A língua
portuguesa carrega na sua estrutura construções que nada mais são do que uma
continuação de construções latinas que nos passam despercebidas. Muitos alunos
de ensino fundamental e ensino médio encontram dificuldades no aprendizado do
português no que diz respeito à função sintática, classe gramatical,
concordância nominal e verbal. Ouso até afirmar que muitos que cursaram a
universidade e se formaram estão nas mesmas condições...
Conclui-se, portanto, ser importante a difusão do latim nos cursos de letras, pois como podemos ver, factos gramaticais do português contemporâneo podem ser explicados através da língua latina. Desse modo, o aluno tem a possibilidade de perceber a razão de determinados fatos lingüísticos, que a princípio lhe parecem de grande dificuldade, ao serem explicados de forma científica. Nos meus tempos de ensino secundário estudávamos rudimentos de latim e de grego na disciplina de português; foi um grande erro isso ter terminado.
Conclui-se, portanto, ser importante a difusão do latim nos cursos de letras, pois como podemos ver, factos gramaticais do português contemporâneo podem ser explicados através da língua latina. Desse modo, o aluno tem a possibilidade de perceber a razão de determinados fatos lingüísticos, que a princípio lhe parecem de grande dificuldade, ao serem explicados de forma científica. Nos meus tempos de ensino secundário estudávamos rudimentos de latim e de grego na disciplina de português; foi um grande erro isso ter terminado.
A senadora
da República Federativa do Brasil, Marta Suplicy, relaxou e gozou na cabeça do presidente do Senado ao interrompê-lo
na sua fala e tentar corrigi-lo. A forma “presidente” foi usada por ele ao
referir-se a Dilma Rousseff e ela disse-lhe que deveria ser “presidenta”. Um
caso indubitável de quem não estudou latim ou, pelo menos, o latim na estrutura
da língua portuguesa. Diria, até, que de tudo o que estudou pouco aproveitou.
Nos primórdios, o latim
era o simples falar de um povo que habitava a região do Lácio, situada ao
centro da Itália. Devido a sua privilegiada localização de confluência entre
vários povos, passou a exercer sobre estes grande influência. De uma conquista
à outra, o inexpressivo Lácio tornou-se um dos maiores impérios do mundo.
Destarte, uma nova visão da realidade se irradiou e se concretizou através da
língua latina.
Como os demais idiomas, o
latim sofreu um longo processo de elaboração até se tornar a língua erudita
usada pelos escritores latinos do período de Cícero e Augusto. Através de
estudos realizados no século XIX pelo filólogo alemão Franz Bopp, afirma-se que
o latim, assim como muitas línguas asiáticas e européias pertence ao grupo das
línguas ditas indo-européias. O indo-europeu teria dado origem a diversas
línguas que com o tempo modificaram-se, porém conservaram semelhanças não só
lexicais, mas também morfológicas.
O particípio
latino tem três formações essenciais: particípio presente ...... –nt/ (-ns);
particípio passado ...... –to (-tus); particípio futuro ...... –urus, ura, urum.
Interessa
aqui para o conteúdo desta crônica sòmente o particípio presente. Assim,
explica-se que a terminação “nte” num grande número de palavras da língua
portuguesa, espanhola e italiana, bem como das línguas francesa e inglesa em
que está como “nt” é origem do particípio presente latino em que o valor é
indicar o agente que, no caso de “presidente” significa aquele ou aquela que
preside. As palavras terminadas em “nte” tem a mesma forma para os dois gêneros.
Usa-se a
forma “presidenta” e a mesma consta dos dicionários. Porém, usando um português
menos erudito e mais popularesco, tanto quanto a particípio deformado, que sôa mal, sôa! E uma vez que embarquei
nesta canoa, não me venham apontar o dedo quando escrevi palavras terminadas em
“mente” com acentuação grave na antepenúltima sílaba, ou quando coloquei o “chapéu”
em “soa”. Continuarei sempre fiel ao modo como aprendi, sou avesso a reformas
ortográficas e me deslumbro quando oiço falar um português puro e castiço...
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