terça-feira, dezembro 26, 2006

MENSAGEM DE RAMOS HORTA A BIN LADEN

Por achar muito importante e oportuno e por se tratar de assunto directamente ligado a Timor, origem da criação deste blog, tomo a liberdade de transcrever o artigo abaixo.
Ramos-Horta pede compaixão ao "irmão" Bin Laden 26.12.2006 - 11h09 PUBLICO.PT, APO primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, enviou felicitações de Natal a Osama bin Laden e pediu compaixão ao "irmão" líder da rede terrorista Al Qaeda.A mensagem surgiu em resposta a um pedido da estação britânica BBC, que convidou o Nobel da Paz e outros líderes mundiais e personalidades internacionais a endereçarem uma mensagem natalícia a um indivíduo ou grupo à sua escolha.Ramos-Horta pediu compaixão a Bin Laden, que apelidou de "irmão". "Não odeio um único muçulmano, não odeio um único indonésio", afirmou Ramos-Horta. "Essa é a única diferença entre você e eu, meu irmão Osama bin Laden."Em declarações à rádio Antena 1, Ramos-Horta explica que tratou Bin Laden por "irmão" porque considera todos os seres humanos "filhos do mesmo criador".O Nobel da Paz sugeriu ainda a Bin Laden "que abandone o ódio e a violência e use meios pacíficos para fazer vingar os direitos, a justiça que ele reivindica em relação aos muçulmanos, em relação ao povo palestiniano" ."Eu decidi fazer algo diferente — não o óbvio, o evidente — e fazer uma mensagem dirigida a Osama Bin Laden. E fiz a mensagem no sentido de que, fazendo a diferença entre mim e ele, ele revela um profundo ódio em relação a cristãos, europeus, americanos por séculos de humilhação dos muçulmanos, pelo que está a acontecer aos palestinianos" , resumiu em declarações à rádio portuguesa."Eu, que partilho com ele o mesmo Deus — o Deus que ensina amor a compaixão —, sendo de Timor-leste, país católico, invadido pelo maior país muçulmano do mundo. E eu, que perdi também irmãos, irmãs nesta guerra, irmãos meus de sangue e também timorenses não tenho ódio em relação a nenhum muçulmano ou a algum indonésio", justificou.
In jornal "Público"

segunda-feira, dezembro 25, 2006

PORTA GIRATÓRIA

Já se passaram meia dúzia de anos e esporàdicamente lembro-me do ocorrido. Costumo citar essa passagem nas reuniões com os amigos à volta de uma mesa de bar ou noutras tertúlias. Tudo sempre com aquele espírito brincalhão e até mesmo pelo inusitado da situação. Quem me conhece bem sabe que, apesar de eu ter um génio forte, vou contemporizando as coisas com muita paciência, levando uma porrada daqui, outra dali, mais uma dacolá, até que se solta a espoleta da granada. É nesse momento que vôam penas para todo o lado... Naquela manhã de um dia que prometia ser de grande azáfama, programei a minha ida ao Banco no horário da sua abertura. Mesmo assim já me defrontei com uma fila enorme na calçada e que enfrentei com certa resignação democràticamente. Na entrada tinha uma daquelas portas giratórias que todos os Bancos adoptaram por questões de segurança, obrigando os clientes a uma triagem por amostragem perante travamentos periódicos monitorados por um dos guardas-vigias ou automáticamente quando accionada pelo detector de metais. Entre a entrada de um e de outro e enquanto eu esperava a minha vez, o meu pensamento voava para muito longe, para a minha cidade de Évora, pois que naquele tradicional Café Arcada tinha uma dessas portas e que para mim e meus amigos de infância era um maravilhoso brinquedo... Entretanto comecei a notar que o guarda-vigia travava a porta, com o seu controle remoto, para cada um dos que se preparavam para entrar. Não era mais por amostragem e o facto começou a irritar toda a fila. E a minha paciência já se começara a esgotar. Arquitetei o meu plano! Cheguei a comentar com o parceiro de trás que, se continuasse assim esse tipo de provocação e desrespeito, quando chegasse a minha vez eu iria tirar toda a roupa do corpo e ficar só de cuecas... Afinal, neste clima tropical fazia um calor de rachar e normalmente eu só usava uma bermuda e uma camiseta como nos dias de hoje; não seria difícil... Chegou a minha vez! A porta travou! Falei para o guarda: "não tenho bolso na camiseta, só tenho um na bermuda e vazio e porto na mão este papel sòmente. Porquê travar a porta?" Tendo recebido um sorriso irónico, a reacção foi imediata: fiquei só de cuecas! A fila toda bateu palmas. O guarda pediu-me pelo amor de Deus que me vestisse e a porta não travou mais. Quando cheguei em casa a família já sabia do ocorrido... Porquê relatar neste espaço esta história? Porque ela é de muita actualidade apesar dos anos passados. Há alguns dias no centro do Rio de Janeiro um homem de 35 anos, cliente de um Banco há mais de 10, foi travado numa dessas portas. Não sei exactamente quais os motivos, mas pelo perfil deduzo ser uma pessoa honesta vítima de uma futilidade daquelas. Discutiu com o guarda e foi morto com um tiro. Já repensei o meu comportamento perante várias situações como no trânsito, por exemplo, e terei que repensar mais no que tange a outras. Todos nós aqui vivemos numa verdadeira selva.

sábado, dezembro 23, 2006

"Meu Natal Timor
Meu primeiro Natal!
Quantos anos tinha?
Nunca o soube ao certo!
Minha mãe-menina
Fez o seu presépio
Uma encosta arrancada a Ramelau
Com uma gruta ausente
Cheia de maromak
E perfume de coco
.Um búfalo e um kuda
E o bafo quente dos seus pulmões.
E o menino sobre a palha de arroz
E folhas de cafeeiro.
Um menino branco
Igual aos que chegavam de longe.
- Inan, quem é?-
É o Maromak filho e teu irmão!
E eu recuei, porque via no berço
Um menino rosado
Um menino branco
Igual aos que chegavam de longe.
- Ele é mais do que todos teu irmão...-
Mas como pode ser meu irmão ?-
É teu irmão: Firma-Lhe bem os olhos, meu Amor!
E eu obedecendo
Firmei-me todo n' EleE vejo-O desde então
Também da minha cor.
Poema de Ruy Belo

domingo, dezembro 17, 2006

CAMPEÃO MUNDIAL

Em Portugal sempre fui um grande torcedor do BENFICA. Acho que pelas cores vermelho e branco. Quando emigrei para o Brasil na década de 70 o meu primeiro endereço foi na cidade de Rio Grande no Estado do Rio Grande do Sul; mais tarde em Porto Alegre e Canoas. E no Rio Grande do Sul para quem eu iria torcer? Vermelho e branco, igualzinho ao BENFICA, com uma massa de torcedores incrível e popular e no auge de grandes campanhas, só poderia ser o INTERNACIONAL. até hoje o meu coração é vermelho e branco; é vermelho e branco o meu coração!!! HOJE FÔMOS CAMPEÕES EM TÓQUIO! CAMPEÕES DO MUNDO! Por uma série de factores, esse grito estava encravado, atravessado na minha garganta. Pelos insucessos do BENFICA naqueles anos em que se denominava Taça Intercontinental e porque o grande rival do INTERNACIONAL, o GRÉMIO, já tem esse título... Saudações COLORADAS para todos em todo o MUNDO!

sábado, dezembro 16, 2006

LÍNGUA PORTUGUESA

Apenas e somente a Língua Portuguesa permite escrever isto Pedro Paulo Pereira Pinto Pires, pequeno pintor, português, pintava portas, paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar panfletos. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir. Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres. Porém, pouco praticou, porque Padre Paulo pediu para pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas. Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir permissão para papai para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto, Paris. Partindo para Paris, passou pelos Pirinéus, pois pretendia pintá-los. Pareciam plácidos, porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras pareciam precipitar-se principalmente pelo Pico, porque pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações, pois, pelo passo percorriam, permanentemente, possantes potrancas. Pisando Paris, permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro Paulo precaver-se. Profundas privações passou Pedro Paulo. Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando profundos pesares, principalmente por pretender partir prontamente para Portugal. Povo previdente! Pensava Pedro Paulo... Preciso partir para Portugal porque pedem para prestigiar patrícios, pintando principais portos portugueses. – Paris! Paris! - proferiu Pedro Paulo. – Parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir. Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém, Papai Procópio partira para a província. Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão para Papai Procópio para prosseguir praticando pinturas. Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo permissão, penetrou pelo portão principal. Porém, Papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu: – Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. – Porque pintas porcarias? – Papai – proferiu Pedro Paulo –, pinto porque permitiste, porém, preferindo, poderei procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal. Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar, procurando pelos pertences, partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão perfeita: pedreiro! Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram pacus, piaparas, pirarucus. Partindo pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro. Pisando por pedras pontudas, Papai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito. Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo. Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar pintores práticos. Particularmente Pedro Paulo preferia pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes pintadas. Pobre Pedro Paulo, pereceu pintando... Permita-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar... Para parar preciso pensar. Pensei. Portanto, pronto, pararei. (E achamos nós o máximo quando conseguimos dizer: 'O Rato Roeu a Rica Roupa do Rei de Roma'!...) Autor desconhecido