O mito de Prometeu, da ensanguentada mitologia grega, é um parâmetro.
Prometeu sempre agiu ardilosamente para enganar os deuses olímpicos.
Foi amigo de Zeus, o deus supremo. Mas queria criar a raça humana.
Criou-a e concedeu ao humano o poder de pensar, de trabalhar.
Enfureceu Zeus, que ficou enciumado.
A raiva do Supremo cresceu, pois soube da traição do amigo (Prometeu).
Zeus se sentiu ludibriado por Prometeu, na distribuição de uma oferenda.
Totalmente enraivecido, subtraiu da raça humana o domínio do fogo.
Prometeu roubou o fogo do Olimpo (para favorecer a Humanidade).
Zeus mandou acorrentá-lo. Ficou preso por mais de 30 mil anos.
E foi bicado diariamente por uma águia.
Era imortal, no entanto.
Hércules retirou Prometeu do cativeiro, substituindo-o por Quíron.
Zeus lhe permitiu se tornar mortal.
Mas nunca mais Prometeu reconquistou a liberdade.
Morreu serenamente, depois de muito sofrimento.
Porque enfureceu o deus supremo.
Don Carlo Gambino foi um dos velhos chefes mafiosos nos EUA.
Mandava os inimigos para o cemitério com um só gesto.
Fragilizado pela idade, parecia inofensivo.
Numa noite, num restaurante, foi insultado por Cármine Scialo.
Tratava-se de um justiceiro matador, muito temido.
Gambino aceitou a ofensa em silêncio.
Todo chefe mafioso fala pouco, tem presença solene, mesmo insultado.
O deus da máfia ficou enfurecido, mas não se delatou.
Pouco tempo depois Scialo foi encontrado morto com vários balaços.
É uma questão de princípio.
Nenhuma reputação sobrevive, sem princípios.
Nos idos do século XXI, abaixo da linha do equador, foi a vez de um
senador. Entrou para a História, ao enfurecer seus juízes. Erro crasso.
Faltou a astúcia de que fala Maquiavel.
Na autobiografia do Imperador Júlio César se lê:
“Quando os deuses imortais querem castigar um homem culpável,
concedem-lhe a maior prosperidade, a maior impunidade, para que logo
depois sofra mais quando a sorte muda de direção”.
Prof. Luiz Flávio Gomes
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