Não só uma, mas várias vezes, ouvi a sentença sobre que Portugal deixou de ser um país pobre e atrasado e, passando a fazer parte da U. E. e totalmente integrado, é hoje moderno e desenvolvido.
Como sempre fui um eurocéptico, o que aqui escrevo é tendencioso para essa vertente, como tudo tenderá a circunscrever-se na minha linha de pensamento e formação.
Nunca entendi como fruto do desenvolvimento a guinada que os portugueses deram na sua vida e comportamento. Tudo mais fino, todos viajando além fronteiras nas férias de cada ano, carro novo, descarte de bens recuperáveis, etc. etc..
Entrou muito dinheiro fácil. Injecções cavalares de dinheiro. De Bruxelas vinha a ordem para arrancar todas as oliveiras de determinada região ou as videiras de outra e assim, deitado na sombra e com água frêsca do lado, o indivíduo não produzia nada e ganhava bem para isso.
No sector público a coisa virou um mar de rosas. Sei que os maiores aproveitadores fôram os caciques, como sempre, mas a galera também se promoveu bem.
Essa bola foi aumentando, mas de modo a que o núcleo jamais tenha sido preenchido. Assim, aumentou também o vazio interno, o ôco, juntamente com a capa que, lògicamente, afinava na espessura. Tudo propício a um grande estouro. Aguardemos.
Na aderência a essa nova civilização, dita moderna e desenvolvida, fôram querendo nos tirar quase tudo aquilo que de melhor e identificado com a nossa cultura tínhamos. Pequenas coisas, muitas delas, mas a nossa cara e a nossa raiz.
A integração na zona do euro foi uma verdadeira arapuca; um tipo de colete de forças. Não tendo um sector produtivo à altura dos demais, os fortes, e com uma dívida pública sempre em expansão, tudo sob uma moeda forte que não nos dá chance de desvalorização para regularização da ecomomia, o rastilho foi acêso e só resta esperar o bum da bomba.
Acreditem que eu gosto quando a nós, do sul de Portugal ,nos chamam de mouros. E relançando o olhar por esse sul, Gibraltar, Mediterrâneo, creio, como sempre acreditei, que somos como líquido não miscível em vasos comunicantes: ou ficamos por cima ou por baixo; nada de misturas…
Acredito que ainda um dia voltemos aos antigamentes. Comer aquele petisquinho regional no balcão da taberna, matar um porquinho no quintal de casa.
Não somos super industrializados, mas poderemos auferir de muitos lucros nas nossas artes, côres e sabores; emprestemos, até mesmo, muitos dos nossos crânios aos grandes industriais. Tudo isso e desse modo, gerido pela batuta de lideres competentes, honestos e que se identifiquem com a nossa raça, levar-nos-à um dia ao tôpo por mérito próprio.
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