“Vamos enterrar os mortos e cuidar dos vivos!” --- Mais ou menos (…) fôram essas as palavras de frase proferida pelo Marquês de Pombal após a detruição da baixa de Lisboa quando do terramoto e maremoto de 1755. Hoje, conhecedores da palavra “tsunami”, muitos a colocam em substituição a “maremoto”.
Hoje coloquei no Twitter a seguinte mensagem: “Temos que dedicar mais atenção e tempo às causas e combatê-las quando possível, ao invés de nos plantarmos chorando os efeitos e desgraças.”. É quase a mesma sentença do Marquês, mas num só aspecto, pois as causas de uma tragédia são bem diferentes das outras. Aquela foi natural e as actuais têm a mão do bicho homem a cutucar a Natureza.
Os interesses são distintos, mas a burrice é a mesma. Uns constroem resorts e hoteis nas encostas das montanhas beirando o mar, em princípio com a ideia de dar prazer aos futuros clientes, mas visando principalmente o lucro. Jamais se agarram a estudos ambientais e até chegam a ludibriar as leis em concluio com os que deveriam zelar pela sua aplicação.
Outros, sem casa, sem isto e aquilo (…) constroem os seus barracos nas várzeas dos rios, nas margens dos córregos e nas encostas dos morros, tudo sem qualquer estudo ou preocupação.
Nos lugares virgens é raríssimo acontecerem movimentações de terras, desmoronamentos e as enchentes nada mais são do que o espreguiçar dos rios além dos seus leitos.
Nos lugares onde o homem mexe, essas alterações passam a ser frequentes. Os rios são mais caudalosos porque há mais impermeabilização nas localidades e, assim, detonam tudo no seu caminho e ao redor dos seus leitos. As construções populares nunca têm análise técnica e os locais são sempre invadidos. As mais ricas até podem ter essas análises nas suas fundações, mas desprezam a circunvalação.
Está mais do que na hora das autoridades se debruçarem sobre estas questões, mas sempre com o espírito correto da isenção. É de extrema importância que cada prefeitura tenha um gabinete de engenharia geotécnica ou que recorra a serviços de profissionais dessa área. De nada adianta virem com decretações de estado de calamidade e outros que tal, pois até aqui visam os votos de eleição próxima e só.
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