Para muitas das indagações que aqui coloco, em matérias que expressam a minha revolta, a maioria dos cidadãos sabe a resposta. Porém, jamais devemos esquecer esses problemas e sempre teremos que estar alerta e denunciá-los.
Tive a oportunidade de viver em dois países governados por ditaduras ferozes e implacáveis --- Portugal e Brasil. Sei que as coisas não são difíceis nesse campo, pois a investigação é profunda e existem inúmeras forças delatoras que em muito facilitam as operações. Notemos que, mesmo que determinado indivíduo não fosse comunista, mas que tivesse postura contrária ao regime, fàcilmente era identificado, preso e até assassinado em seguida.
Perante o exposto no parágrafo anterior, pergunto como é tão difícil identificar os grandes desmatadores da Amazónia? Acho e todos acham que essa identificação é muito fácil e só não se faz nada para conter esse desastre porque eles estão no Poder ou com o mesmo convivem umbilicalmente.
Eu já me sinto empedernido perante um infinito número de situações, porque o tempo vai cicatrizando muitas feridas abertas e aos poucos vamo-nos embrutecendo também. Porém, pela grandiosidade e o inusitado de certas dessas situações novas, ainda há espaço para outro momento de comoção e perplexidade.
No período de 1961 a 1971, as tropas americanas espargiram 80 milhões
de litros de herbicidas, que continham 400 quilogramas de dioxina sobre
o território vietnamita, de acordo com estatísticas oficiais.
Esse desfolhantes destruiram o habitat natural, deixaram 4,8 milhões
de pessoas expostas ao agente laranja e provocaram enfermidades
irreversíveis, sobretudo malformações congênitas, câncer e síndromes
neurológicas em crianças, mulheres e homens do país. Não é o que parece nesta foto? Mas não é.
No Brasil o Ibama identificou uma área de floresta amazônica, do tamanho de 180 campos de futebol, destruída pela ação de herbicidas.
A terra, que pertence à União, fica ao sul do município amazonense de
Canutama, na divisa com Rondônia. O responsável pelo crime ambiental
ainda não foi identificado pelo órgão.
Em sobrevoo de duas horas de helicóptero, na segunda semana de junho,
analistas do Ibama observaram milhares de árvores em pé, mas desfolhadas
e esbranquiçadas pela ação do veneno.
Encontraram também vestígios de extração de madeira por motosserras e
queimadas, práticas usadas para limpar o terreno. Especialistas dizem
que os agrotóxicos, pulverizados de avião sobre as florestas nativas,
matam as árvores de imediato, contaminam solo, lençóis freáticos,
animais e pessoas.
Numa outra comparação e ainda no passado no Vietnam, eles usavam uma mistura de dois herbicidas compondo o célebre agente laranja aplicado como desfolhante, não só para facilitar o pouso de helicópteros na floresta densa, como para achar os esconderijos do inimigo.
O Ibama apreendeu mais de quatro toneladas de veneno numa reserva de
desenvolvimento sustentável no interior do Amazonas. O produto serviria
para desmatar a floresta de forma silenciosa.
De acordo com o órgão ambiental federal, o veneno seria suficiente para destruir pelo menos 3 mil hectares (30 km²) de mata.
Os suspeitos de serem os responsáveis já foram identificados e podem
responder por crime ambiental, com pena de até 4 anos de reclusão,
além do pagamento de multa de até R4 2 milhões. Evidentemente que esse tipo de punição jamais acontecerá. Nem o nome dos criminosos será publicado.
De 1º a 3 de junho, especialistas do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobrevoaram o norte do Mato Grosso para
verificar alertas de desmatamento indicados pelo DETER. Nesta região, de grande
incidência de desmatamento, foram vistoriados cerca de 90 pontos de alerta que,
somados, chegam a 200 km².
O
desmatamento no Estado do Mato Grosso chegou a 243 quilômetros quadrados
no mês de abril, correspondendo a um aumento de 537% comparado a abril
de 2010. Mais absurdo ainda são os dados relacionados a florestas
degradadas, de 1.755 quilômetros quadrados, 13.500% maior do mesmo
período do ano passado.
Em 1980 o
uso de armas incendiárias (tais como o Napalm) contra civis foi proibido
pelo Protocolo III da "Convenção sobre Proibições e Restrições ao Uso
de Certas Armas Convencionais que Podem Ser Consideradas como
Excessivamente Lesivas ou Geradoras de Efeitos Indiscriminados". E este é o caso, pois as pessoas estão sendo ameaçadas e eu digo que até directamente, pois uma árvore é para nós um sopro de vida.
Notícia recolhida do Jornal "Folha de S. Paulo".
Histórico e fotos na Internet
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