29.945, para aqueles que gostam de fazer uma fézinha no jogo do bicho é um número atraente. Ainda por cima corresponde ao "elefante" e isso, tendo tudo a ver com a África, de onde saíram notícias surpreendentes que embasam esta crónica de hoje, alavanca mais ainda o interesse de amanhã ir na banca mais próxima e apostar no milhar. Já aproveitando, tomar aquela cachacinha tipo mata-bicho (não sei se o termo está de acordo com as novas regras ortográficas), pois quase todos os botecos são, também, pontos de jogo. Para aqueles que não residem no Brasil e, portanto, não terem acesso a esse tão popular jogo proibido (...), a sugestão é comprar um bilhete de lotaria ou loteria com aquele final.
A República Democrática do Congo está a indemnizar portugueses que perderam património e outros bens quando das nacionalizações e expropriações promovidas pelo regime de Mobuto na sequência da "zairização" do país. 55 ex-residentes no Zaire, incluindo os seus herdeiros, já receberam um total de mais de seis milhões de euros até ao fim de 2008. Então, faltam os referidos 29.945 que completam os 30 mil que lá residiam na década de 70 (antigo Zaire)...
Muitos desses (acredito que não todos), podem esperar por um contacto, pois parece que as autoridades de Kinshasa fizeram um levantamento exaustivo das situações individuais e abriu processos indemnizatórios com a elaboração da primeira lista de 55. Essas primeiras indemnizações orlam entre 300 e 400 mil euros cada, o que não deixa de ser uma boa grana, se bem que certamente muito inferior aos prejuizos e que nunca apagarão os constrangimentos vividos. Já se apurou que alguns dos já beneficiados continúam emigrados noutros países e outros em Portugal. De qualquer modo, pressupondo que estejam na idade sexi (sexagenários como eu que hoje completei 64), dará para endireitar algo que esteja torto...
As negociações foram conduzidas pelo gabinete do ministro das Finanças da República Democrática do Congo, Athanase Matenda Kyelu, que assinou protocolos de acordo com mandatários de cidadãos portugueses que foram identificados e que estavam em condições de serem ressarcidos pelos acontecimentos de 1973. A verba foi inscrita no orçamento de 2008 e as primeiras transferências de dinheiro começaram a ser efectuadas em Fevereiro e Março e duraram até Dezembro passado. Depois disto, começaram os contactos diplomáticos com Portugal no sentido de identificar mais situações passivas de processos de indemnização.
Este mês, o vice-ministro do Orçamento, Alain Lubanba wa Lubanba, esteve em Lisboa numa reunião no Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde António Braga, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, acordou em formar uma comissão mista para "agilizar e fiscalizar" todo o processo.
Outros países onde se verificaram acontecimentos idênticos, possìvelmente não tomarão iniciativas deste porte, a não ser que haja interesses embutidos como foi o caso do governo de Kinshasa que objectiva normalização de relações e captação de investimentos e também do governo português que está de olho nas riquezas naturais do país africano --- caso da Galp.
A mim não me tocará nada nesse testamento, pois só por lá passei duas vezes e um pouco ao largo nas águas costeiras. Por isso vou apostar naquele milhar e tentar ficar de olho no outro que será o definitivo para nova aposta. Quando, não sei...
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