segunda-feira, maio 02, 2011

Rumilly-en-Cambrésis

Começo hoje com um pouco de história e geografia para depois chegar ao final abordando antropologia e agricultura...
Rumilly, vou chamá-la assim, está muito em voga nestes dias que envolveram a beatificação do ex Papa João Paulo II. É uma aldeia do norte da França. Se fôsse brasileira, seria considerada cidade com toda a pompa e circunstância e, claro, ninho de políticos ladrões safados...
Esta localidade já existia milenarmente antes da conquista da Gália pelos Romanos (sem pretender ser irónico, mas sendo-o, já estou associando este pedaço francês com Roma...). Foi sempre uma aldeia mártir sob os pés de grandes invasores e também de bandidos e assassinos que ali montavam, estes últimos, a sua base operacional. Até o Bispo-Conde de Cambrai foi um pilantra. Naqueles tempos grandes bandidos avulsos conquistavam e assenhoriavam-se de cidades e fortalezas na maior "cara de pau"; foi o caso de Geraldo (O Sem Pavor) que conquistou Évora aos mouros e a ofereceu ao Rei de Portugal em troca do perdão dos seus crimes...
Em 1217 foi criada a Paróquia de Rumilly com São Nicolau como padroeiro e a situação andou calma por lá até que os ingleses (Guerra dos Cem Anos), sempre eles, aprontaram as maiores barbaridades, principalmente contra as mulheres, deixando-me até com vergonha de pormenorizar isso...
Em 1524 tudo voltou à normalidade mas, em 1553 devastaram nòvamente a aldeia (Guerra dos Trinta Anos). De 1677 até 1914 tudo ali andou em Banho-Maria, tanto sob Napoleão como perante resquícios de ataques prussianos. Porém, durante a Guerra 1914-1918, a destruição foi total. Só depois deste conflito começou a reconstrução com expansão notória até aos dias de hoje. Vejamos até quando!?...
Antes de entrar na segunda parte desta crónica, não quero deixar passar em branco o facto de o corrector ter assinalado no meu texto nada mais, nada menos que 12 erros ortográficos e, certamente, vai assinalar mais até ao fim... Claro que eu estou tranquilo e consciente quanto a isso, pois não sigo as alterações do Novo Acordo Ortográfico. Nem do novo e nem dos anteriores...
Em Rumilly nasceu em 27 de Fevereiro de 1961 uma menina a quem foi posto o nome de Marie-Pierre Normand. Quando se tornou freira aos 21 anos, passou a chamar-se Marie-Simon Pierre. Manteve-se o Pierre, talvez porque naquele lugar existe muita pedra mármore...
Não vou entrar em detalhes quanto ao citado Mal de Parkinson de que foi acometida e em cuja doença está baseado o milagre do ex Papa. Formiga-me a mão quando tenho que abordar esses assuntos pois que, sendo ateu, não aceito como realidade essas coisas e revolta-me o comércio e oportunismo em torno de tudo isso.
Sem querer, a minha atenção recaíu num detalhe que, à primeira vista, ninguém associaria a coisa alguma. Notei que as maçãs do rosto de Marie são típicas, na cor, dos grandes beberrões e apreciadores de um bom vinho tinto.Pelas imagens e características do lugar, não vi nada ali de cultivo de vinhas. Mas talvez ela tenha frequentado algum convento no sul, talvez em Perpignan, ou seja isso fruto dos bons estoques característicos das adegas dessas "Irmandades"...

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