terça-feira, outubro 30, 2007

O RETÔRNO...

S ............alazar
O ...........utrora
C ..................aíu
R ......egressou
A .............. gora
T ......ravestido
E ...................m
S ........ ocialista

segunda-feira, outubro 29, 2007

BENEDICTUS

Bendito ou maldito!? Com todo o respeito, mas a pergunta não pode escapar.
Actos polémicos em sequência tem sido a característica deste pontificado. Ratzinger tem dentro dele aquele bichinho que o deixa irrequieto e, assim, em boa linguagem popular só tenho a dizer que é uma "cagada atrás da outra"...
A beatificação dos 498 mortos na guerra civil espanhola, todos colaboradores do generalíssimo (...) foi um grande pecado. Apesar de ser a Espanha o maior país católico da Europa, esse acto não tem a aprovação da maioria da sua população. Temos aí o "Tribunal da Santa Inquisição" reabrindo feridas ainda em processo de cicatrização.

segunda-feira, outubro 22, 2007

REGRESSO A CASA

A Liga dos Combatentes (Portugal) e o Governo da Guiné Bissau assinaram um acordo que vai permitir a trasladação dos restos mortais de três pára-quedistas portugueses mortos na guerra naquele território em 1973.
Os homens foram sepultados num cemitério militar, sem condições. Há vários anos que as famílias pediam autorização para trasladar os corpos. O acordo chegou entre os dois países no Dia Nacional do Combatente.
A demora explica-se com guerras, com razões diplomáticas que ainda agora se ultimam para que em Novembro, data prevista, os corpos dos três caçadores pára-quedistas regressem a Portugal. Estão sepultados num cemitério militar provisório. O novo acordo assinado pretende alterar a situação e preservar memórias.
Fora do território português existem registos de 6 mil militares em iguais circunstâncias. Mais de metade em Angola, Guiné e Moçambique. Homens cuja memória foi lembrada nas cerimónias do Dia do Combatente.
In TVI-Televisão (Portugal)
Muitos anos já se passaram e, finalmente, abre-se uma luz para se começar a resolver este que é um grande drama para muitas famílias portuguesas. Só se lamenta o desinteresse de vários governos de Portugal em se empenharem na solução deste grande problema e presta-se homenagem à Liga dos Combatentes que chamou a si a empreitada de alma e coração. Fica viva a esperança que muitos outros nossos camaradas voltem ao seu torrão natal, o máximo possível deles, pois que todos será inviável devido a outros factores.

domingo, outubro 21, 2007

EM DEFESA DOS ANIMAIS

Em Campinas existe uma lei que não permite o uso de animais em shows.
Portanto não há rodeios e nem circos com animais ou coisa parecida.
Lute para que em sua cidade isso também não aconteça.
Peça leis impedindo isso.
Esses shows são feitos para enriquecer alguns e judiar dos animais.

ERRO CRASSO

Oh! Senhor Governador! Que grande mancada! Eu vi e todos viram.
Na entrega dos troféus aos vencedores do Grande Prémio de São Paulo de Fórmula I, mesmo anunciado que foi nos altifalantes do autódromo o nome do basileiro Filipe Massa, ele se encaminhou para o espanhol Alonso e este, diplomàticamente, indicou-lhe o companheiro.
Vai perder votos por causa disto e da sua postura gélida no pódium. A conferir!

sábado, outubro 20, 2007

TRATADO DE LISBOA

Hoje, na madrugada, nasceu o novo Tratado de Lisboa.
Dentro do período em que Portugal exerce a rotativa Presidência da União Européia, o Primeiro Ministro português José Sócrates, então Presidente do Conselho Europeu, disse ao anunciar o acordo sobre o novo Tratado Europeu: “É uma vitória da Europa!”.
Substitui-se, assim, a Constituição Européia que nunca vingou e passa a ser o começo da solução (?) da mais enraizada das crises do bloco.
“Porreiro pá”, numa tradução livre para “legal meu” ou “porreta mano” de entre uma diversidade de termos equivalentes no mundo lusíada, foram as palavras sussurradas por Sócrates a Durão Barroso, este também português e actual presidente da Comissão Européia, quando do abraço trocado por ambos...
Particularmente sempre fui a favor da integração de Portugal na União Européia e tenho a opinião de que o país mais benefícios teve que perdas. Verificou-se ao longo dos anos um desenvolvimento acentuado. É verdade, também, que muitos erros se cometeram e continuam a ser cometidos pelos nossos anteriores e actuais governantes, o que impediu que estivéssemos num patamar bem mais elevado. Desta feita teremos que abrir mão de algum poder, a exemplo do que ocorrerá com outros países de importância equivalente à nossa mas, como se costuma dizer, “faz parte...”.
Para os mais bairristas ou nacionalistas, como queiram, sempre será um afago no seu ego ouvir-se ou ler-se “Tratado de Lisboa” mesmo que muitos não saibam ou nunca venham a saber do que se trata...

sexta-feira, outubro 19, 2007

LEAL SENADO

Sou uma das pessoas que tiveram a oportunidade de assistir a reportagem transmitida directamente pela televisão quando da passagem de Macau para a soberania chinesa. Acredito que muitos milhares tenham visto as mesmas imagens que eu vi. Porém, houve ali um detalhe que eu analisei como muito importante e significativo, mas que sobre o qual jamais li qualquer comentário. Ou passou despercebido, ou ninguém quiz agitar águas que deveriam ficar calmas...
Nessa cerimónia, a representação portuguesa liderada pelo então Primeiro Ministro, Dr. Guterres, comportava-se com naturalidade e num todo contrastando com as expressões sisudas dos líderes e aprumo rígido dos militares chineses.
O que deveria ser um acto de certo modo festivo, até porque tudo foi programado com antecedência de anos e ao abrigo de acordos firmados, transformou-se numa demonstração de prepotência e, na minha maneira de pensar, de desrespeito por parte da China. Tudo isso porque imediatamente a seguir aos discursos e assinaturas, um grupo de militares chineses retirou do alto do salão aquela grande placa com os dizeres "Leal Senado".Macau foi um território ultramarimo dos portugueses em tudo diferente dos demais, principalmente por nunca ter sido uma conquista militar e sim uma doação da própria China como reconhecimento a serviços prestados no século XVI.
Por cima do escudo de Portugal, na bandeira do Senado de Macau, conseguimos ver uma coroa, simbolizando o patrocínio do Rei português. Por baixo, encontra-se uma tira branca, onde está escrito o nome oficial de Macau durante a administração portuguesa: "Cidade do Nome de Deus de Macau, Não Há Outra Mais Leal". Este nome foi dado pelo rei D. João IV, como recompensa à lealdade, pois que, durante a ocupação filipina (1580-1640) a cidade-território desafiou a soberania espanhola, hasteando sempre a bandeira portuguesa.
O nome "Senado" nada tem a ver com o dos antigos romanos ou o que compõe actuais Parlamentos. Equivalia mais aproximadamente a uma câmara de vereadores nos moldes de hoje na administração das cidades.
Resolvi colocar aqui esta matéria, hoje, porque há duas coisas que diàriamente enchem a minha cabeça: o Senado do Brasil de tristes acontecimentos e nada "leal" ao seu povo, bem como o expansionismo e colonialismo da China...

SOCIEDADE SECRETA

Frente a uma loja maçônica, a garotada diverte-se numa pelada.
Um chute mais forte faz com que a bola entre por uma das janelas do local e caia no meio de uma reunião de maçons.
Um dos garotos pula a janela para pegar a bola.
Os maçons ficam indignados com tamanho desrespeito, agarram o garoto, comem a bunda dele e o mandam de volta pela janela.
Quando o garoto caiu do lado de fora, os amiguinhos o cercaram e, cheios de curiosidade, perguntaram:
- E aí !? O que tem lá dentro da maçonaria?
E o garoto responde:
- Agora sou maçon, não posso contar!

domingo, outubro 14, 2007

DIVULGAÇÃO

Numa sequência de encaminhamentos de um e-mail, que abaixo transcrevo, coube-me a vez de recebê-lo. Como cidadão português e de acordo com o conteúdo da petição, assinei e repassei a todos os meus amigos e amigas.
Não poderia deixar de aproveitar este meu espaço e outros meios na Internet para divulgar este assunto aberto à análise e interesse dos Cidadãos Portugueses, de Estados da União Europeia e de Países Lusófonos que reconheçam o Direito de Petição a Portugueses.
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Leiam por favor! É IMPORTANTISSIMO Caros Colegas e Amigos,> Durante anos esperámos por uma Lei para oEstatuto do Artista, e finalmente ela aí está (quase)!> No meio damagnitude dos problemas de insegurança e precariedade, desemprego efalta de protecção social que afectam os Profissionais do Espectáculo,e a que o presentes diplomas em discussão (PS, PCP e BE) ensaiam umaresposta, facilmente passariam despercebidas, para a maior parte daspessoas, as catastróficas implicações do conteúdo do Artº.17 daproposta do Governo.> Não só a GDA, como também muitos e muitosArtistas, Actores, Músicos e Bailarinos lutaram ao longo de duasdécadas para por fim à cedência coerciva dos seus Direitos dePropriedade Intelectual.> A Lei 50/2004 veio finalmente, no seuArtº178, consagrar a Gestão Colectiva Necessária como a única forma degarantir o livre, equilibrado e efectivo exercício dos nossos Direitosindividuais, utilizando um mecanismo de analogia com Directivaseuropeias transpostas para a nossa legislação em 1997, o qual nuncafoi posto em causa do ponto de vista constitucional ou qualqueroutro.> O Governo vem agora, de forma algo cínica, à boleia dascarências da situação sócio-profissional dos Profissionais doEspectáculo, ceder às pressões, nomeadamente das Televisões eOperadores de Exploração de Conteúdos Digitais, impondo a regulaçãodos nossos Direitos de Propriedade Intelectual através de Contrato deTrabalho ou Instrumento de Regulação Colectiva, no sentido de reverteras coisas para a situação anterior a 2004.> Leiam todo o textodirigido ao Presidente da A.R. se tiverem a paciência mas, pelo menos,meditem na conclusão> e ASSINEM A PETIÇÃO!!!> http://www.PetitionOnline.com/N17132X/>Vamos conseguir mais de 4.000 assinaturas!>Grande Abraço,> Pedro Wallenstein

sexta-feira, outubro 12, 2007

DIA DA CRIANÇA

Hoje, 12 de Outubro, comemora-se o DIA DA CRIANÇA. Nada mais justo do que prestar uma homenagem a todos os pirralhos, putos, moleques, piás, catraios, etc., na figura de um desses que todos nós conhecemos e adoramos:

segunda-feira, outubro 08, 2007

RAMOS HORTA EM BERLIM

Ramos Horta foi orador convidado na entrega dos prêmios Quadriga, em Berlim, no dia em que se comemorou a data da Reunificação Alemã. O presidente de Timor entregou os prêmios atribuídos a Aicha El-Wafi, uma muçulmana mãe de um terrorista condenado, e a Phyllis Rodriguez, uma católica mãe de uma das vítimas daquele. No seu discurso disse:
“É para mim uma honra ser o orador convidado para celebrar e constatar públicamente a impressionante reconciliação entre Aicha El-Wafi e Phyllis Rogriguez”.
Os laços de amizade desenvolvidos a partir de uma tragédia são uma inspiração para todos nós”.
“Honrar aqueles que promovem a unidade e a aproximação do mundo de hoje é, de facto, uma excelente escolha para comemorar o Dia da Reunificação Alemã”.
”De certa maneira, ambos os acontecimentos nos recordam que devemos abrir o coração ao pedão e o espírito aos contributos que todos os seres humanos podem dar em prol da paz nas nossas comunidades”.
A cerimónia de entrega dos prêmios teve este ano a participação de diversas personalidades e de entre elas o ministro dos Negócios Estrangeiros da França, Bernard Kouchner, com quem Ramos Horta teve um encontro de trabalho. Vale a pena registar aqui, também, partes de entrevista que deu a jornalistas espanhóis, destacando o que afirmou sobre a actual situação na Birmânia e em oposição às idéias dos Estados Unidos e de alguns outros países, cujos dirigentes apóiam a adopção de sanções com vista a forçar uma abertura para a democracia.
Sobre a Birmânia disse que “a prioridade é fazer com que a parte militar e a civil, esta encabeçada por Aung Sang Suu Kyi (lider oposicionista e também Prémio Nobel da Paz) se sentem para dialogar e cegar a um consenso. Sempre foi a estratégia de Suu que jamais respondeu com mensagens subversivas ou de ódio aos militares e sim com ofertas de diálogo”.
O chefe da junta militar da Birmania (Mianmar), o general Than Shwe, afirmou à noite, através da televisão oficial do país, que está disposto a reunir-se com Suu Kyi uma vez abandonada a confrontação.
Ramos Horta crê que esta diosposição ao diálogo por parte de Than Shwe pode ser fruto de uma intervenção de alguns sócios da ASEAN, “os únicos que têm o poder econômico e político para fazer mudar o rumo da situação”.
“Eu, como Prémio Nobel, tentarei mobilizar outros Nobel em apoio de Suu Kyi, mas sou consciente que essa acção não passará de um acto simbólico”.
“Na Ásia há uma outra forma de fazer as coisas e o meu próprio país é um exemplo. Se os militares indonésios não tivessem aceitado retirar-se de Timor, hoje não seríamos um país independente. E mais que ressentimento, há agradecimento”.
“As relações entre Díli e Yakarta são boas, quase fraternais, não obstante os crimes cometidos durante a ocupação, algo que pode chocar o ocidente mas que reflecte a indosincracia da Ásia”.
Sobre a situação em Timor, Ramos Horta reconheceu que muito há que fazer e mostrou-se confiado em que a renovação da missão da ONU no seu país se renove a cada ano até 2012.
Disse, também, que Timor necesita de mais ajuda e cooperação de alguns países.

O MEU IPÊ "GUILHERME"

Há oito anos atrás, quando se comemorava o "Dia Internacional da Árvore", regressava de uma viagem de negócios que fizera a São Paulo e, quando parei o carro nuns dos pedágios da Rodovia dos Bandeirantes para pagar a respectiva taxa, fui presenteado com uma pequena muda de Ipê Amarelo. O presente certo para a pessoa certa!... Sou um eterno amante da Natureza e especialmente "vidrado" em árvores.
Nesse mesmo ano nascera o meu segundo neto, o Guilherme, um dos meus portuguesinhos adoráveis. Coloquei aquela mudinha num lugar estratégico da cozinha de minha casa para que todos os dias convivesse com ela e dela cuidasse com muito carinho; chegava até a dirigir-lhe a palavra cônscio de que não obteria respostas, mas sabedor da sua gratidão, compreensão e retribuição...
Um ano depois a minha filha informou-me que viria visitar-me no Brasil e, claro, junto com o meu genro e neto. Foi quando decidi que a minha muda de Ipê deveria ser plantada em local definitivo. Coloquei-a num ponto da calçada frontal da minha casa, rodeei-a com uma grade de ferro para a proteger e, finalmente, baptizei-a com o mesmo nome do neto: Guilherme.
O Ipê, como cada uma das espécies, tem as suas próprias características e uma delas é a demora da floração. O Guilherme apresentou as primeiras flores há dois anos atrás: sòmente três. No ano passado brotaram cinco. Todavia, esperei com paciência e, finalmente, este ano tive o grato prazer de me deslumbrar com tanta beleza que um grande número de flores amarelas me proporcionou. São flores muito frágeis, pois o seu ciclo de exibição é curtíssimo. Por isso empenhei-me em fotografar a minha árvore em cada um destes dias.
Hoje tenho dois motivos de alegria: um é a rara oportunidade de ilustrar uma postagem do meu blog com fotos minhas, exclusivas, e o outro apresentar ao Mundo o meu Ipê "Guilherme". E aproveito para incentivar todos os cidadãos a plantar uma árvore, pelo menos, no decorrer das suas vidas. O retorno de tal acto é muito gratificante em todas as nuances e a Natureza agradece.

domingo, outubro 07, 2007

JOAQUINZINHOS

Passeava hoje entre as bancas da feira livre, quando o peixeiro de chamou: "português, vem cá!". Atendi ao chamado porque o português sou eu mesmo e assim sou tratado pelos meus amigos e conhecidos aqui no Brasil. E até gosto; não faço questão da omissão do meu nome na troca com o adjectivo que é honroso e carinhoso.
Na sua banca mostrou-me um pacote de carapaus e disse tê-los guardado para mim. Oba! Adoro comer carapaus e tanto maior a minha alegria em virtude de nunca se verem à venda por aqui... Normalmente veem juntos com as sardinhas quando estas são pescadas. Separam-se e jogam-se fóra como se lixo fôsse. Inacreditável isso, quando tantos passam fome neste país e uma grande maioria não tem posses para comprar peixe para comer.
O meu amigo peixeiro nada me cobrou pela "iguaria". Peguei o embrulho e trouxe-o para casa. Neste Domingo eu não iria comer a tradicional macarronada que a companheira sempre faz, mantendo viva a tradição dos seus ascendentes italianos. Preparei eu mesmo a minha inusitada refeição confeccionando um saboroso arroz com tomate e fritando o peixe. Simples assim.
Senti-me como se estivesse no meu Alentejo saboreando os meus Joaquinzinhos, pois também assim lá costumam ser chamados os carapaus. Tudo acompanhado por um vinho tinto (não do alentejano que é muito caro...) gaúcho de média qualidade.

sábado, outubro 06, 2007

BIOCOMBUSTÍVEIS

Por onde o Presidente do Brasil passa faz questão de desfraldar a bandeira dos biocombustíveis como sendo a joia da corôa do seu governo. E defende ser a solução para os problemas climáticos do planeta. Será?
Celso Amorim, chanceler da República, é peremptório quando rebate a tese de que a produção de alimentos é afectada pelo crescimento da cultura da cana de açúcar para a produção de etanol.
O Instituto de Economia Agrícola apresenta dados que apontam para a diminuição das áreas de cultivo de 32 produtos agrícolas numa média de 13%, com destaque para o algodão (40%) e a redução do rebanho bovino em um milhão de cabeças, além da diminuição da produção de leite.
O desmatamento da Amazónia é e sempre foi violento e criminoso. Muitas áreas são desmatadas simplesmente para a comercialização ilegal da madeira e por lá ficam as enormes clareiras abandonadas. Grande extensão foi desmatada para dar lugar à criação de gado ou plantio de soja. E sempre se dizia que nessas terras o plantio de cana de açúcar é inviável dado as características a terra. Todavia, com a actual febre dos biocombustíveis, nem soja nem gado se estaleceram e a cana começa a avançar.
A colheita da cana de açúcar é um verdadeira trabalho escravo. Os que trabalham nessa área em algumas regiões do Estado de S. Paulo são oriundos dos Estados do nordeste e Minas Gerais. Segundo dados da Pastoral do Migrante, são homens jóvens com idade compreendida entre 15 e 35 anos de idade. São terriveis as condições em que vivem e trabalham. Baixos salários, surrupiados depois para pagamento de alojamento e alimentação... Alto o número de baixas por motivo de doença, ferimentos e incapacidade física.
A mecanização desta cultura é viável a exemplo de todas as demais. Num ou noutro ponto já observamos colheitadeiras fazendo esse serviço, mas é muito pouco e isso contraria o interesse desses senhores, dessa casta que teima em não desaparecer e que ao longo dos anos escraviza e manipula a educação desse povo sofrido.
Afinal, vale a pena tanto alarde e tanto empenho por parte das autoridades em transformar a cana de açúcar numa comoditie? Fazer dela mais uma moeda de troca e abastecer aqueles que jamais se preocuparam com a defesa do meio ambiente? Acho eu que esta deveria ser uma cultura local para consumo próprio, respeitando a dignidade humana, e que cada país tente resolver esse problema dentro das suas fronteiras.
Imagens: www.radiobras.com.br

sexta-feira, outubro 05, 2007

REFLEXÃO DE UM SENADOR

Quando ingressei na vida pública, há cinco décadas, eu apertei o botão de subida do elevador da política, no seu sentido mais puro. E ele subiu.
Parou em muitos andares. Abriu e fechou. Muitas vezes, parecia que as portas emperravam, presas a grades e a paus-de-arara. Mas, mesmo assim, abriam-se, com o esforço de todos os passageiros.
Havia uma voz, que anunciava cada etapa dessa nossa subida, na busca do destino almejado por todos nós. "Liberdade", "democracia", "anistia", "diretas-já". Não era uma voz interna. Ela vinha das ruas, e ecoava de fora para dentro.
Vi gente descer e subir, em cada um dos andares deste edifício político.
Comigo, subiram Ulysses, Tancredo, Teotônio. Já nos primeiros andares, vieram Covas, Darcy.
Mais um ou outro andar, Lula, Dirceu, Suplicy. Outros mais, Marina, Heloísa.
De repente, o elevador parou entre dois andares. Alguém mexeu, indevidamente, no painel. Parece que alguns resolveram descer e fizeram mau uso do botão de emergência. O Covas, o Darcy, o Ulysses, o Tancredo, o Teotônio já haviam chegado a seus destinos.
Sentimos, então, uma sensação de insegurança e de falta de referências.
Apesar dos brados da Heloísa, parecia que nada poderia impedir a nossa queda livre.
A cada andar, uma outra voz, agora de dentro para fora, anunciava, num ritmo rápido e seqüencial: "PC", "Orçamento", "Banestado", "Mensalão", "Sanguessugas", "Navalha", "Xeque-Mate". Alguns nomes, eu nem consegui decifrar, tamanha a velocidade da descida.
E o elevador não parava.
Nenhuma porta se abria.
Haveria o térreo, de onde poderíamos, de novo, ganhar as ruas. É que imaginávamos que seria o fundo do poço do elevador da política.
Qual o quê, não sabíamos que o nosso edifício tinha, ainda, tantos, e tão profundos, subsolos. Daí, a sensação, cada vez mais contundente, de que o baque seria ainda maior. Quantos seriam os subsolos? Até que profundezas suportaríamos nessa queda livre?
Mais uma vez de repente, o elevador parou, subitamente.
Uma fresta, uma sala, uma discussão acalorada. Troca de insultos.
Uma reunião da Comissão de Ética da Torre Principal do Edifício.
O Síndico teria pago suas contas pessoais com o dinheiro do Condomínio, através do funcionário do lobby de um outro edifício. E, por isso, teria, também, deixado de pagar pelos serviços de manutenção do elevador. Mais do que isso, o zelador também não havia recebido o seu sagrado salário, para o pão, o leite, a saúde e a educação da família. Idem o segurança.
Mas, havia algo estranho naquela reunião: os representantes dos condôminos, talvez por medo de outros sustos semelhantes, em outros solavancos do elevador, defendiam, solenemente, o Síndico.
Ninguém estava interessado em avaliar a veracidade das suas informações. Nem mesmo as contas do Condomínio. Queriam imputar culpa ao zelador e ao segurança. Ou, quem sabe, teria o tal Síndico informações comprometedoras, gravadas nos corredores soturnos do edifício, a provocar tamanha ânsia solidária? Não se sabe, mas, tudo indica, isso jamais será investigado, enquanto vigorar a atual Convenção de Condomínio.
Há que se rever, portanto, essa Convenção.
Há que se consertar esse elevador.
Há que se escolher um novo ascensorista.
Há que se eleger um novo síndico.
Há que se alcançar o andar da ética.
A voz das ruas tem que ecoar, mais alto, nos corredores deste edifício.
A voz de dentro, parece, insiste em continuar violando os painéis de controle.
Até que não haja, mais, subsolos.
E, aí, o tal baque poderá ser irreversível. Não haverá salas de comissões de ética.
Porque não haverá, mais, ética. Quem sabe, nem mesmo, edifício.
Senador Pedro Simon (PMDB-RS)
Compilado da Internet

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

Comemora-se hoje o 97º aniversário da Proclamação da República Portuguesa.
Nada acrescentarei aqui neste espaço, além da lembrança da data, pois que muita tinta irá correr do bico das penas de quem muito mais bem informado está a respeito dos acontecimentos de antanho.

OPINIÃO DE AQUÉM MAR

É sempre preferível ser "interrompido" na SIC do que... no COITO!!!

segunda-feira, outubro 01, 2007

TIMOR: VIOLÊNCIA PROGRAMADA POR JACARTA

Na audiência na Comissão de Verdade e Amizade, um elemento da milícia pro-Jacarta admite que os responsáveis pela violência em 1999 foram o Presidente indonésio, Habibie e seu Ministro de Segurança, General Tanjung.
Durante a última sessão de audiências na Comissão de Verdade e Amizade, estabelecideo por Indonésia e Timor Leste para promover a reconciliação entre os dois países vizinhos, Jhony Marques, um ex-milícia pro-Jacarta, que foi sentenciado a 33 anos de prisão por sua parte nos massacres de 1999, declarou que “todas as políticas foram feitas pelo governo central e a chefia militar em Jacarta”. Acrescentou que “Por isso, as autoridades, e especialmente o Presidente da Indonésia e o Menkopolkam (Ministro de Segurança) deveriam ser responsabilizados pelo assassínio em Timor Leste,” e considerou que não é justo pessoas como ele estarem presas e os verdadeiros responsáveis livres.
Marques, chefe da milícia Alfa, admitiu que enviou seus homens para atacar um comboio de freiras e um padre em Lospalos em 1999, e que estava sob a influência de drogas na altura. O ataque resultou em oito mortos e o abuso sexual de 300 mulheres.
As declarações, proferidas na quarta-feira na sede da Comissão em Dili, vêm na sequência da afirmação por Tomas Gonçalves, antigo líder distrital, que admitiu na terça-feira que dois generais indonésios na reserva tinham-no contactado para organizar milícias pró-integração em 1999. Gonçalves disse à Comissão que “Fomos convidados pelo Ministro da Informação Yunus Yosfiah, que disse que a Indonésia daria fundos e armas para aqueles que apoiavam a integração”.
A ONU defende que 1.000 timorenses foram chacinados na violência na altura do referendo sobre Independência em Timor-Leste, em 1999.
Créditos: Lao Mendes in "Pravda.Ru" - Díli - Timor Leste
Revisão ortográfica do autor do blog

ONTEM E HOJE

Muitos anos já se passaram, é verdade, mas sempre ficam gravados na memória momentos de tempos longínquos. Acontece com todos, claro. A algumas dessas passagens damos maior importância do que a outras e o grau desse registo é diferente em cada um de nós. Frequentemente lembro-me dos tempos em que estudava em Évora e frequentava o então Curso Geral de Comércio, uma variante do ensino secundário em Portugal, mais exactamente o ensino técnico profissional.
Naquele Verão tórrido defrontava-me com as provas orais das três línguas do currículum escolar --- português, francês e inglês. Diferentemente das demais disciplinas, estas não tinham dispensa da prova oral quando na escrita se atingia uma pontuação alta e pré fixada.
Na prova de francês fui "premiado" com a presença de um grupo de franceses amigos e convidados do então meu professor e também um dos examinadores, o saudoso padre Casquilho... Enfrentei esse desafio com uma certa destreza em contraponto a toda a minha habitual timidez. Saí-me bem e os franceses gostaram do meu desempenho, creio eu...
A lembrança mais importante e que fundamenta a crónica de hoje, é a prova de português. Ali estava o grupo de examinandos e examinadores naquela sala nº 2 da Escola de Santa Clara. Uns eram chamados a comparecer ao estrado da lousa para responderem às perguntas. A outros sugeria-se que escolhessem um texto do livro de leitura e o lêssem em voz alta respondendo, depois, a perguntas inerentes e a outras de cunho gramatical. A tudo eu ía assistindo e torcendo para que, chegada a minha vez, me mandassem escolher um texto também para leitura do mesmo. Aprendi a gostar de leitura e cultivo a prática até hoje. Afinal, eu estava com a página do livro marcada e seria só abri-lo ali... Gostava muito daquele texto e do autor e muitas vezes o tinha lido durante o ano.
Chegou a minha vez e tudo correu conforme o meu desejo. Estava com sorte naquele dia... Abri o livro. "O ninho da águia" de Fialho de Almeida seria a minha leitura. Comecei a ler em voz alta e firme. Obedecia rigorosamente à pontuação, dava uma entoação realista, recitava, até mesmo, numa total comunhão com a narrativa, exclamações e pensamentos. Ao contrário do que acontecia com os demais, não fui interrompido para terminar a leitura e dar lugar às perguntas. Deixaram-me ir até ao fim.
A leitura, por si só, foi a minha prova oral. Aprovado sem mais delongas. Jamais pensara que a simples leitura de um texto fôsse um exame completo sobre a real carga dos meus conhecimentos da língua. Mas foi!
Destas coisas do passado eu lembro-me frequentemente. Porém, não por nostalgia o que me trouxe aqui esta lembrança. Tudo girou em volta de uma notícia de primeira página na edição de hoje do conceituado jornal "Folha de S. Paulo": Aluno acaba 2° grau, mas sabe como o da 8ª série. --- Em SP, 43% têm abilidades de leitura e escrita esperadas para três anos antes.
Acrescento eu, que esse fenómeno negativo não se verifica só aqui e nem tão pouco no Brasil inteiro; vai mais além. Os próprios veículos de informação --- tv, rádio, jornais --- brindam-nos com verdadeiras pérolas da degradação da língua.
Reconheço que em todas as áreas o ensino e a aprendizagem estão regredindo e a caminho de um verdadeiro caos. Não sou um saudosista amarrado ao passado e que entrava o progresso. Sou num amante da nossa maior e mais bela riqueza: a língua portuguesa.