desmaya en tierra plana, lisa como la palma de una mano, aunque muchas de estas, por designio de la vida, tienden a cerrarse con el tiempo, hechas al mango de la azada y de la hoz o de la guadaña».

Tales condiciones, unidas a un clima en el que «hay días tan duros como su frío y otros en que no se sabe de aire para tanto calor», han propiciado que el viñedo, junto el olivo, el cereal y el alcornoque, sean los cultivos que tradicionalmente se han adueñado de estas tierras.

 En el caso del vino, evidencias arqueológicas constatan la presencia ininterrumpida de la cultura del vino y la vid en el tranquilo paisaje alentejano desde la época de los tartesos. Después llegarían los fenicios, los griegos y finalmente los romanos, definitivos impulsores de la viticultura y a quienes la región debe uno de sus símbolos, las talhas, enormes vasijas de arcilla, utilizadas tanto para la fermentación como para el almacenamiento, que pueden albergan 2.000 litros de vino. Pero centrémonos en la edad contemporánea, también llena de sobresaltos y convulsiones para el desarrollo de la cultura y el negocio vitivinícola. El Alentejo, tierra de enormes latifundios, fue en el siglo XX el principal productor de vino de Portugal. Si bien sus grandes cooperativas nunca se preocuparon en exceso de procurar la excelencia. Tras la Revolución de los Claveles (1974) muchos de esos latifundios fueron expropiados y enormes viñedos quedaron en situación de abandono. Hasta que la bonanza de los 90 provocó que exitosos empresarios lisboetas fijaran de nuevo su mirada en la industria del vino alentejano. Y con ellos llegaron también otros más jóvenes que impulsaron nuevos proyectos y bodegas que rompían con la imagen y el estigma de los vinos de la región.   Así, hoy en el Alentejo, conviven bodegas tradicionales de corte familiar con otras rotundamente innovadoras que reproducen con notable éxito y reconocimiento los nuevos modelos de viticultura y de acceso al mercado del vino.


Así lo reconoce Tiago Caravana, director de marketing de la Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA). «En estos momentos el Alentejo es una región super dinámica en la que se trabaja desde varios frentes». Subraya Tiago Caravana el hecho de que los productores estén «investigando y haciendo un extraordinario trabajo con nuevas variedades de uva». 

Una de las consecuencias de esa renovación es el muy perceptible cambio en el perfil de los vinos de la región. Los alentejos ya no son solo aquellos tintos áridos y poderosos de tremenda carga alcohólica, muchas veces por encima de los 15 grados. «Cada vez tenemos vinos más elegantes y más frescos», señala el técnico del CVRA.

Prueba de la aceptación de los actuales vinos alentejanos son los muchos reconocimientos que les están llegando. Nacionales e internacionales. En la edición del 2019 del concurso de vino de Portugal, un vino alentejano, el Grande Rojo, se llevó el premio al mejor tinto varietal. Los vinos de la región fueron además merecedores de 8 grandes medallas y 19 medallas de oro.


Pero no solo son los vinos quienes reciben reconocimientos. Desde el 2014 el Alentejo ha recibido nueve distinciones sucesivas como destino enoturístico. La última en noviembre del año pasado cuando la revista Condé Nast Traveler incluyó al Alentejo como una de las seis mejores regiones vinícolas del mundo para visitar en 2020.

Otro de los factores que ha propiciado este nuevo estatus de los vinos del Alentejo ha sido el cambio de mentalidad de muchas bodegas, que han dejado de primar la cantidad en favor de la calidad. Aún así los vinos alentejanos siguen siendo los líderes del mercado en Portugal con aproximadamente un 40% de las ventas totales.

También se sigue incrementando la superficie cultivada. Si en 1995 era de 13.500 hectáreas, en el 2005 alcanzaba ya las 21.000 y ahora supera las 25.000. Aun así, lejos de las 100.000 hectáreas de viñedo de las que se tiene registro que existían en el siglo XVIII.


«Se vende poco vino del Alentejo en España, igual que se vende poco vino español en Portugal»

«El reto de los vinos de la región está ahora en la exportación», explica Tiago Caravana. En estos momentos, sus principales mercados exteriores son Brasil, Suiza y Estados Unidos. ¿Y España? ¿Por qué los vinos del Alentejo siguen siendo tan desconocidos en nuestro país?, le pregunto al director de marketing de la CVRA. «Como todos los países productores, España tiene una cultura vinícola muy apegada a sus propios vinos. No vendemos mucho en España como los españoles no venden mucho aquí», apunta.


 Renovación INTERIOR Y EXTERIOR

Además de renovarse en su esencia, los vinos del Alentejo también han sufrido en los últimos años una profunda renovación en el exterior. El diseño gráfico y el packaging han acabado con la tradicional estética que acompañaba a estos vinos. Incluso en su denominación. Los clásicos «Herdade de...» y «Quinta de...», están dejando paso a los Aventura o Sen Vergonha, de Susana Esteban. Los Blog o .Com, de Tiago Cavaço. O a los A touriga vai nua o Sexy Sparkling, de Fitapreta.

El círculo de la renovación se completa con la innovación arquitectónica. El Alentejo cuenta con algunas de las bodegas más asombrosas y de diseño más avanzado de toda Europa. Como Herdade do Freixo, cuyo interior recuerda al Guggenheim neoyorquino, la media luna que emerge sobre los viñedos de Tiago Cavaço o Quinta do Quetzal, que integra un centro de arte contemporáneo.

Hay algo profundamente refrescante y liberador en el paisaje del Alentejo. El espacio infinito, la inmensidad de las llanuras onduladas, el cielo azul, amplio e inmaculado, el horizonte infinito... Y la gente. Gente sosegada y orgullosa de su tierra. El paisaje discurre suavemente entre los viñedos y los campos de cereales, alcornoques y olivos, pintado a veces de un verde intenso, a veces de color pajizo, a veces de ocre. Salpicado aquí y allá por el inmaculado blanco de sus pueblos elevados sobre la línea del horizonte. «Un hombre puede andar por aquí la vida entera y no hallarse nunca, si nació perdido», concluye Saramago. Quizá perderse en el Alentejo no sea tan mal destino.

Susana Esteban (enóloga): «Del Alentejo me fascina que puedes hacer lo que te dé la gana» 

CARLOS CRESPO

La mejor enóloga de Portugal es gallega. Así le fue reconocido con el premio que lo acredita. Desde el 2009 produce vinos de factura exquisitamente personal en las tierras altas alentejanas

Nació en Tui, estudió Químicas en Santiago y cursó un máster en Enología en La Rioja. Hizo prácticas en el Douro y en el 99 se instaló allí, para trabajar, primero, en la emblemática Quinta do Couto y, después, en la pionera Quinta do Crasto. En el 2009 dio el salto al Alentejo. «Fue, no te digo empezar de cero pero casi. La mentalidad era completamente diferente», recuerda ahora. Comenzó a trabajar como consultora para cinco bodegas. «Pero enseguida quise poner en marcha mi proyecto personal. Quería hacer algo con más alma». Se pasó dos años buscando parcelas con viñas viejas, con varios tipos de variedades autóctonas y ubicadas en zonas altas, que le proporcionaran frescura. Las encontró en el 2011 en la Sierra de San Mamede, en Portalegre. Fruto de aquella parcela fue el Procura 2011, su primer vino. «Me entusiasmé y ahora tengo 12 porque no mezclo uvas de parcelas distintas. La mezcla de variedades que existe en cada una es la que le da personalidad a mis vinos. Por eso tengo tantas referencias».

 

terça-feira, setembro 29, 2020