segunda-feira, abril 29, 2013

Música de Timor



Um vídeo de João Tolentino.
É uma canção dolente de lamentações e de tristeza e de saudades da sua terra Natal quando parte para longe. "ÓH Rai Timor rai dóok tebe tebes... wainhira sei rona Manu fuik ai laran laran sussar tebe tebes... Timor oan laho lemorai terus tebe tebes no laran sussar duni ... aman no inam hela iha Rai dóok..."
Os instrumentos são Kaleit e Lakadouk

sábado, abril 20, 2013

O Alentejo no Mundo

Aperitif o’clock in Evora’s main squareWalking on air in the Alentejo


Olive groves, vineyards, ancient terracotta-toned towns... The Alentejo region is Portugal’s answer to Tuscany

 Terracotta-tiled farm buildings flashed past as I pushed the whining hire car eastwards. Vines whipped by in long, green regiments. The landscape was the kind you find in those relocation programmes, where couples exchange life in Grimsby for a russet-tiled pile among lemon trees in the continental sunshine. The road ahead was arrow-straight and my wound-down window let in a cool breeze. Only another 30km and I could take my place at a table laden with cheese, olives, crusty bread and cold wine. My foot, I noticed, was pressing the accelerator a little harder…

Whether it’s holiday plans or the big retirement scheme, at some stage we’re all longing for it: that vintage slice of the beautiful south. The classic is Chiantishire, but at regular intervals, some less-visited spot with hills carpeted in olive trees and a reasonably priced wine industry will claim to be ‘the New Tuscany’. We’ve got to know .........................................................................................

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Suite Alentejana (1)

quinta-feira, abril 18, 2013

Et quibusdam aliis

Na minha formação, por imperativo de nuances da vida profissional e, naturalmente, também pela curiosidade que a enriqueceram e continúam enriquecendo, muita coisa da linguagem forense e do Direito foi assimilada. Chego até mesmo a introduzir algumas locoções do latim em escritos ou na prosa, mas quando com destino aos amigos mais cultos e sempre como uso de um certo floreado do texto sem prejudicar o entendimento do mesmo. Não obstante, entendo não ser essa uma boa prática nos dias de hoje e confesso o mea culpa.
Porque ainda tive oportunidade de estudar e aprender nos bons tempos, se bem que bons são ou deveríam ser todos os tempos, tenho facilidade em entender quase tudo o que um juiz fala ou escreve, bem como transitar com facilidade no labirinto da redação de um Código ou autos de um processo.
Porém, a maioria dos mortais não tem essa facilidade e muitos se revoltam com isso. Direi, até, que essa insistência em redigir dessa forma tão conservadora e arcaica, a documentação jurídica e outra inerente aos demais órgãos oficiais, acaba por prejudicar a maioria e torna injusta a justiça...
Muitos dos magistrados escrevem ou falam de modo a se acharem o supra sumo da cultura e da retórica. De omni re scibili (divisa de Pícolo de Mirândola). São vaidosos e não entendem ou não querem entender que toda essa encenação não cativa a população em geral e os mesmos acabam por ser redicularizados por quem os entende.
Cito o caso de alguns dos juizes do Supremo Tribunal Federal que sempre mantêm uma postura encenada quando das suas preleções. Aquele jeito arrastado da fala, mesmo quando de carioca se trate, é forçado. Os esnobados termos do vocabulário são propositais e algumas vezes nos levam a consultar o dicionário, depreendendo-se estar isso fora do contexto.
Vejamos o caso mais recente em que um dos citados juizes usa o seguinte trecho de uma frase numa declaração: "é no mínimo naífico".
Algum dos meus leitores sabe o significado de naífico? --- Parabéns a quem respondeu positivamente!... Eu, sinceramente, não sabia e não achei em todos os dicionários que consultei a começar pelo meu da Porto Editora, passando pelo Michaelis e muitos na internet. Só não consegui entrar no Houaiss porque tem que ser assinante... Mas consegui saber ao ler artigos de alguns jornalistas. Só não sei onde eles acharam o significado "ingénuo". Talvez tenham seguido o meu raciocínio quando relacionei a raíz do vocábulo com a pintura naïf (simplicidade no lugar da subtileza). Quase de certeza que o meretíssimo juiz inventou assim o termo a exemplo do que faziam grandes escritores como Eça de Queiroz.
Fazendo minhas as palavras de Voltaire, resta-me dizer "et quibusdam aliis".


segunda-feira, abril 08, 2013

Saída da Crise



No ano em que começou a circular o euro, eu estava em Portugal. Foi na passagem de 2000 para 2001.
Como eu estava a poucos dias de regressar ao Brasil, tive a preocupação de juntar umas quantas colecções dessas moedas com a cunhagem portuguesa, entendendo ser um óptimo presentinho para alguns dos amigos que sempre nos cobram garrafas de vinho, aguardentes e outras coisas que pesam muito na bagagem e no bolso e eles não percebem...
Quanto a mim, fiz uma colecção das moedas de cada um dos países da zona do euro. Na verdade, hoje está desactualizada e pretendo actualizá-la na minha próxima ida, ou pedir para que os meus filhos cumpram essa tarefa, pois pressinto que alguns abandonarão a moeda muito brevemente.
Não, não estou a sonhar e muito menos louco. Pô! Afinal formei-me em Administração e estudei economia... E tenho a certeza que se perguntar a um catedrático da área, por exemplo o meu Amigo Prof. António Serra, ele vai concordar...
Antes de eu ser céptico em relação à adopção do euro por parte de  Portugal, eu já o era em relação à sua entrada na União Europeia e muitos dos meus amigos me criticavam por isso nas tertúlias em volta de uma mesa de café ou bar.
Diziam eles que eu estava há muitos anos no Brasil e que a minha praia, em termos de macro e micro economia, tinha mais a ver com Plano Collor e outras dessas aberrações...
O Mundo dá tantas voltas... Quem diria que existiria o dia em que no Chipre, um dos membros da EU se colocaria em prática uma espécie daquele mesmo Plano tupiniquim, ameaçando a mesma prática noutros, como Portugal, por exemplo?!
Nos dias de hoje, a reflexão sobre esse tema --- a saída da zona do euro, já é uma realidade palpável e ainda bem que assim é.
Até há bem pouco tempo, os países como Portugal tinham e comungavam da ideia inabalável que eram obrigados a aceitar a austeridade, pois caso contrário, a descontinuidade do euro, seria terrível.
Não é assim, não. Não trilhemos mais essas veredas, esses caminhos. Jamais teremos possibilidades de nos desenvolvermos no meio de uma moeda tão forte.
Sei que vai ser muito difícil, depois que sairmos do euro, um progressivo desenvolvimento. E aqui me vem à mente o triste cenário que vi na cidade de Torres Novas, tendo como cicerone um outro Amigo, camarada de meu irmão nas guerras de África, também de nome Serra. Ele me mostrou as grandes tecelagens desactivadas (por exigência dos alemães) e, quase não contendo as lágrimas quando citou o elevadíssimo nível de desemprego que isso ocasionara.
Muitos dos defensores do euro, mesmo cientes de toda a desgraça que o mesmo ocasionou, sabendo que estamos no fundo do poço, não admitem a possibilidade de nos quedarmos nele e, antes ao contrário, acham que esse chão ressequido servirá de trampolim para o primeiro impulso de grande salto. Coitados! Não! Acho que os coitados seremos nós, uma espécie de berbigão a foder-se na rocha com o contínuo batimento das ondas.
Eles não concordam em sair do euro e voltar às desvalorizações competitivas das respectivas moedas. Mas esquecem-se ou não sabem que as ditas desvalorizações não eram feitas com cariz de competitividade e sim de necessidade, pois caso contrário as suas economias iriam para o beleléu.
França, Itália e Espanha são grandes forças econômicas e têm capacidade para enfrentar a tal austeridade apontando-lhes o dedo médio e, mesmo mantendo-se na zona do euro, têm grande capacidade desenvolvimentista.
Portugal, Grécia, Irlanda, Chipre e mais um ou dois, terão que abandonar o euro e voltar às suas tradicionais moedas. Mesmo assim, pode preservar-se a União Europeia.
Nós, portugueses, jamais nos deixaremos aniquilar. Sempre fomos um Povo forte e essa fortaleza dobrará o vil metal na forma bélica em que se apresentar.
Temos o nosso azeite, a nossa cortiça. Reativaremos a nossa frota pesqueira. Somos bons nessas áreas e até mesmo o somos, também, na alta tecnologia, medicina, etc., etc..
Estou ansioso para pegar na nova moeda de 1 escudo. Juro que farei uma colecção dessa próxima cunhagem e os meus netos a exibirão um dia como o marco da mudança. Os portugueses têm muitos marcos fincados por esse mundo afóra. Este é mais um.


Uma Deusa

María Antonia Alejandra Vicenta Elpidia Isidora Abad Fernández.
Enorme e quase interminável esse nome de mulher. Para quê baptizar a menininha dessa maneira? Se se perguntar a alguém, mesmo que do seu tempo, se conhece a pessoa dona desse nome, dificilmente se obterá uma resposta positiva e, no máximo, aventará ser nome de figura nobre ou monárquica.
Reformule-se a pergunta só com dois nomes: Sara Montiel, ou mais intimamente, Sarita Montiel. 
Talvez a mais famosa actriz/cantora espanhola, dona de voz grave, intérprete de canções inesquecíveis como  "La Violetera, nome em portugês de um dos seus filmes mais aplaudidos e marcantes, "A Rapariga das Violetas" e "El último cuplé" entre outros.
Vi várias vezes cada um dos seus filmes. Não pelas produções em si que, como todos os filmes espanhois e mexicanos daquela época, eram água com açúcar, mesmo quando produzidos pela indústria de Hollywood, mas sim porque enfeitiçado pela voz e, principalmente, pelo pedação de mulher que era Sarita Montiel.
Sarita foi protagonista de muitas das minhas fantasias de adolescente. Além de grande cantora, ela era ícone sexual. Eu era verdadeira e profundamente apaixonado por ela. Só ela não sabia disso e, a partir de hoje, jamais virá a saber.
Sarita Montiel morreu! Fiquei muito triste.


sexta-feira, abril 05, 2013

Inverno quente

O Inverno já passou e o Natal também. Todavia, a todo o tempo podemos escrever sobre algo que se desenrola nessa ou noutra época do ano.
De repente, como neste momento que suporto altas temperaturas aqui no Brasil, escrevo sobre o frio lá na terrinha...
Nessa estação do ano,  no Alentejo faz um friozinho sêco daqueles de avermelhar o nariz e algo mais que ande ao léu. Isso me fez lembrar quando eu ía para a escola de calção curto, aos 7 anos, com as ruas geladas. Então, não era só o nariz...
Nem sempre cai neve, mas este ano caíu em muitos lugares da Província.
Todavia, o Alentejano sabe conviver com esse frio como ninguém. Produz os melhores vinhos de Portugal e alguns dos melhores do Mundo. As aguardentes são fortes e explêndidas. Ele sabe tomar tudo isso com prazer e classe. 
Nas suas casas, nas mais modestas e nas mais refinadas, há sempre uma lareira com ampla chaminé e um lume de chão sempre aceso que, além de aquecer a casa, defuma os saborosos enchidos de carne de porco preto. Sim! aqueles que dão origem aos famosos presuntos pata negra.
Também ali se assam algumas carnes, bolotas e castanhas. As bolotas, ou boletas, são a base da dieta suina mas, como as castanhas, são saborosas e nutritivas para o gosto do ser humano.
Na parte externa, em algumas regiões, faz-se uma pilha enorme de troncos e galhos de árvores, arrancados porque não mais servem, e ali se acendem fogueiras. Em volta destas se reunem os habitantes dessas aldeias e vilas para prazeirosas audições de prosas e versos. E como essas fogueiras sempre se montam  em volta das igrejas, as tertúlias são interrompidas para se assistir à missa do galo.

segunda-feira, abril 01, 2013

Os melhores vinhos do Mundo

meu espaço sempre estará livre para tudo o que é Alentejano ou que com o Alentejo se relacionar.

«Herdade das Servas Vinhas Velhas» chega ao Japão
No decorrer da visita oficial que encetou ao Japão, Paulo Portas, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, presenteou o seu homólogo japonês , Fumio Kishida, com uma garrafa daquele que considerou ser o "melhor [vinho] do mundo", «Herdade das Servas Vinhas Velhas tinto 2009».
Produzido em Estremoz pela família Serrano Mira, o néctar topo de gama da Herdade das Servas foi lançada no passado mês de Outubro, sendo esta a segunda edição lançada no mercado, devido à procura da excelência exigida para a produção desta referência.
Luís Serrano Mira, proprietário e director de enologia da Herdade das Servas – projecto familiar de produção de vinhos alentejanos que lidera juntamente com o seu irmão Carlos – foi um dos empresários que integrou a comitiva da missão diplomática a Tóquio, tendo esta sido uma viagem exploratória com algumas perspectivas de negócio em vista.
A família Serrano Mira é uma das mais antigas na produção de vinho na região do Alentejo - remonta ao ano de 1667. Carlos e Luís Serrano Mira são os actuais proprietários e administradores da Serrano Mira - Sociedade Vinícola, S.A. - Herdade das Servas, que zela por um património vinícola de 220 hectares, dividido em quatro vinhas: Azinhal, Judia, Monte dos Clérigos e Servas.
Esta e outras notícias em http://www.bradosdoalentejo.com.pt/