quarta-feira, dezembro 25, 2013

O Idiota



Idiota: atrasado mental; quem ou a pessoa que não tem inteligência; parvo; maluco; imbecil; lorpa.
Esta é a definição do termo que consta do meu inseparável amansa burros há muitos e muitos anos --- Dicionário da Língua Portuguesa - 3ª Edição - Porto Editora Lda.
Como se observa, o vocábulo tem significados mais ou menos contundentes ou não tanto. Chamar uma pessoa de idiota, pode ser de modo agressivo indo no sentido de imbecil, por exemplo. Porém, também pode ser de um modo mais atenuante ao ser interpretado como a pessoa que não tem inteligência.
Fiódor Dostoiévski escreveu, entre 1867 e 1868, o romance "O Idiota". Tive o prazer de lê-lo e relê-lo e o meu exemplar descansa numa prateleira da minha Biblioteca. Mais dia menos dia, folheá-lo-ei nòvamente porque esse livro faz parte de alguns outros de um grupo de autores da minha preferência.
Neste romance de Dostoiévski, o idiota é o príncipe herdeiro do trono da Rússia, que permanece na Suiça para recuperação de uma enfermidade.
Entre paixões e males de saúde, ele encarna a bondade, a sinceridade, a fantasia e a inocência, qualidades confundidas com patetice e estupidez que, como aludi quando da colocação do significado do vocábulo "idiota", insere-se na agressividade.
Na verdade, porém, Michkin, o príncipe, é mais perceptivo, sagaz e inteligente que muitos daqueles que o injuríam e perseguem.
Fiz aqui o mais resumido dos resumos que se poderíam fazer do romance do escritor russo, o suficiente para enquadrar a dupla interpretação de "idiota".
Antes que algum dos meus leitores se lembre de perguntar que idiotice eu estou pretendendo escrever, informo que tudo isto tem a ver com notícia publicada na Imprensa brasileira sobre condenação, em primeira instância,de empresário que chamou o filho de Lula de "idiota", além de "primário" e "uma decepção".
Naturalmente que não vou comprar essa briga de cachorro grande, mas simplesmente uso a minha liberdade de expressão para poder exprimir a minha indignação. Parece que toda a parentalha de figuras públicas relevantes adquiriu a mania de processar, a esmo, os que toquem nas suas feridas mesmo que superficialmente e isso não é bom e tampouco justo.
Ser ou não ser, eis a questão...