segunda-feira, agosto 27, 2012

Leitura e Gramática

Fiquei aqui meio estático durante alguns minutos para encontrar um título para esta minha crónica. Normalmente faço isso ao final da escrita pois que, consoante o desenrolar das ideias e situações, sempre surge uma opção final que se sobrepõe às anteriores. Mas neste caso achei que deveria pensar logo de começo e assim foi. Lembrei-me dos meus primeiros tempos do ensino primário (básico) e daqueles livros inseparáveis que passavam do mais velho para os irmãos mais novos.
Já aqui comentei sobre o quanto se fala erradamente nos programas de televisão e rádio, principalmente nos jornais telediários onde, a princípio, a linguagem deveria ser correcta, pois trata-se da maior e diversificada audiência e, a princípio, esses locutores ou apresentadores deverão ter cursado o ensino superior. A apresentadora ao despedir-se diz "Boa noite a todos e amanhã a gente se vê", isto depois de ter usado erradamente outros termos durante a apresentação do jornal. É claro que "a gente" tem um significado mais abrangente do que "nós" ou "nos", estes dois pronomes encaixados na relação entre quem está falando e quem está vendo e ouvindo. E porque só um está vendo o outro, nada de nos ver-mos amanhã...
São estas situações que em muito colaboram para o advento de novos e periódicos Acordos Ortográficos, normalmente propostos por quem mais termos iventa ou deturpa e que a maioria não aceita. Fica essa balbúrdia pipocando por aí...
Mas, acreditem, a imprensa escrita está a surpreender-me de modo impressionante! Está, também,  enveredando pelo caminho do assassinato da língua portuguesa.
Diàriamente leio três jornais impressos. Dois da cidade de Campinas e o outro, que talvez seja hoje o maior do Brasil e do qual sou assinante há doze anos --- Folha de S. Paulo.
Quanto aos dois primeiros, os erros com que me deparo eu deixo passar, não sem antes fazer a minha crítica silenciosa e reservada. Porém, no que tange à Folha e por ter conhecimento da severidade do seu Manual de Redação, não posso admitir que todos os dias pipoquem erros de português. E a coisa parece estar a ultrapassar o admissível, pois o próprio jornal chegou ao ponto de fazer essas correções no dia seguinte na sua coluna "Erramos". Lógico que quando eu coloco o termo "admissível" não é com o intuito de aceitar que algo nesse campo se aceite. Tem revisores para corigir esses deslizes.
O meu propósito não é uma crítica aos jornais, à constituição das suas equipes, enfim. O ponto exacto onde eu quero chegar é a verificação de que um certo analfabetismo, com que nos deparamos no dia a dia dos nossos relacionamentos, está a chegar onde era inimaginável.
Não sei onde todos nós vamos parar. Só sei que, como escrevera Chico Buarque numa das suas canções, a coisa aqui está preta. E atenção que o termo "preta" aqui e na canção não tem conotação racista. É sempre bom avisar porque cada vez há mais mentes incultas ou que cujas culturas deixem muito a desejar e, por conseguinte, poderão tentar me aporrinhar...
Nos meus filhos não coloco mais esperança, apesar de que todos eles são bem educados. Já não será a sua geração que irá consertar as coisas. Todavia acredito muito em que os meus netos venham a ter essa possibilidade de unir forças com outras mentes esclarecidas e recuperar o que duas gerações perderam.

terça-feira, agosto 14, 2012

Gramática e Política



Filho da puta  é adjunto adnominal, quando a frase for: "Conheci um político filho da puta".
Mas se a frase for: "O político é um filho da puta" ------- é predicativo.
Agora, se a frase for: "Esse filho da puta é um político" ------- é sujeito.
Porém, se o cara aponta uma arma para a testa do político e diz: "Agora nega o roubo, filho da puta!" ------- é vocativo.
Finalmente, se a frase for: "O ex-ministro......, aquele filho da puta, desviou o dinheiro
das estradas" ------- é apôsto.
Que língua a nossa, não?!
Agora vem o mais importante para o aprendizado: Se estiver escrito: "Saiu da presidência em Janeiro e ainda se acha presidente." ------- O filho da puta é sujeito oculto...

Frutas Tropicais (Caramuri)


O caramurizeiro, árvore que dá a agora célebre fruta caramuri, é muito alta como todas as que disputam a luz na selva amazônica. Chega a medir 25 metros. Por isso mesmo, os índios cortam o tronco bem rasteiro com as suas catanas ou machadinhas quando vão colher a fruta, uma vez que é impossível chegar-lhe lá nos confins da copa. Não diria que seja impossível, mas certamente muito difícil. Contudo, plantada em região descampada, algo que actualmente já se começa a fazer, ela se torna frondosa e o caule engrossa, diferentemente de suas irmãs no meio da mata. Nesse caso já não se torna necessário o seu abate para a colheita das frutas muito saborosas.
Eu jamais vi ao natural uma dessas frutas, pois a árvore só frutifica de quatro em quatro anos e, por isso, a produção acaba por não ser mercantilizada. Não aparece aqui nos Mercados da minha região.
O caramuri é uma fruta  pequena e nasce colada nos galhos que ficam na copa. O local de ocorrência natural da árvore é uma localidade ribeirinha chamada São Francisco do Caramuri, nas proximidades do município de Itacoatiara no Estado do Amazonas.
Estando ciente que a maioria das visitas ao meu blog  centraliza-se nas matérias sobre frutas tropicais, eu resolvi hoje falar do caramuri, seguindo essa tendência e porque o mesmo está famosíssimo. Mas, infelizmente, não o faço do mesmo modo que fiz com outras frutas anteriormente e exactamente pela falta de conhecimentos científicos.
Os biólogos estimam que existe 1,8 milhão de espécies de animais e vegetais catalogados na Terra e ainda de 10 a 40 milhões que não foram sequer descritas. Boa parte dos vegetais está na Amazônia, região que concentra a maior biodiversidade do planeta e uma prova desse desconhecimento é o caramuri.
O trabalho de pesquisa sobre o caramuri deve iniciar-se pela investigação do ciclo de germinação em todas as suas nuances. Passada esta fase,  será investigado se de fato o caramuri só dá fruto de quatro em quatro anos e se isso é uma característica genética da espécie ou ocorre porque a árvore está em competição por luz e nutrientes no meio da floresta.
Resta-me, então, explicar o motivo da minha abordagem da fruta e o porquê da mesma estar tão famosa no momento.
Ela foi escolhida pelo povo da Amazónia para ser símbolo da bola a ser usada na próxima Copa do Mundo a realizar-se no Brasil e o resto do país aceitou essa ideia com muito carinho. Afinal, só frutificando a cada 4 anos e tendo sido a última frutificação em 2010, nada mais a ser cogitado.
Porém,  neste pretérito domingo  pela manhã, no programa “Esporte Espetacular”, da Rede Globo, a FIFA e a Adidas (fabricante da bola) lançaram uma campanha para que a população escolha, via Internet, o nome da bola e das 3 opções apresentadas não constava o nosso caramuri.
Apenas três opções horrorosas e muito desgastadas constam na lista anunciada: Bossa Nova, Brazuca e Carnavalesca. Em nenhum momento foi explicado como estes nomes foram selecionados para a disputa. Isto foi um grande golpe na já enraizada campanha que pretendia fosse escolhida a nossa frutinha e por uma série de razões ambientais, culturais e de sustentabilidade
Eu tive que usar fotos que retirei da Internet e que não referiam os créditos, algo que deixei de fazer há algum tempo por causa de uma reclamação. Passei a comprar as frutas das quais me proponha a escrever e delas tirar as respectivas fotos e com mais propriedade referir as suas qualidades. Desta vez fico devendo isso…

segunda-feira, agosto 13, 2012

Verso e Reverso

Muitos dos emigrantes já sentiram na pele o problema que vou abordar hoje.
Tentei a melhor forma de poder transcrever para aqui a foto acima, que se refere a uma página do Facebook. Foi o melhor que consegui e acho que é possível ler o conteúdo do diálogo travado entre eu e outro usuário. Acrescento agora que, enquanto eu estava tratando da foto, reparei que o parceiro do diálogo retirou os seus comentários e isso deve ter sido por orientação dos gestores da página (?). De qualquer forma, não vou abordar mais este assunto retratado e sim o problema na generalidade.
Depois que cumpri a minha comissão militar em Timor (1970), emigrei para o Brasil em 1972. Naquela época era difícil conseguir um razoável emprego em Portugal antes de ir para a tropa e, depois que voltava quando terminava os 4 anos de serviço militar já nos consideravam velhos...
Tenho 40 anos de Brasil e já assisti a muita coisa. Primeiro a guerra dos dentistas portugueses com os brasileiros; depois a revanche aqui por determinação do então chanceler Fernando Henrique Cardoso e disso eu fui vítima um dia no aeroporto de Cumbica. Depois outras escaramuças do mesmo tipo, mas sempre pela incompetência de alguns para as evitar ou resolver.
Todavia, os portugueses sempre se deram bem aqui e noutras partes do Mundo. São trabalhadores, muito competentes e são muito respeitados por isso. A colónia portuguesa é muito grande e quase todo o brasileiro tem sangue português...
Aqui, apesar de ter filhos e mulher brasileiros e de jamais ter levado para fóra do país um único tostão para aforrar, vez ou outra tenho que escutar baboseiras típicas de um ou outro ignorante. É o caso de nos apontarem como surrupiadores do ouro da Colónia. É o caso de, também, nos quererem incomodar ao contarem piadas de português. No primeiro caso eu costumo perguntar o sobrenome do reclamante e vejo que é Silva, Oliveira, enfim. É quando eu respondo: "Porra! os seus avós pertencíam à quadrilha. Afinal, eles eram portugueses..." E no que diz respeito às piadas, quando o indivíduo me conta uma, eu dou risada e conto outra também de português; é aqui que eu os desarmo...
Em Portugal as coisas não são diferentes e eu também senti isso na pele. Sim! Voltei para lá em 1990 e por lá fiquei até final de 1995. Trabalhei como Representante/Vendedor e um belo dia em, Estremoz, ao visitar pela enésima vez um possível comprador, além de nada vender ainda senti que estava sendo discriminado por causa da minha pronúncia meio abrasileirada. O tipo pensava que eu era brasileiro. E não aguentando mais desaforos, tirei da carteira o meu Bilhete de Identidade, mostrei-o para que ele se certificasse que, além de português eu era estremocense. Depois, agarrei-o pelos colarinhos e disparei um monte de impropérios.
Se todos os portugueses da diáspora resolvesem regressar à terra natal, duplicaria a densidade demográfica do nosso pequenino rectângulo à beira mar plantado. Acho que actualmente não fica bem o termo "jardim"...
Um indivíduo que se proponha realizar um estudo aqui no Brasil, verifica que, além das tradicionais colónias portuguesas do sudeste e sul, tem no nordeste um avultado número de novos patrícios trabalhando ou investindo e que para cá vieram ainda nos bons tempos dos subsídios europeus a fundo perdido. Agora, com a terrível crise em Portugal e adjacências, é impressionante o tamanho da onda imigratória.
Os de cá e os de lá, brasileiros e portugueses, devem de uma vez por todas, parar de afirmar algo que desconhecem na essência. E isso vale para todos os campos do conhecimento. Os demais, com um pouco mais de cultura e conhecedores dos factos, esses sempre defenderão a nossa fraternidade.
Seria uma boa, no momento, Dona Dilma assumir Portugal como Colónia num prazo suficiente para a total recuperação... Infelizmente, pelo número de maus políticos que tem aqui, seria pior a emenda que o soneto.
Conterrâneos! Providenciem um expurgo dessa canalha que se tem alternado no poder desde o 25 de Abril e substituam-nos pelo voto democrático e consciente. Esse é o caminho. Nós, os da década de 60 e na maioria fóra do país, já fizémos a nossa parte com suor, sangue e lágrimas.
 

domingo, agosto 12, 2012

Janelas de Évora


Um Retrato do Brasil

Um prédio de 4 andares foi totalmente destruído pelo fogo; um incêndio terrível. 
Todas as pessoas das 10 famílias de Sem-teto, que haviam invadido o 1º andar e os filhos de presidiários que ganham salário de 850 reais, faleceram no incêndio.
No 2º andar, todos os componentes das 12 famílias de retirantes, que viviam dos proventos da "Bolsa Família", também não escaparam.
O 3º andar era ocupado por 4 famílias de ex-guerrilheiros, todos beneficiários de ações bem sucedidas contra o Governo, filiados a um ParTido politico influente, com altos cargos em estatais e empresas governamentais, que também faleceram.
No 4º andar viviam engenheiros, médicos, advogados, professores, empresários, bancários, vendedores, comerciantes e trabalhadores com suas famílias. Todos escaparam.
Imediatamente a "Presidenta" da Nação e toda a sua assessoria mandou instalar um inquérito para que o Chefe do Corpo de Bombeiros explicasse a morte dos "cumpanheiros" e por que somente os moradores do 4º andar haviam escapado.
O Chefe dos Bombeiros respondeu:
- "Eles não estavam em casa, estavam trabalhando!"

Mariano José Trindade

Hoje é comemorado o Dia dos Pais, do mesmo modo que num outro dia do ano se comemora o Dia das Mães. Fiz questão de mencionar os dois dias por causa das rasteiras da língua portuguesa... Dia dos Pais pode entender-se como dia de ambos.
Feche-se a gramática e debrucemo-nos sòmente na prosa fluente sem ter que reparar nessas regras.
Esta é uma daquelas datas que não ocorre ao mesmo tempo em todos os países, pois em muitos é uma diferente entre si. Assim, temos em Portugal o dia 19 de Março que segue o calendário católico por ser dia de São José. No Brasil é o segundo Domingo de Agosto.
Deixei passar a data portuguesa em branco, mas não a brasileira. É natural que poderia ser uma ou outra a data para reverenciar o meu falecido Pai que, se vivo, estaria com 102 anos feitos no pretérito 21 de Julho. A primeira data passou em branco porque eu me esqueci, na verdade. Seria a ideal porque, afinal, meu Pai era português, sempre viveu em Portugal e era carpinteiro-marceneiro, algo a ver com o santo...
Da segunda data me lembrei porque no meu negócio hoje eu vendi alguma mercadoria que os fregueses adquiriram para presentear os seus pais, além do que essas datas são parâmetros de um planeamento de compras e de vendas.
Posso garantir que, se dependesse só dos meus filhos --- 3 em Portugal e 2 no Brasil, esse "Dia dos Pais" passaria em branco. E não se trata de uma reclamação da minha parte, pois eu jamais reclamaria deles por atitudes desse naipe. Eles não ligam para essas datas de cunho mercantil e eu também não. Até me sinto feliz, de certo modo, porque eles saíram a mim...
Tudo bem. Pensei este ano em fazer uma homenagem ao meu Pai quando do aniversário da sua morte ou no próximo dia 24 que é o aniversário do seu nascimento. Iria escrever uma matéria e pedir que fosse publicada no jornal da terrinha, Estremoz, o Brados do Alentejo. Mas passei por cima de tudo isso e vou restringir-me aqui ao meu espaço cibernético.
Fóra da sua profissão em que ele era reconhecidamente um dos maiores, os seus grandes passatempos eram a caça e a pesca desportiva. Mas era muito conhecido pelo apelido de "Mariano Polícia", profissão que também exerceu mas por pouco tempo ou pelo cognome de "Papa Bichos", pois qualquer um destes poderia fazer parte do cardápio dos maravilhosos e saborosos petiscos que cozinhava e partilhava com os amigos nas tabernas de Estremoz.
Poderíamos dizer também e na verdadeira acepção da palavra, que ele era um Palhaço. Ele inventava situações hilariantes, arrancava risadas dos demais e sempre parecia estar feliz. A foto que escolhi para esta crónica mostra o senhor Mariano Trindade no Terreiro do Paço, em Lisboa, regressando de uma pescaria das habituais que fazia numa ou noutra margem do Rio Tejo, com as respectivas canas (varas) e nelas pendurado um coelho bravo. Possìvelmente teria alguns peixes no mengacho na mão direita...
Criou esta situação inusitada e atingiu os seus propósitos quando todos os transeuntes o questionavam sobre o tipo de isca usada para pescar aquele troféu ou com ele trocavam uma prosa alegre. Muitos o conheciam na Baixa de Lisboa porque ali era o seu reduto de trabalho e moradia, depois que havia muitos anos saíra de Estremoz primeiro e de Évora depois. Era o Alentejano da carpintaria dos Correios e apreciador de copos do tinto nas Rua dos Correeiros e Douradores ou no Poço do Borratém.
Vi o meu pai pela última vez quando em 1972 emigrei para o Brasil. Ele viveu mais 12 anos e ainda conheceu três dos seus netos. Sinto muito a sua falta em momentos que poderíamos ter dividido como adultos, em que ele me poderia ter transferido mais da sua experiência de um modo diferente daquele quando ele era adulto e eu criança. Houve muitos vazios na nossa convivência e naturalmente nenhum deles jamais poderá ser preenchido. Tento remediar muita coisa do modo que mais me está à mão como, por exemplo, a respeito dele muito falar com os meus netos e sempre o colocando no ponto mais alto do pedestal. Hoje mesmo eu o estou a homenagear aqui.
Saravá, meu Velho!


sábado, agosto 11, 2012

PP de PqP

BRASÍLIA - A rede social Facebook poderá ter que suspender o acesso dos usuários em todo o país por 24 horas por descumprimento da legislação eleitoral. A decisão é do juiz da 13ª Zona Eleitoral, de Florianópolis, Luiz Felipe Siegert Schuch. No final da tarde desta sexta-feira, o Facebook apresentou a Schuch pedido de reconsideração da decisão. O juiz ainda analisa o caso, que só deve ser decidido na próxima segunda-feira.
Se a decisão do juiz for mantida, o Facebook deverá interromper o acesso à rede social e apresentar a informação de que o site está fora do ar por descumprir a legislação eleitoral. Se essa determinação não for atendida, a empresa terá que pagar multa diária de R$ 50 mil e o prazo de suspensão do Facebook no país será duplicado.
De acordo com a decisão, o Facebook descumpriu uma liminar anterior que determinou que fosse retirada do ar a página "Reage Praia Mole". A suspensão foi solicitada pelo vereador Dalmo Deusdedit Menezes (PP), de Florianópolis, que concorre à reeleição. O parlamentar argumentou que houve veiculação de "material depreciativo" contra ele, feita de maneira anônima por um usuário. O juiz eleitoral também determinou a identificação das pessoas que criaram a página no Facebook.
Segundo o TRE-SC, o Facebook poderá recorrer ao tribunal regional ou ainda ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A assessoria de imprensa do Facebook no Brasil informou que ainda aguarda um posicionamento oficial da sede, na Califórnia (Estados Unidos), para se manifestar.

 http://br.noticias.yahoo.com
 http://reagepraiamole.blogspot.com.br/
 https://www.facebook.com/reagepraiamole2

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Compartilho aqui esta notícia e coloco os endereços para que os meus leitores possam certificar-se dos acontecimentos que constituem uma verdadeira afronta à liberdade de expressão. Partilho do interesse de muitos em fazer uma grande corrente de acção e mostrar ao Brasil o que acontece lá em Santa Catarina e o que está certo e errado. Quem sabe se o tiro desse indivíduo não saíu pela culatra?!...

segunda-feira, agosto 06, 2012

Amadorismo Olímpico

Ao mesmo tempo em que digito as linhas que compõem esta crónica, ainda correm na tela da tv imagens da premiação dos medalhistas olímpicos na prova de argolas na ginástica.
O campeão foi o brasileiro Arthur Zanetti, um jovem que palmilhou uma carreira muito difícil.
Neste exacto momento ele, Zanetti, está dando uma entrevista à reporter da Record e vejo na simplicidade e fluência das suas palavras, na sua alegria e postura, na sua modéstia, algo que vai cativar muito o povo brasileiro e, finalmente, fazer com que este pense muito sériamente na educação física e desportiva no Brasil e comece a pressionar os seus governantes para que desenterrem a enorme capacidade e competência de futuros atletas.
Fiquei muito emocionado, comovido, com estas imagens e até a interpretação do hino brasileiro me humedeceu os olhos. Isto não só porque quarenta dos meus sessenta e sete anos de idade foram e estão sendo passados no Brasil, mas também porque a ginástica olímpica e o atletismo fazem parte da minha vida.
Na década de sessenta o Lusitano Ginásio Clube (de Évora) que até então fizera parte do futebol de elite em Portugal, mantendo-se por muitos anos na primeira divisão, começava a decair. Já na segunda divisão, tinha grandes dificuldades para manter em dia o pagamento dos salários dos seus jogadores.
Pela capacidade e interesse que eu sempre demonstrara nas aulas de educação física do curso secundário da Escola Industrial e Comercial de Évora, fui convidado a participar das classes amadoras de atletismo e ginástica do citado clube e aceitei.
No atletismo, nunca tinha visto aqueles sapatos especiais com uma espécie de prego no solado para agarrar bem ao solo e jamais havia tocado um dardo, peso ou martelo. Na ginástica, a classe especial de mesa alemã, a barra fixa, cavalo de arção e as argolas eram também uma novidade. O Presidente do clube, senhor Nunes, era gerente bancário na cidade e se entregara de coração a essas actividades e tudo ele pagava do seu bolso. Puro amadorismo!
Especializei-me nos saltos da mesa alemã, argolas e nos 100 metros rasos. Eu tinha grande poder de elevação, muita força e muitíssima velocidade.
O atletismo durou muito pouco tempo. Não passou de um ano. Ainda tentei participar do mesmo no Juventude, clube rival, mas não me aceitaram exactamente por causa da burrice dessa rivalidade... Assim, continuei na ginástica do Lusitano até ingressar nas fileiras do Exército e, após os quatro anos do cumprimento obrigatório dessa missão, nada mais de tudo aquilo existia. Foi bom enquanto durou.
Até aos dias de hoje eu continúo apaixonado pela ginástica olímpica e pelo atletismo. Sempre que posso assisto a algumas exibições ou competições. E nas Olimpíadas deixo de assistir a muita coisa aguardando a vez dessas especialidades.
Às vezes eu vivo a coisa tão intensamente que parece haver dentro de mim, ainda, a capacidade de fazer igual ao que estou vendo. Sei, porém, que na primeira tentativa haveria fisgada nos músculos meio fácidos, nos nervos meio atrofiados e quebra dos ossos desgastados...