terça-feira, dezembro 29, 2009

Mata e esfola…

O cidadão britânico, um tal de Akmal Shaikh, foi hoje executado na China. Cumpria pena por contrabando e tráfico de drogas.
Dizia-se inocente da mesma maneira que a maioria dos condenados e vários governos e organizações pediram clemência.
Logo esse governo britânico a chiar tanto, quando mata sem dó nem piedade inocentes reais como o do brasileiro Jean Charles. Hipocrisia!
Envieem a sua armada para lá como fizeram nas Malvinas e verão o que é bom para a tosse…
Existem leis e posturas de alguns países que, independentemente das suas orientações religiosas e culturais são condenáveis por todo o mundo civilizado. Mas este tipo de lei que condena à morte traficantes e políticos corruptos só tem que ser respeitada e, digo até, copiada. Isso melhoraria muito a situação em países que nós tão bem conhecemos.
Muitos figurões certamente sentem um certo mal estar  quando tomam conhecimento de notícias como esta. Não é verdade?

Conterrâneos ilustres

500x500Na quarta edição do “Prémio de Artes Casino da Póvoa” foi distinguido o artista plástico Armando Alves, com um prémio no valor de € 30.000,00.
O prémio, além da aquisição de uma obra do artista premiado, envolveu a publicação de uma Monografia.
Armando Alves recebeu o prémio no passado dia 18 de Dezembro, numa cerimónia que teve lugar no Casino da Póvoa.
A obra adquirida a Armando Alves, que passa a integrar a colecção de arte do Casino da Póvoa, é uma escultura, sem titulo.
Pintor alentejano, Armando Alves nasceu em 1935, em Estremoz. Após tirar o Curso de Preparação às Belas-Artes da Escola António Arroio (Lisboa), seguiu-se o Curso de Pintura da Escola de Belas-Artes do Porto, que concluiu com a máxima classificação. Foi docente desta escola entre 1962 e 1973.

Salavaux

Este, como muitos seguidos dias chuvosos, propôs-me nada mais além que uma navegação a esmo pela internet. Não de propósito, lendo uma matéria publicada num jornal de Genebra (Suiça), referente a métodos de racionalização de produção de leite, vi que a mesma era assinada por alguém nada estranha para mim. Josette Hurni, da cidade de Salavaux, no cantão de Vaud.
Não me lembro se alguma vez na minha juventude consultei uma qualquer enciclopédia das melhores para procurar essa cidade e região. Devo ter consultado e nada achado… Hoje a internet abre-nos todos esses caminhos com facilidade e assim encontrei três fotos referentes, sendo uma delas a que ilustra esta crónica.
Josette foi uma das dezenas de correspondentes epistolares que tive naqueles anos dourados. Dourados, talvez nem tanto numa visão geral, mas certamente noutra mais pontual. Era uma das mais assíduas no escrever e assim, aliando-se o detalhe a outros aspectos positivos, foi também participante de um grupo mais íntimo e escolhido.
Confesso que eu não escrevia mais para Josette porque sempre tinha que o fazer em francês e o que aprendia naquela época na escola, o mesmo que sei hoje, não era assim tão fluente e ocupava muito tempo para escrever uma carta. Algumas vezes, até mesmo, recorri a uma professora da língua para traduzir os meus rascunhos, mas as minhas possibilidades económicas restringiam-me esse luxo, além do entrave da minha timidez ao expor detalhes íntimos…
Acho que já aqui uma vez escrevi algo a respeito de mania que não abandono e que nem sempre é pertinente. O caso de me lembrar de pessoas que de algum modo fizeram parte da minha vida de antanho e, porque guardo os endereços, resolvo enviar um cartão de Natal ou coisa do género. Nem sempre essa atitude é bem interpretada e, como no caso de Josette, recebi uma vez resposta dizendo que era casada, que tinha a sua família, etc. e tal, dando-me a entender que não era para escrever mais…
Sou uma pessoa respeitadora e jamais escreveria alguma coisa fora das linhas. Não considero que eu esteja errado, mas comecei a admitir que nem todas as pessoas pensam como eu e tornei-me mais cauteloso.
Nada se passou entre eu e Josette além de uma amizade bonita. Porém, admito que até algo mais poderia ter-se passado se a minha escolha tivesse recaído nela ao invés da brasileira que fazia parte daquele grupo restrito e que veio a ser a minha primeira esposa.
Olhando para as fotos de Salavaux e pelo que conheci pessoalmente de Genebra quando lá estive na década passada, até que eu poderia ter-me movimentado no sentido de, clandestinamente, ter saído de Portugal, fugindo à guerra e viver lá hoje tranquilamente.
Mas, será que “tranquilamente” é o termo certo? Pensando melhor, talvez estivesse hoje cuidando da ordenha de vacas, absorto nos negócios lácteos, rodeado de belas paisagens. Porém, a consciência  estaria pesada quando pensasse nos jovens do meu tempo.

domingo, dezembro 27, 2009

Pais, Filhos e outros

É interessante notarmos que o badalado caso do menino, figura central da disputa de guarda entre o pai americano e os avós brasileiros, jamais mereceu na imprensa uma corrente de opiniões ou análises. Sòmente se descrevem as situações ocorridas. Afinal, quem é que tem medo de quem ou do quê?
A mim ninguém ou o que quer que seja me amedronta e a liberdade de expressão que a Lei me garante, incute-me a dar a minha opinião sobre o caso.
Independentemente dos motivos que levaram a mãe do menino a abandonar o pai e resolver ficar no Brasil, uma vez que a mesma veio a falecer depois, a Justiça brasileira jamais deveria ter expedido liminar embargando o direito imediato do progenitor. Essa foi a grande borrada e, acredito eu, baseada em nacionalismo exacerbado.
Esses cinco anos de batalha judicial só vieram a prejudicar um inocente, pois foi criado um fôsso no bom e natural relacionamento familiar. Até quando os avós maternos impediram a visita do pai ao filho, foi criado um precedente muito perigoso, pois que toda a moeda tem reverso.
A Justiça, por último, só poderia ter tomado a decisão final que tomou. Mas fê-lo muito tarde e deu isca a que se possa pensar numa motivação político-corporativa, como já se aventou por aí.
Na minha opinião, pai é pai (se apto e capaz) e acabou-se. A recíproca seria verdadeira.

sexta-feira, dezembro 25, 2009

Presente de Natal


Nada me admiraria que o doutor aproveitasse o habeas corpus canguru para fazer inseminação artificial na mulher do abadia. Tudo minúsculas...

Feliz Natal!











Cenas pitorescas

Uma imagem vale por mil palavras! Sempre ouvi dizer e, pelo que se vê, é lá na Amadora... Além de ser o carro da polícia a puxar um carregamento de cerveja, ainda passa no sinal vermelho... Desse jeito, as garrafas do meu amigo Transtago correm muito perigo de serem subtraídas por gatunos a agir leves e soltos. Cuidado!


Noites de Natal

Mais uma vez, como há alguns anos seguidos, passei a noite de Natal da mesma forma e à qual já estou integrado perfeitamente, sem nada a reclamar. É uma opção de ajuste natural.
Ao final da tarde começou a debandada geral para a casa da minha sogra, ponto de encontro de toda a família nesta noite que também marca o aniversário dela no soar das 12 badaladas.
Aqui, fiquei com uma única companhia --- o meu cachorro. Antigamente ainda dividia o espaço com os dois gatos e a cachorra, mas tudo vai mudando. Qualquer dia será só o cachorro sem mim, ou eu sem o cachorro.
Esse vazio permitiu-me o acesso ao computador, algo que não se verificava há duas semanas. Entrei na internet, li uma montanha de e-mails e mensagens, a maioria superficialmente. Ninguém estava on line, só eu. Assim, ninguém para bater um papo. Escrevi três mensagens no Twitter e desliguei.
Fui tratar da minha própria ceia. Acendi o lume da churrasqueira e assei uma tainha que antes havia recheado com uma farofa de camarão. Coisa bem simples e rápida, tanto no preparo como no saborear… Abri e tomei toda uma garrafa de vinho branco que um amigo me ofertara dias antes.
Depois disso, duas opções: assistir a algum programa de televisão ou dormir. Orientei-me por essa ordem. O cachoro estava apavorado com os rojões que a vizinhança insistia em soltar e procurou refúgio num canto da casa.
A programação da tv nestes dias festivos é sempre muito chata para o meu gosto, se bem que nos demais também pouco me prende. Não me interessou se o papa foi agredido; nada de missas de galo ou filmes bíblicos. Acabei por me fixar numa apresentação da orquestra de Andre Rieu e coros. Independentemente da essência do repertório, alusiva à quadra, a música em si acabou por me prender até ao final.
A música acaba por se transformar numa espécie de boia à qual nos agarramos e, livre de perigos, soltamos a nossa imaginação e embuimo-nos de pensamentos mil.
Nessa navegação por cima de ondas calmas desloquei-me de uns horizontes aos outros, pois que, sem bússula e sem estrelas no céu, os ventos íam-me levando. Deixa os ventos me levar, ventos levem eu…

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Decisões do Supremo

Ai de nós se dependermos do Judiciário para termos acesso  ao que a imprensa pode ou não publicar. E isso já começou a ser uma realidade a partir de hoje.
A liberdade de imprensa tem que ser plena e responsável. A decisão de hoje do Supremo, cerceando isso, é um golpe fatal na democracia.
Thomas Jefferson é autor de uma reflexão crucial para a democracia. Disse ele: “se eu tiver que escolher entre um governo sem jornais e jornais sem um governo, eu não hesitaria em escolher a última fórmula, isto é, jornais sem um governo”.
Não me alongarei mais sobre o assunto pois que, de tão revoltado que estou, certamente teria que baixar o nível para me exprimir e, ao mesmo tempo, desabafar. Estou consciente de que me deverei conter.

terça-feira, dezembro 08, 2009

Culturas

Sempre imperou a ideia de que o sul do país era mais avançado em questão de cidadania e organização. Curitiba, capital do Paraná, era sempre apresentada como cidade modelo. Enfim, com a predominância da imigração alemã, italiana, polaca e portuguesa, tínhamos nos Estados do sul uma certa maquiagem europeia que se distanciava do resto do país.
Sempre fiquei um tanto ou quanto cético quanto a esse retrato, pois que, havendo as origens portuguesas em todo o território nacional, sentia-me chutado para escanteio, principalmente quando nos acusam como sendo a origem de tudo o que está errado desde 1500…
Muito bem. Então vou tirar os portugueses desse retrato tão bajulado por alguns e até porque, sendo massivamente de origem açoriana e alentejana (aqui os alentejanos prevalecem porque são também os açorianos descendentes destes…), eles jamais protagonizariam cenas selváticas como as que assistimos no final do jogo em Curitiba e na recepção dos jogadores gremistas em Porto Alegre.
Não estou aqui fazendo uma discriminação entre povos ou entre as suas origens. Só quero dizer que no melhor pano cai a nódoa…
Neste imenso país há bons e maus em todos os lugares; cultos e analfabetos, ricos e miseráveis, também. Assim, analisemos os acontecimentos por outro prisma.
Os valores estão-se degradando exponencialmente e tudo isso é fruto do olhar para cima, da impunidade que reina nas altas esferas e no abandono e escárnio a que estão deixando o povo.
Assim, aquele extravazamento por parte dos torcedores que já está enraizado na própria cultura, como o xingar a mãe do juiz e etc., começa a ultrapassar os limites do bom senso e já se tornou perigoso. Isso acontece de norte a sul e uns não são melhores do que os outros.
Há que gritar com a mula e fazê-la chegar ao rêgo, de modo a que a relha do arado sulque a terra em linhas rectlíneas e devidamente espaçadas. Só assim a seara despontará firme e verdejante para depois ser ceifada dourada e brilhante.

sábado, dezembro 05, 2009

Copa 2010

Mais uma vez fico revoltado. Pensando bem, nem deveria ficar mais, pois o motivo dessa revolta é uma constante, coisa enraizada na cabecinha fraca de uma grande maioria dos jornalistas brasileiros. Existe, claro, uma minoria consciente e que não usa desse nacionalismo exarcebado.
Dos seis colunistas desportivos do jornal Folha de S. Paulo, um só aventa o palpite de Portugal passar para as oitavas junto com o Brasil; os outros apostam na Costa do Marfim. Muitos da rádio e da tv também seguem esta maioria e apoiam-se muito no resultado do último jogo em que Portugal perdeu de 6 x 2 para o Brasil, além da repescagem a que os lusos se sujeitaram agora.
Uma Copa é sempre uma Copa e sempre há muitas surpresas. Nunca se deve substimar quem quer que seja. Porque não apostar na Coreia do Norte em vez da Costa do Marfim? --- Parece que ninguém mais se lembra, a não serem os portugueses, daquele jogo da Copa de 66, na Inglaterra, em que os coreanos começaram com 3 x 0 em cima de nós. Tínhamos Eusébio e procedeu-se à virada para 5 x 3.
Durante uma Copa do Mundo muitos factores alteram o que parece ser a norma. Esta, na África, de certo modo faz-nos sentir em casa.
Atenção cabeçudos: analisem as coisas através de prismas bem lapidados e deixem-se dessas baboseiras de uma vez para sempre. Imaginem que passam às oitavas a Costa do Marfim e a Coreia. Isso é uma possibilidade.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Assalto

Eram quase seis e meia da tarde e a lotérica fecha a essa hora. Saí de casa apressado para dar tempo de fazer a costumeira fezinha na “Lotofácil”.
Ao aproximar-me da loja, seguíam três jovens à minha frente. Dois entraram e o terceiro ficou encostado a um dos ombrais da porta olhando para os lados. Isso despertou-me a atenção e o sexto sentido. Mas logo este também entrou.
Observei o seu jeito, a maneira de vestir, e o percing no lábio inferior. Bem vestidos os três, de cor branca e nada de anormal a não ser o facto de serem três jovens apostando na loteria àquela hora, pois normalmente encostam ali seres mais velhos. Foi a segunda desconfiança.
Entrei na fila, normalmente, apesar de me ser facilitado o atendimento preferencial por causa da minha idade de ancião… E ainda bem que não usei desse benefício.
O jóvem da frenta dirigiu-se ao guichê e, empunhando um revólver, anunciou o assalto. Eu jamais passara por uma situação dessas e, como os demais, fiquei inerte e só observando. Ainda ouvi o cara gritar que iria disparar a arma caso a funcionária não lhe entregassa o dinheiro do caixa.
Naquele momento pensei que os três fariam a limpeza dos clientes, também. O reduzido montante que eu tinha não era o suficiente para me preocupar, mas estava nervoso perante a dúvida em relação ao que mais poderia acontecer.
Despertou-me a atenção o facto de o assaltante apontar a arma para baixo, para aquela bandeja por onde passamos o jogo e o dinheiro e não para a frente em direção da atendente. Mas mais tarde vim a saber que, sendo os vidros blindados, aquele era o único local por onde entraria a bala e, ricocheteando no aço, atingiria a moça.
Alguém no interior se apercebeu do que estava acontecendo e disparou o alarme sonoro. Isso fez com que os três abortassem o assalto e fugissem em disparada. Não atiraram a esmo como vingança, mas poderiam tê-lo feito e, assim, eu poderia não estar mais aqui escrevendo sobre o acontecido.
Foi a minha primeira vez numa situação destas, mas a minha opinião a respeito não se alterou; ela já existe há muito e muito tempo. Os traficantes, por exemplo, não me incomodam, pois jamais usei ou usarei drogas. Mas, um indivíduo que usa uma arma para roubar ou intimidar inocentes desprotegidos, deveria ser julgado sumàriamente e fuzilado. A lei tem que ser modificada.