domingo, julho 24, 2011

Ramal Lisboa - Évora

Esta é uma notícia publicada no jornal da minha terra "Brados do Alentejo". Ela diz o seguinte:

"A CP vai lançar no próximo domingo, 24, uma nova oferta de Lisboa para Évora com quatro "intercidades" diários em cada sentido (dois de manhã e dois à tarde) que vão demorar apenas uma hora e vinte e um minutos entre Sete Rios e Évora, segundo anunciou o jornal "Público" na sua edição de terça-feira, dia 19.
De acordo com aquele diário, os "Intercidades" para a capital alentejana serão compostos por locomotivas 5600 (aptas a circular a 200 km/h) e três carruagens. O jornal adianta ainda que não haverá serviço de bar e que os comboios partem da Estação do Oriente, com paragens em Entrecampos, Sete Rios, Pragal, Pinhal Novo, Vendas Novas e Casa Branca. Mas um em cada sentido terá paragem em mais estações para assegurar algum serviço regional (demorando mais 10 minutos na viagem).".

Tenho 66 anos e fui usuário contumaz dos comboios daquele trajecto em toda a minha juventude e mais esporàdicamente na idade adulta. Sempre tive preferência pelos comboios porque me ofereciam mais tranquilidade e segurança, mesmo sabendo que poderia demorar o dobro do tempo ou até mais nas minhas idas de Lisboa a Évora e vice versa.
Durante o período do serviço militar que cumpri nas cidades de Santarém, Sacavém e Lisboa, por imperativo da ultra frágil situação económica pessoal, o meio de locomoção mais usual era a tradicional boleia (carona), mesmo sendo imprevisível o sucesso e horário de chegada ao destino. Muitas vezes dormi na estrada... Porém, "viciado" que me tornei nas boleias, vez ou outra usava o comboio.
Nas boleias a variedade de personalidades que encontrava era impressionante e, porque assim, gradativamente fui-me formando em psicologia nas verdadeiras estradas da vida. Para todo o tipo de assunto puxado à conversa, eu acabava por vencer a minha natural e exacerbada timidez e surfava, entendido, por uma multiplicidade de temas.
Nos comboios era muito diferente. Não havia pròpriamente a obrigatoriedade ou necessidade de entabular uma conversação com quem quer que fosse. Principalmente por se tratar de uma viagem maçadora e demorada, a maioria dos passageiros cochilava, fingia que dormia ou dormia mesmo, alguns até ao ponto de passar o destino sem acordar...
Para mim a viagem já era aproveitada de maneira diferente. Por ser "chata" para a maioria, sempre havia uma explosão de reclamações, algumas com e outras sem fundamento. Pela vagareza e quando de dia, a paisagem oferecia mil mistérios a desvendar. As paragens nas estações com embarques, desembarques e baldeações, estas últimas sempre na Estação de Casa Branca atendendo passageiros que íam ou vinham do Baixo Alentejo e Algarve, eram um verdadeiro maná de detalhes que eu guardava na cachola e muito me divertiam. Muitos eram militares e os assuntos por eles tratados eram para mim de suma importância, principalmente os que íam ou vinham de Tavira. Claro que isto quando eu também era militar...
A última vez que usei essa linha ferroviária, já lá vão alguns anos, oi numa ida a Portugal e coincidiu com uma greve geral nesse tipo de transporte. A travessia do Tejo num do barcos da CP já foi um pouco conturbada, mas completou-se até ao Barreiro. Ali o embarque no comboio já foi complicado e a partida demorou horas. Em todas as estações ficava parado por tempo sem fim, numa verdadeira afronta aos utentes. Sempre achei que jamais deveria haver greve nos serviços essenciais, apesar das minhas preferências esquerdistas...
Muito bom saber que no momento em que escrevo esta crónica já terá sido inaugurado esse novo serviço ferroviário. Nem preciso dizer que já estou ansioso por embarcar num desses comboios quando agora for a Portugal. Colherei muitos detalhes e imagens para poder colocar aqui depois. Posso até já adiantar que, mesmo ainda não ter conhecido tudo isso, seria uma boa ideia as autoridades estudarem a possibilidade do prolongamento do trecho até à fronteira com a Espanha em Elvas.
Muitas das linhas e belas estações estão desactivadas por esse país afóra. Que maravilha seria este ser um exemplo a seguir, pois ajudaria até na superação da actual e futuras crises. Os transportes mais baratos, seguros e gostosos. Afinal, em toda a Europa sempre foi e é assim.



Rio de Janeiro


Foto: Marcos de Paula (Ag. Estado)

terça-feira, julho 19, 2011

Faculdades Padre Anchieta - "Anchieta-1983"

Fiz o meu curso de Administração de Empresas na Instituição então denominada "Faculdades Padre Anchieta" na cidade de Jundiaí. De 1980 a 1983 fôram 4 anos lectivos e diàriamente (período nocturno) me deslocava desde Campinas, uma distância de 40 kilómetros. Não era fácil para quem árduamente trabalhava durante o dia e estudava à noite, o que com todos acontecia.

Após 25 anos do término do curso, ex alunos encontrámo-nos num restaurante de Jundiaí para um acertado Almoço de Confraternização. Foi o primeiro e fizémos promessas de realização de um segundo e seguintes. Porém, a vida movimentada e compromissos de muitos do Grupo só agora permitiu que nos encontremos pela segunda vez e no mesmo local.
Ocupo este meu espaço para propagandear o próximo "Almoço-Encontro", na esperança de conseguir contacto com aquela meia-dúzia de colegas que teimam em não aparecer e que não conseguimos encontrar.
O dia é 17 de Setembro -- Sábado -- no Restaurante Spiandorello, na Avenida Humberto Cereser, 6245 - Caxambu - Jundiaí.
Como da outra vez, alguns de nós começaremos a comparecer bem antes das 11 horas, pois há muita cachaça para experimentar e um bom pedaço de floresta cheio de animais exóticos para apreciarmos.
O contacto de algum colega perdido que apareça, poderá ser feito por e-mail, para o que basta clicar no ícone do mesmo aqui nesta página.




domingo, julho 17, 2011

Castigo sem Crime

Quase todos os dias, ou mesmo todos, nos deparamos com situações sui generis que nos despertam a atenção e espoletam uma série de pensamentos e conjecturas. Algumas vezes dá até para escrever um tratado a respeito. E reparem que o caso que abordo hoje dá muito pano para mangas na oficina de costura da Justiça. Gostaria até mesmo que visitantes do meu blogue, de grande número de países diversos, comentasse o que as leis dos mesmos apontariam para este caso. Acredito que haja uma convergência para o óbvio.
Já há muito tempo vivemos no Brasil uma situação dramática de insegurança e parece que a cada dia que passa tudo piora. As leis são aplicadas aos justos cidadãos normais, impiedosamente, e superficialmente ou até mesmo não aplicadas aos marginais criminosos da piuor espécie.
Por não acreditarmos mais nas Polícias e na Justiça, cada um de nós tenta defender-se de todos os modos ao seu alcance. Não podemos usar armas sem os complicados meios de obtenção de registos e licenças de porte e, assim, não as usamos para não termos problemas com a Justiça; os bandidos usam-nas de todo o tipo e ficam imunes...
Um cidadão de bem, de sobrenome Sousa e trabalhador rural no município de Formosa, cidade do entorno de Brasília, a exemplo do que acontece com milhões de brasileiros, teve a sua casa invadida por ladrões. No seu caso pelo menos 8 vezes e isso mexeu muito com os seus neurónios.
Sousa já teria registado alguns Boletins de Ocorrência na Polícia Civil e, como todos nós, começou a perder a esperança e a própria confiança naqueles que institucionalmente o deveríam defender ou trabalhar para resolver esses casos de polícia.
Num destes dias, Sousa teria que se ausentar de sua casa por um período de tempo maior que o costumeiro e colocou em prática um plano que havia concebido. Construíu uma armadilha baseada numa estrutura idêntica à que muito bem conhecemos e que serve para caçar animais selvagens. Disse ele que herdou esses conhecimento do seu avô.
Com dois canos que outrora já fôram galvanizados e agora enferrujados, apoiados numa tábua, ele fez a base da armadilha; com um esquema de arames ligados a uma ratoeira, formou uma espécie de gatilho que pela mola desta seria acionado. A munição eram cartuchos de arma calibre 12. A ratoeira estava lidada à porta e, quando esta fosse aberta, a arma era accionada.
Jeferson, o bandido, de 33 anos de idade pulou o muro da casa de Sousa em pleno dia e a polícia foi avisada. É até possível que ele tenha sido o ladrão das 8 vezes anteriores, mas isso jamais alguém saberá... Quando o ladrão abriu a porta, foi atingido com dois tiros no peito e morreu na hora. 
A polícia abriu inquérito. Para o delegado, o dono da casa deve responder sob a acusação de homicídio doloso --- quando há intenção de matar. A pena, se condenado, é de até 30 anos de prisão. Ele poderá responder por porte ilegal de arma.
"Homicídio doloso" e "porte ilegal de armas" são duas aberrações e tal não deveria poder sair da boca de um Delegado de polícia que é Bacharel em Direito. Para mim o indivíduo não teve a intenção de matar e sim a de  defender o seu patrmónio, coisa que a polícia não consegue fazer. E só poderia ser considerado porte de arma se esta estivesse, como o nome indica, sendo portada; e até admitindo que o simples facto de se ter uma arma em casa, inerte, possa ser consirado porte, este jamais seria o caso em questão.
Ao depor à polícia, Sousa disse que herdou a armadilha do avô, que a usava na fazenda para se proteger de animais. Disse que não sabia que ela podia matar. Aqui eu não concordo, pois acredito que ele sabia que a engenhoca é mortífera. Sousa foi liberado em seguida.
O Presidente da Acrimesp (Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo), defende que "a morte foi culpa só do ladrão". Já para alguns criminalistas não houve legítima defesa. "Para defender o patrimônio, você não pode matar."
Se o abate de um qualquer criminoso (ladrão, estuprador, sequestrador, etc.) configura o meio necessário para acabar com o acto criminoso em execução, a lei permite-o.
Gostaria que bons e competentes advogados oferecessem seus préstimos gratuitamente para a defesa de Sousa, cidadão de bem que passou a ter a simpatia de todos nós. E mais uma vez coloco aqui que "bandido bom é bandido morto!" e este é o caminho para acabar com a superlotação dos presídios e cadeias e até mesmo a redução vertiginosa da criminilidade.




quinta-feira, julho 07, 2011

A língua portuguesa no Brasil

 A professora pergunta a um aluno:
- Wandercleison, diga aí um verbo.
- Bicicreta.
- Não é bicicreta... É bicicleta! E bicicleta não é verbo.
Depois, perguntou ao segundo aluno:
- Helvispresli, diga aí um verbo.
- Prástico.
- Não é prástico... É plástico! E plástico não é verbo.
A professora, desesperada, perguntou ao terceiro aluno.
- Janedílson, diga aí um verbo.
- Hospedar.
- Muito bem! Hospedar realmente é um verbo!
Agora diga-me uma frase com o verbo que escolheu.
- Hospedar da bicicreta são de prástico!...
 
O texto acima é uma conhecida piada. Porém, alguém duvida que estamos caminhando para isso?
Com o livro didático, distribuído pelo Ministério de Educação e Cultura, que defendeu o uso da "linguagem popular", com erros grosseiros de português, não estaremos longe de conviver com situações desse calibre como a acima descrita.

segunda-feira, julho 04, 2011

Corinthians x São Paulo

♫ Era um time muito engraçado, torcida estranha, tudo viado. Libertadores foi campeão, mas do Corinthians não ganha não!!!
E foi sofrido, com muito esmero, tomou de cinco, acabou com zero... onde eles foram? Aí eu sei! Foi pra paulista, Parada Gay! ♫

sexta-feira, julho 01, 2011

Amazónia e Vietnam

Para muitas das indagações que aqui coloco, em matérias que expressam a minha revolta, a maioria dos cidadãos sabe a resposta. Porém, jamais devemos esquecer esses problemas e sempre teremos que estar alerta e denunciá-los.
Tive a oportunidade de viver em dois países governados por ditaduras ferozes e implacáveis --- Portugal e Brasil. Sei que as coisas não são difíceis nesse campo, pois a investigação é profunda e existem inúmeras forças delatoras que em muito facilitam as operações. Notemos que, mesmo que determinado indivíduo não fosse comunista, mas que tivesse postura contrária ao regime, fàcilmente era identificado, preso e até assassinado em seguida.
Perante o exposto no parágrafo anterior, pergunto como é tão difícil  identificar os grandes desmatadores da Amazónia? Acho e todos acham que essa identificação é muito fácil e só não se faz nada para conter esse desastre porque eles estão no Poder ou com o mesmo convivem umbilicalmente.
Eu já me sinto empedernido perante um infinito número de situações, porque o tempo vai cicatrizando muitas feridas abertas e aos poucos vamo-nos embrutecendo também. Porém, pela grandiosidade e o inusitado de certas dessas situações novas, ainda há espaço para outro momento de comoção e perplexidade.
No período de 1961 a 1971, as tropas americanas espargiram 80 milhões de litros de herbicidas, que continham 400 quilogramas de dioxina sobre o território vietnamita, de acordo com estatísticas oficiais.
Esse desfolhantes destruiram o habitat natural, deixaram 4,8 milhões de pessoas expostas ao agente laranja e provocaram enfermidades irreversíveis, sobretudo malformações congênitas, câncer e síndromes neurológicas em crianças, mulheres e homens do país. Não é o que parece nesta foto? Mas não é. 
No Brasil o Ibama identificou uma área de floresta amazônica, do tamanho de 180 campos de futebol, destruída pela ação de herbicidas.
A terra, que pertence à União, fica ao sul do município amazonense de Canutama, na divisa com Rondônia. O responsável pelo crime ambiental ainda não foi identificado pelo órgão.
Em sobrevoo de duas horas de helicóptero, na segunda semana de junho, analistas do Ibama observaram milhares de árvores em pé, mas desfolhadas e esbranquiçadas pela ação do veneno.
Encontraram também vestígios de extração de madeira por motosserras e queimadas, práticas usadas para limpar o terreno. Especialistas dizem que os agrotóxicos, pulverizados de avião sobre as florestas nativas, matam as árvores de imediato, contaminam solo, lençóis freáticos, animais e pessoas.
Numa outra comparação e ainda no passado no Vietnam, eles usavam uma mistura de dois herbicidas compondo o célebre agente laranja aplicado como desfolhante, não só para facilitar o pouso de helicópteros na floresta densa, como para achar os esconderijos do inimigo.
O Ibama apreendeu mais de quatro toneladas de veneno numa reserva de desenvolvimento sustentável no interior do Amazonas. O produto serviria para desmatar a floresta de forma silenciosa.
De acordo com o órgão ambiental federal, o veneno seria suficiente para destruir pelo menos 3 mil hectares (30 km²) de mata.
Os suspeitos de serem os responsáveis já foram identificados e podem responder por crime ambiental, com pena de até 4 anos de reclusão, além do pagamento de multa de até R4 2 milhões. Evidentemente que esse tipo de punição jamais acontecerá. Nem o nome dos criminosos será publicado.
De 1º a 3 de junho, especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobrevoaram o norte do Mato Grosso para verificar alertas de desmatamento indicados pelo DETER. Nesta região, de grande incidência de desmatamento, foram vistoriados cerca de 90 pontos de alerta que, somados, chegam a 200 km². 
O desmatamento no Estado do Mato Grosso chegou a 243 quilômetros quadrados no mês de abril, correspondendo a um aumento de 537% comparado a abril de 2010. Mais absurdo ainda são os dados relacionados a florestas degradadas, de 1.755 quilômetros quadrados, 13.500% maior do mesmo período do ano passado.
Em 1980 o uso de armas incendiárias (tais como o Napalm) contra civis foi proibido pelo Protocolo III da "Convenção sobre Proibições e Restrições ao Uso de Certas Armas Convencionais que Podem Ser Consideradas como Excessivamente Lesivas ou Geradoras de Efeitos Indiscriminados". E este é o caso, pois as pessoas estão sendo ameaçadas e eu digo que até directamente, pois uma árvore é para nós um sopro de vida. 


Notícia recolhida do Jornal "Folha de S. Paulo".
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