Se existem temas sobre os quais eu não nutro o mínimo interesse de discussão ou abordagem, a homossexualidade é um deles. Não que não possua opinião a respeito, pois afirmar isso seria uma imbecilidade. Simplesmente não me proponho a entrar nesse campo por considerá-lo pantanoso e saber que muitos o fazem por pura demagogia. Assim, fico em cima do muro e vou observando o que se passa dum e doutro lado.
Quem leu esta minha introdução, já deve ter tido duas decepções: a de que o assunto a desenvolver não é o da primeira pincelada e o do uso da contração preposicional em "dum" e "doutro". Ou não?
A minha maneira de escrever pode até ser considerada um pouco esdrúxula --- e eu concordo, pois existem três factores a contribuir para isso: a minha formação mais antiga, a vivência em dois países de língua portuguesa que se expressam com muitas diferenças e o não cumprimento dos acordos ortográficos.
Acabei de ler um dos três jornais diários, o que faço todos os dias, e num deles tem um artigo com este título: "Corte da capital da Índia legaliza relações entre homossexuais". Num primeiro impulso fiquei meio confuso mas, lògicamente, essa confusão foi só momentânea e, a não ser assim, demonstraria alguma burrice da minha parte. E a outra parte como fica? --- aqueles que não entendam a coisa tão momentâneamente?
O título dá a impressão que se dividiu a capital da Índia em duas partes: uma dos homossexuais e a outra dos heterossexuais. Levando em consideração o elevadíssimo número de habitantes, teríamos ali um astronómico número de bichas...
Temos aqui, então, uma das muitas falhas que constam do último acordo ortográfico: considerar "corte" e não "côrte". Exactamente o mesmo caso de "para" e "pára" que podemos ver nas frases "uma vitória para o Brasil" e "uma vitória pára o Brasil". O não uso do acento em "para", que passou a ser a regra, induz-nos em erro numa manchete de jornal.
Se o assunto ao qual se refere a manchete despertar o interesse do leitor, logo no começo do desenvolvimento da matéria ele ficará sem dúvidas e continuará ou não a leitura. Mas, se não lhe despertar interesse, pela primeira impressão e, assim, não continuar a leitura, poderá ter perdido a oportunidade de se informar sobre algo que, afinal, seria interessante para ele.
Independentemente de todas essas confusões linguísticas e de acordo com a minha maneira de escrever para gregos e troianos, no que se refere à Índia podemos crer que, pela dimensão demográfica, não existem lá muitos paneleiros...
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