terça-feira, junho 07, 2011

Angela Merkel e os Portugueses

Nestas duas semanas a minha atenção voltou-se mais para a Alemanha do que pròpriamente para Portugal, apesar de haver eleições importantes no meu país. Importantes sim, não obstante o habitual grande número de abstenção que colide com muitas reclamações sobre as políticas do Governo e do Estado.
Angela Merkel, chanceler alemã, andou por aí dizendo umas barbaridades mentirosas e parece-me que ninguém se importou com isso ou tão pouco a contestou. Eu não sou mais que ninguém, mas resolvi ir à luta e rebater tudo o que de mal se diz do meu país, sem nacionalismos exarcebados, claro.
Jamais visitei a Alemanha, mas muito tenho lido e visto e que a esse país se refere. Inegàvelmente é o mais importante país da Europa e o grande motor da União Europeia. Tem por lá umas alemanzinhas muito belas e gostosas também e a minha preferência vai para as morenas que não são predominantes, mas são especiais, em contraste violento com a feiúra de Angela Merkel...
Resolvi fazer uma visita diferente ao país e fui chafurdar na Chancelaria tomando como ponto de partida o pós guerra com o nascimento da nova Alemanha. Toda essa é uma época que vivi e lembro-me de todas essas figuras e acontecimentos por sempre ter tido interesse em saber.
Konrad Adenauer --- Foi um dos homens a quem eu sempre tirei o chapéu e muito respeitei. Acho que todo o mundo agiu e age como eu.
Sofreu sob o regime de Hitler, mas veio a tornar-se, mais tarde, um dos grandes homens que muito batalhou para a independência da Alemanha moderna e por tudo isso e muito mais, o mais conhecido "Bandeskanzler".
Ludwing Erhard --- Vítima do nazismo que lhe cerceou a liberdade de expressão e trabalho, foi um grande colaboracionista da resistência. A sua política económica para a Alemanha, é considerada por muitos como mais importante que o Plano Marshall. E eu não tenho disso quaisquer dúvidas, pois o Plano americano interessou e aproveitou mais aos americanos que a qualquer um outro país...
Kurt Georg Kiesinger --- Veio um pouco manchado por ter sido responsável pela propaganda nazista no exterior durante a Segunda Grande Guerra. Porém, foi um homem inteligente e competente que, como todos os outros, não foi superado por Angela Merkel.
Avançou com a Ostopolitik e fez reformas importantíssimas na área da Economia e da Justiça.
Willy Brandt --- Também se interessou pela Ostopolitik e foi grande engenheiro do equilíbrio com o Bloco do Leste. Foi agraciado com o Prémio Nobel da Paz, merecidamente na minha opinião pessoal.

Helmut Schmidt --- Homem muito importante na política de distenção dos Blocos.
Teve que enfrentar muitos problemas com o Exército Vermelho e com a política de abertura do Leste. Internacionalmente o seu nome ficou bem gravado nas nossas memórias. Não fez nenhuma canalhice com Portugal...
Helmut Kohl --- Tivémos dois Helmut seguidos por lá... Não sei que tradução poderá ter esse nome para a nossa língua, mas parece-me muito popular como o nosso Zé ou João.
Este foi o grande obreiro da unificação alemã. Ao mesmo tempo, foi considerado um dos grandes arquitectos da União Europeia. Ao lado de Adenauer, considero os dois os chanceleres mais importantes de sempre. Claro que já excluí de antemão a mocinha faladeira...
Gerhard Schröder --- Veio de uma família da classe trabalhadora e o seu pai era feirante, como eu... Só por isto já o considero boa praça...
Colocou fim a 16 anos de conservadorismo. Em 2002 foi reeleito, mas acabou por se tornar impopular por causa de uma série de reformas necessárias.
Angela Merkel --- Finalmente vou escrever sobre ela.
Nesse rol de sete chenceleres anteriores, todos eu considero mais importantes e não pelo facto de terem sido homens, pois eu não sou machista, mas porque a actual chefe do Governo alemão é muito ruim na verdade. Não concordo com a revista Forbes que a consideram a mulher mais poderosa do Mundo.
Deve ser uma espécie de beata do luterismo porque sempre andou nas igrejas pela mão de seu pai. Nada contra!
Teve um padrinho político importante, Helmut Kohl e participou de alguns dos seus ministérios.
É contrária à entrada da Turquia na União Europeia; apoiou a invasão do Iraque; é a favor de sanções contra o Irão --- e por causa disto o seu avião teve problemas para entrar no espaço aéreo deste país...
Por estes dias andou fazendo afirmações erradas a respeito da origem da bactéria que anda matando pessoas. Entre outros, mexeu com os pepinos espanhois. Em sentido figurado, mexeu com os tomates dos portugueses...
Há pouco tempo, em relação à crise portuguesa, tomou como exemplo a fábula A Cigarra e a Formiga para se referir aos portugueses. Acha ela que nós passeamos muito no Verão e vamos depois pedir migalhas aos outros que trabalharam durante todo o ano e que seriam as formigas. Citou Portugal, mais uma vez e agora na cara dura, dizendo que nós trabalhamos menos e nos reformamos mais cêdo. Puta que a pariu! Eu trabalho desde os catorze anos devidamente documentado. Trabalhava antes quando das férias escolares. Há dez anos que não gozo férias. Tem milhões de patrícios como eu.
Uma pesquisa da OCDE mostra que, exceptuando-se os japoneses e os mexicanos, são os portugueses o povo que mais trabalha no Mundo. Por essas e por outras sempre conseguem emprego com facilidade em qualquer país do planeta e eu sou testemunha disso. Trabalhamos uma média de 8,8 horas por dia. Os alemães trabalham 7,41 horas por dia. Os portugueses reformam-se com 67 anos (eram 65) e os alemães com 61,8. Os alemães gozam 30 dias de férias e os portugueses 24,5.
Preste atenção senhora chanceler Angela Merkel: de "anja" você não tem nada e só não digo o que realmente tem porque o respeito me impede.
Chamo a atenção dos meus patrícios para o grave erro que a maioria cometeu ante-ontem. Sei que vivemos numa democracia e, porque assim, devemos respeitar a vontade dos demais. Porém, foi trocado um Governo incompetente por outro de igual matiz. Daqui a pouco tempo estaremos nòvamente descontentes e alarmados com a corrupção e com a ineficiência. Laranjas e rosas, neste caso, são promíscuas e não nos dão escolha. Temos que partir para outra.
Nós já não somos senhores coloniais. As nossas antigas Colónias são hoje países soberanos (?) e deles nada mais usufruimos que nos possa servir de regalia como antigamente. Mantenhamos boas relações com todos eles, ricos ou pobres e arregacemos as mangas como os nossos antepassados. Não vamos encostar-nos às colunas a orgulharmo-nos que fômos os maiores dos mares; não somos mais. Que fômos um dos maiores impérios; não somos mais.
Somos portugueses! Só isso. Mas temos um sangue especial que nos corre nas veias e este contribuirá para que, como sempre com valor e arte, vençamos todas as contrariedades e em breve mostraremos aos alemães e outros que tais que não mais precisamos de quem quer que seja e nos tornaremos imunes a essas crises financeiras com as quais nada temos ou alguma vez tivemos a ver.















                 








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