Mais uma vez, como há alguns anos seguidos, passei a noite de Natal da mesma forma e à qual já estou integrado perfeitamente, sem nada a reclamar. É uma opção de ajuste natural.
Ao final da tarde começou a debandada geral para a casa da minha sogra, ponto de encontro de toda a família nesta noite que também marca o aniversário dela no soar das 12 badaladas.
Aqui, fiquei com uma única companhia --- o meu cachorro. Antigamente ainda dividia o espaço com os dois gatos e a cachorra, mas tudo vai mudando. Qualquer dia será só o cachorro sem mim, ou eu sem o cachorro.
Esse vazio permitiu-me o acesso ao computador, algo que não se verificava há duas semanas. Entrei na internet, li uma montanha de e-mails e mensagens, a maioria superficialmente. Ninguém estava on line, só eu. Assim, ninguém para bater um papo. Escrevi três mensagens no Twitter e desliguei.
Fui tratar da minha própria ceia. Acendi o lume da churrasqueira e assei uma tainha que antes havia recheado com uma farofa de camarão. Coisa bem simples e rápida, tanto no preparo como no saborear… Abri e tomei toda uma garrafa de vinho branco que um amigo me ofertara dias antes.
Depois disso, duas opções: assistir a algum programa de televisão ou dormir. Orientei-me por essa ordem. O cachoro estava apavorado com os rojões que a vizinhança insistia em soltar e procurou refúgio num canto da casa.
A programação da tv nestes dias festivos é sempre muito chata para o meu gosto, se bem que nos demais também pouco me prende. Não me interessou se o papa foi agredido; nada de missas de galo ou filmes bíblicos. Acabei por me fixar numa apresentação da orquestra de Andre Rieu e coros. Independentemente da essência do repertório, alusiva à quadra, a música em si acabou por me prender até ao final.
A música acaba por se transformar numa espécie de boia à qual nos agarramos e, livre de perigos, soltamos a nossa imaginação e embuimo-nos de pensamentos mil.
Nessa navegação por cima de ondas calmas desloquei-me de uns horizontes aos outros, pois que, sem bússula e sem estrelas no céu, os ventos íam-me levando. Deixa os ventos me levar, ventos levem eu…
1 comentário:
Porque não me convidastes???Eu adoro tainha assada na churrasqueira...com farofa de camarão...uau!!delicia!!e não gosto nenhum pouco de festinhas de natal nos moldes tradicionais.
Sigo por pura falta de opção...
Mas de tudo, o melhor foi teu retorno à mídia.Ufa! Até que enfim!
Estava sentindo falta de teus posts...
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