sexta-feira, novembro 10, 2017

Desmatamento doméstico

Moro numa casa alugada há 20 anos. Tem um grande quintal no qual já existia uma pitangueira e uma mangueira quando para cá vim morar.
A pitangueira e a mangueira são árvores frutíferas de grande porte e, por estarem plantadas junto ao muro de separação das casas dos vizinhos, que são dois inquilinos distintos, dividem os galhos entre os dois lados. Do mesmo modo as frutas...
Como jamais alguém reclamou, lá foram ficando e crescendo as duas árvores. Enquanto isso, plantei na calçada um Ipê amarelo e na área frontal da casa uma aceroleira e uma laranjeira. No quintal acrescentei a arvoredo com uma amoreira. Numa verdadeira mini Amazónia se transformou a minha casa e na copa das árvores aparecem pássaros de muitas variedades. Pardais, sebinhos, sanhaços, beija-flores, rolas, pombos, pica-paus, tucanos, sabiás, joãos de barro e muitos outros fazem os seus ninhos, descansam na sombra da folhagem ou se alimentam das frutas. É uma alegria total todas as manhãs com o chilrear dessas aves.
As duas casas do lado trocam os inquilinos com alguma frequência e, há sois anos, um deles começou a reclamar que as folhas e os frutosda pitangueira entupiam a calha do seu telhado, originando inundação no interior. Fiquei sem saber o que fazer, pois a casa não é minha e a pitangueira já existia quando para cá vim morar. A proprietária também nunca se manifestou.
Entrámos num acordo e se combinou que procederíamos a uma poda dos galhos maiores que passavam para o lado de lá. Mas isso nunca aconteceu e, entretanto, já por lá passaram outros dois inquilinos. O último reclamou com o proprietário da casa.
Mais uma vez eu fui abordado, mas desta vez pelo proprietário da casa do vizinho. Uma, duas, três vezes ele veio conversar sobre como podar a árvore. Já saturado, disse-lhe que cortasse os galhos inconvenientes.
Assim ele procedeu na passada sexta-feira. Cortou toda a copa deixando o tronco nú. Levou metade dos galhos cortados e prometeu-me vir buscar os restantes...
Pela minha experiência, tenho a certeza que o problema de inundação no interior da casa do vizinho persistirá. E porquê? Porque os rufos de escoamento da água da calha são estreitos e as chuvas são torrenciais. Deveria ser providenciado mais um rufo no meio da calha. Só que a pitangueira morreu...
O outro vizinho, para onde a mangueira estende os seus ramos, não gostou nada do que viu quando chegou a casa e, revoltado, veio conversar comigo.
Ele também gosta  da festa diária das aves e alugou aquela casa porque a sua mulher lhe pediu e exatamente porque moravam num apartamento e adoram a natureza. Aquele era o local ideal...
Mas, terei eu culpa em todo este processo de desmatamento? Logo eu que em toda a minha vida combati esse comportamento selvagem por parte de pessoas ignorantes. Estou muito aborrecido e tenho esperança que aquele tronco despido a amputado ainda brote. Quem sabe?







Doceria

AMEIXA D'ELVAS PRODUZIDA EM ESTREMOZ VENCE MEDALHA DE OURO
A Ameixa d’Elvas em calda, produzida pela Confibor, uma empresa de Estremoz, venceu a Medalha de Ouro no 6º Concurso Nacional de Doces de Fruta Tradicionais Portugueses, um concurso que valoriza os "genuínos doces e frutas tradicionais Portugueses e os doces de fruta de base tradicional".
As Ameixas D’Elvas confitadas em calda, têm denominação de origem protegida (DOP), são embaladas junto com a calda de confecção original e são habitualmente servidas como sobremesa, ou a acompanhar o famoso bolo Sericaia.
Mas o que é a Ameixa d'Elvas? O nome teve origem nos conventos de Elvas, que criaram a ameixa em conserva, da ameixeira Rainha Cláudia Verde, num processo demorado e único no mundo, muito apreciado na Inglaterra do século XIX, o que motivou uma indústria das ameixas naquela região, até à segunda metade do século XX.
Hoje a produção destas ameixas está reservada a poucos produtores e sob apertadas regras que preservam a denominação de origem.

quinta-feira, novembro 02, 2017