domingo, fevereiro 25, 2007

PLANTE UMA ÁRVORE

A cidade de Campinas, onde actualmente resido, é uma das mais arborizadas do Brasil. Esta afirmação e a respectiva constatação seria um grande orgulho para os seus habitantes, não fôsse o facto lamentável de se verificar que aqui ocorre diàriamente um grande desmatamento. É isso! Desmatamento parece ser a grande moda neste país. Olhamos para a Amazónia e vemos as grandes barbaridades que ali se praticam e sentimos que nada podemos fazer para estancá-las. Olhamos para esta cidade e notamos, em escala infinitamente menor, mas dentro das respectivas proporções um mal tamanho tal e qual. O morador de certa rua acha que a árvore existente defronte à sua casa solta muitas folhas no chão; ele não pega a vassoura para varrer essas folhas ou, sentindo que está sendo maçante esse trabalho de todos os dias em determinada época do ano, pega a serra elétrica, o machado e a picarêta. Um outro faz o mesmo se achar que já se saturou de ver aquela árvore todos os dias... Um outro abriu um ponto de venda de sorvetes e colocou aquela placa de propaganda, mas que aquele Ipê roxo lindíssimo obstruía a visão e ele usou dos mesmod métodos. E assim se contam mil motivos e outras tantas acções drásticas. Temos que fazer alguma coisa para mudar esta situação. Pela minha parte, plantei há sete anos atrás um Ipê amarelo, a única árvore do meu lado da ruae que deu as primeiras flores o ano passado. E estou escrevendo estas linhas com a esperança que sejam lidas por alguns visitantes da minha página e passem o recado para a frente... São duas pequenas acções, mas também podem, juntamente com outras, ser parte do nascimento de um grande movimento nacional ou até mesmo mundial.

Estima-se que a população de nosso planeta seja de mais de 6 bilhões de habitantes. Se cada cidadão capaz, plantar uma árvore que o represente e mais outra para compensar a que uma criança ou incapaz deixará de plantar, serão no mínimo 6 bilhões de árvores. Ao longo da minha vida já plantei muitas e pretendo continuar plantando.

Procure as instituições que doam mudas e plante também a sua árvore. Denuncie os desmatamentos. Impeça algum conhecido seu de destruir uma árvore. Se não houver jeito e tiver que retirar uma, plante mais três em seu lugar ou próximo dele. Jamais arranque árvores de matas ciliares (ao longo de rios, ao redor de lagos, riachos, etc) ou próximas de mananciais .Ajude a arrumar o nosso Planeta.

Episódio histórico concernente:

Em 1857, devido a grave seca que se abateu sobre o Rio de Janeiro, a mando de D.PEDRO II, desapropriaram-se fazendas ocupadas pelas plantações de café .Sob a incumbência do Major Archer, primeiro administrador da Floresta, foram plantadas, entre 1861 e 1874, cem mil árvores com a ajuda de seis africanos - Constantino, Eleuthério, Leopoldo, Manoel, Matheus, Maria -- e alguns outros assistentes. Conseguiram recuperar os mananciais do Rio de Janeiro num processo que transformou o local na maior floresta urbana do mundo e acabaram com a seca. Os gestos do imperador Pedro II na preservação das águas e das matas no século XIX, ainda não foram igualados, mesmo que a necessidade de plantio de florestas tivesse crescido agudamente no século XX. Ele resume, como um ícone, a atuação de todos os brasileiros na defesa das águas, das florestas e do meio ambiente entre os séculos XVI e XIX. Se certos historiadores tentam apagar da memória esse gesto que deu certo, não têm como esconder a mata tropical do Corcovado, sobre a qual brilha o Cristo Redentor. A floresta da Tijuca, onde o país orgulhosamente levou em visita todos os chefes de Estado que participavam da Rio-92, continua sendo um caso único.

RENOVE O OXIGÊNIO-PLANTETA!!!

sábado, fevereiro 24, 2007

NOTÍCIAS DE TIMOR

Missão: Reforço do Subagrupamento Bravo Mais 60 militares da GNR estão a caminho de Timor O aumento da presença de militares da GNR em Timor, actualmente de 143 homens, foi admitido ontem pelo Ministério da Administração Interna. Para o titular da pasta, António Costa, há a possibilidade de destacar mais dois pelotões (60 militares), mas é necessário regular uma série de questões com a ONU.“Primeiro é necessário que as Nações Unidas assinem com Portugal o acordo de integração das nossas forças na missão das Nações Unidas, que tem estado a decorrer sem acordo. Depois é preciso que as condições materiais necessárias possam ser garantidas para que a missão se concretize”, disse António Costa.Um ponto sensível é a questão dos custos, dado que cabe à ONU pagar 60 por cento das despesas da participação da GNR nesta missão internacional, o que não está a ser cumprido. O ministro da Administração Interna afirmou que o actual contingente irá cumprir a missão até Junho, mas sublinhou que para o reforçar é fundamental que a ONU “também complete todos os arranjos administrativos”. A missão de Portugal em Timor implica “aumento de pessoal, reforço de equipamento e maior despesa”, sustentou. Ora, sem o acordo da ONU, têm sido Portugal e o Estado de Timor-Leste a pagar a factura. “É necessário que as Nações Unidas concretizem rapidamente a sua parte do acordo”, porque “Portugal e Timor têm cumprido”, afirmou António Costa. “Uma coisa é estarmos disponíveis, outra é haver acordo para o envio dessas forças”, concluiu. TIROTEIO EM DÍLI FAZ UM MORTOUm timorense foi morto e dois outros ficaram gravemente feridos num incidente, ontem de manhã, com as Forças de Estabilização Internacional (ISF), no aeroporto de Díli. Numa curta declaração feita à imprensa junto ao local do acontecimento, um porta-voz das ISF declarou que o incidente ocorreu quando um soldado das ISF “respondeu disparando” a um ataque. “As ISF darão cooperação total à polícia das Nações Unidas durante as investigações do incidente”, refere a declaração. O tiroteio aconteceu horas depois de o Conselho de Segurança ter aprovado o reforço e prolongamento por um ano da Missão Internacional de Paz e de Ramos-Horta anunciar que vai candidatar-se à presidência da República, contando com o apoio do actual chefe de Estado, Xanana Gusmão. O actual primeiro-ministro diz que só tomou a decisão depois de lhe ter sido manifestado apoio de diferentes sectores da sociedade timorense. In "Correio da Manhã" ed. 24-02-2007

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

MANHÃ, TRISTE MANHÃ...

Naquele Fevereiro de 1972 cheguei ao Brasil com "armas e bagagens" e assentei base na cidade de Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul. A esposa era gaúcha, natural daquela cidade e ali vivía a sua família originária. No clã fômos acolhidos, o que, prèviamente, já havia sido planeado. Ao contrário de muitos imigrantes, talvez a maioria, já desfrutei de segurança e tranquilidade para começar a projectar a minha nova vida. Sem querer substimar nada e ninguém, tenho o conhecimento suficiente para afirmar que fui parar no lugar certo. Comecei a entrosar-me com a alma gaúcha e hoje, mesmo tendo vivido mais tempo, acumulado, noutros lugares do Brasil, sinto-me gaúcho também. Amante do rádio que sempre fui e sou até hoje, comecei a ter por minha companheira a "Rádio Guaíba", a mais ouvida nos pampas. Ainda hoje a oiço aqui em S. Paulo, pois é uma emissora de grande potência. Mesmo havendo outras de grande penetração, acredito que a "Guaíba" seja património maior das gentes do sul. Rádio séria com grandes profissionais e programação esmerada. Diferentemente do que acontece todos os dias, ontem não ouvi rádio. Foi o dia do meu aniversário e aproveitei-o de modo diferente. À noite apoderou-se de mim um sono profundo e restaurador. Porém, ao acordar bem cêdo, como todos os dias acontece, fui lá na frente da casa buscar o jornal que o "motoqueiro" lança com invejável pontaria todas as madrugadas e que origina grande alvoroço nas hostes caninas, o primeiro sinal para o meu despertar. Em determinado passo da leitura deparei-me com esta notícia numa página interior: "Igreja Universal compra TV e rádios Guaíba em Porto Alegre". Fiquei estupefacto! Triste também. Revoltado, talvez. O negócio foi fechado durante o Carnaval, na terça-feira e confirmado pela directoria da TV Guaíba. Também houve surpresa no sector da radiodifusão. Não me alongarei em mais comentários sobre o acontecimento. Simplesmente direi que este é para mim um dia muito triste e para a alma gaúcha também.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

NAQUELE TEMPO...

“Ordinariamente, todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o ESTADISTA. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?” (Eça de Queiroz, 1867 em “O distrito de Évora”)

terça-feira, fevereiro 20, 2007

PORTUGAL VALE A PENA!

Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade de recém-nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia.
Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.Mas onde outra é líder mundial na produção de feltros para chapéus.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende para mais de meia centena de mercados. E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através do qual você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.
Eu conheço um país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários prémios internacionais. E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistema financeiro e tem as melhores agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros).
Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de energia através das ondas do mar. E que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a Europa por via informática.
Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a pequenas e médias empresas.
Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência. Ou que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas. Ou que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado mundial. Ou que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça. Ou que produz um vinho que "bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos espanhóis. E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência Espacial Europeia. Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis. E que está a construir ou já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pouco por todo o mundo. O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive - Portugal.Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses. Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software, Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do Monte d'Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Space Services. E, obviamente, Portugal Telecom Inovação. Mas também dos grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e Amorim Turismo. E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas dirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há anos e anos obtêm grande sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu em Portugal um sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e de que tipo são vendidas em cada estabelecimento da cadeia norte-americana). É este o País em que também vivemos.É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas na saúde, no ambiente, etc. Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que não acompanhou o progresso. Do que se atrasou em relação à média europeia.Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito. De nos orgulharmos disso. De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos - e não invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma velhinha vestida de preto, puxando pela arreata um burro que, por sua vez, puxa uma carroça cheia de palha. E ao mostrarmos ao mundo os nossos sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito. Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os bons ser também seguidos?

sábado, fevereiro 17, 2007

GUERRA JUNQUEIRO

Os tempos hoje são muito corridos e o nosso modo de vida a eles adaptado. Muitos dos momentos que dedicávamos à leitura de um livro são divididos, hoje, pela navegação na Internet, por uma maior concentração nos problemas do dia-a-dia, enfim. Porém, há momentos ainda em dou alguma atenção à minha biblioteca e teve um deles. Sentei-me lá e fiquei olhando todos aqueles meus amigos, os livros, recordando algumas coisas que um e outro título me sugeria e que em tempos já li. Alguns jamais cheguei a ler, mas fiz a promessa que esse dia específico virá... Nessa panorâmica lá estavam algumas obras de um grande escritor português e, lembrando-me de algumas passagens de uma delas, folheei-a. Transcrevo, a seguir, um trecho: "Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta. [.] Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro [.] Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. [.] A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos [.] sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, [.] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar." Guerra Junqueiro, "Pátria", 1896. Alguns dos visitantes desta minha humilde página são portugueses e outros brasileiros. Não sei se outros haverá de outros países e só o saberei mercê de algum comentário a ser postado. Quero chegar ao ponto que cada um já interpretou, do encaixe perfeito dessa crítica denuncista à época de antanho e à actualidade; a Portugal e ao Brasil. Cento e onze anos são passados!!! Guerra Junqueiro Nasceu em Freixo de Espada à Cinta (Trás os Montes), em 1850. Faleceu em Lisboa, em 1923. Frequentou a Faculdade de Teologia (1866-1668). Formou-se em Direito (1868-73). Bibliografia: 1. Mysticae Nuptiae - 1966 2. Vozes sem Eco - 1867 3. Baptismo de Amor - 1868 4. A Morte de D. João - 1874 5. Musa em Férias - 1879 6. A Velhice do Padre Eterno - 1885 7. Finis Patriae - 1890 8. Pátria - 1896 9. Oração ao Pão - 1902 10. Oração à Luz - 1904 11. Poesias Dispersas - 1920

FÓRMULA 1

O jornal italiano "Corriere della Sera" publica uma enquete: qual o melhor piloto de fórmula 1 de todos os tempos? Vá no site e vote. Será que vai dar Senna?... http://www.corriere.it/appsSondaggi/pages/corriere/d_96.jsp

BENEFÍCIOS DA BÔRRA DE CAFÉ

CAFÉ. A NOVA ARMA CONTRA O MOSQUITO DA DENGUE! Esta seria, sem dúvida, uma manchete que despertaria a atenção e o interesse de todos quantos a lêssem ou ouvissem em qualquer um dos meios de comunicação. Mas, porque razão não existe essa divulgação, uma vez que está constatada a sua veracidade? Simples: As prefeituras arrecadam todos os anos uma polpuda verba extra orçamentária, por parte do Governo Federal, por conta do temível mosquitinho!!! Assim, cabe a este blogueiro e a tantas outras pessoas fazer essa divulgação com as ferramentas que temos à mão, na expectativa de preenchermos um universo imenso que venha a ter conhecimento de algo importantíssimo para a saúde pública. Finalmente, no bôca-a-bôca o conhecimento se popularizará. É importante lembrar: Verão e dengue andam juntos! TRANSCRIÇÃO: Uma cientista paulista, a bióloga Alessandra Laranja, do Instituto de Biociências da UNESP (campus de São José do Rio Preto),durante a pesquisa da sua dissertação de mestrado, descobriu que a borra de café produz um efeito que bloqueia a postura e o desenvolvimento dos ovos do Aedes aegypti. O processo é extremamente simples: o mosquito pode ser combatido colocando-se borra de café nos pratinhos de coleta de água dos vasos, no prato dos xaxins, dentro das folhas das bromélias. A borra de café, que é produzida todos os dias em praticamente todas as casas tem custo zero. O único trabalho é o de colocá-la nas plantas, inclusivamente sendo jogada sobre o solo do jardim e quintal. Os especialistas em saúde pública, entre eles médicos sanitaristas, estão saudando a descoberta de Alessandra, uma vez que, além da ameaça da Dengue 3, possível de acontecer devido às fortes enxurradas de final de ano, surge outra ameaça,proveniente do exterior: a da Dengue tipo 4. Conforme explica a bióloga, 500 microgramas de cafeína da borra de café por mililitro de água bloqueia o desenvolvimento da larva no segundo de seus quatro estágios e reduz o tempo de vida dos mosquitos adultos. Em seu estudo ela demonstrou que a cafeína da borra de café altera as enzimas esterases, responsáveis por processos fisiológicos fundamentais como o metabolismo hormonal e da reprodução, podendo ser essa a causa dos efeitos verificados sobre a larva e o inseto adulto. A solução com cafeína pode ser feita com duas colheres de sopa de borra de café para cada meio copo de água, o que facilita o uso pela população de baixa renda e pode ser aplicada em pratos que ficam sob vasos com plantas, dentro de bromélias e sobre a terra dos vasos, jardins e hortas. O mosquito se desenvolve até mesmo na película fina de água que às vezes se forma sobre a terra endurecida dos jardins e hortas; também na água dos ralos e de outros recipientes com água parada (pneus,garrafas, latas, caixas d'água etc.). "A borra não precisa ser diluída em água para ser usada", diz a bióloga. Pode ser colocada diretamente nos recipientes, já que a água que escorre depois de regar as plantas vai diluí-la. Ou seja: ela recomenda que a borra de café passe a ser usada, também, como um adubo ecologicamente correto. Atualmente, o método mais usado no combate ao Aedes aegypti é a aspersão dos inseticidas organofosforados, altamente tóxicos para homens, animais e plantas. Que tal colaborarmos, repassando a msg e aplicando a borra de café??? Luciana Rocha Antunes Bióloga - especialista em Gestão Ambiental Mestranda em Agroecologia e Desenv. Rural UFSCar e Embrapa Meio Ambiente Tel: +55 19 81567751 lurantunes@yahoo. com.br

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

MAIORIDADE PENAL

A criminalidade no Brasil atingíu índices astronómicos e um dos grandes problemas a serem debatidos é o da maioridade penal. Veja, abaixo, quadro da ONU com a idade mínima para que uma pessoa possa responder criminalmente por seus actos em alguns países: México ............. 6 a 12* Bangladesh ......... 7 Índia .............. 7 Mianmar ............ 7 Nigéria ............ 7 Paquistão .......... 7 África do Sul ...... 7 Sudão .............. 7 Tanzânia ........... 7 Estados Unidos ..... 7** Indonésia .......... 8 Quénia ............. 8 Escócia ............ 8 Etiópia ............ 9 Irã ................ 9*** Filipinas .......... 9 Nepal .............. 10 Inglaterra ......... 10 País de Gales ...... 10 Ucrânia ............ 10 Turquia ............ 11 Coreia do Norte .... 12 Marrocos ........... 12 Uganda ............. 12 Argélia ............ 13 França ............. 13 Polónia ............ 13 Uzbequistão ........ 13 China .............. 14 Alemanha ........... 14 Itália ............. 14 Japão .............. 14 Rússia ............. 14 Vietnã ............. 14 Egito .............. 15 Argentina .......... 16 Brasil ............. 18**** Colômbia ........... 18 Perú ............... 18 * Varia de acordo com os Estados; na maioria deles é 11 ou 12 anos. ** Idade determinada por Estado; o mínimo costuma ser 7 anos. *** 9 para meninas e 15 para meninos. **** A partir de 12 anos, o infractor pode sofrer medidas sócioeducativas. Não conheço dados de outros países, inclusivamente o meu, mas tal não se faz necessário para o assunto em questão. Nesta tabela temos uma mescla daquilo a que costumamos chamar de países desenvolvidos, emergentes e sub-desenvolvidos e uma abrangência de várias correntes religiosase culturas. Na minha opinião, defrontamo-nos aqui com alguns absurdos como a descriminação entre meninos e meninas no Irã e, claro, algumas faixas etárias muito baixas. Nem tento ao mar, nem tanto à terra... Pessoalmente, comecei a trabalhar e a auto sustentar-me com 14 anos de idade numa cidade grande -- Lisboa --, longe da família.Tenho plena noção de que isso não é normal e se verificou mais por causas económicas. Porém, nessa idade já era uma cabeça pensante e crente dos seus direitos e obrigações. Sou, portanto, da opinião que a idade para maioridade penal, no Brasil e em qualquer outro país, deverá ser 15 anos. Clicando no link, os meus leitores brasileiros que comunguem da mesma opinião,e de outras de teor idêntico para outros casos e problemas da justiça, poderão participar de uma petição a ser enviada às autoridades federais do Brasil. http://www.petitiononline.com/07022007/petition.html

sábado, fevereiro 03, 2007

ROMANCE GRAMATICAL

"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador... Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando...ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo. Todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto. Começaram a se aproximar...ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta. Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular: ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente... Era o verbo auxiliar do edifício ! Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente ! Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino. O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva." Esta é uma redacção feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) que obteve vitória em um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

DR. HAMILTON NAKI

Hamilton Naki, um sul-africano negro, de 78 anos, morreu no final de maio. A notícia não rendeu manchetes, mas a história dele é uma das mais extraordinárias do século 20. "The Economist" contou-a em seu obituário desta semana. Naki era um grande cirurgião. Foi ele quem retirou do corpo da doadora o coração transplantado para o peito de Louis Washkanky, em dezembro de 1967, na cidade do Cabo, na África do Sul, na primeira operação de transplante cardíaco humano bem-sucedida. É um trabalho delicadíssimo. O coração doado tem de ser retirado e preservado com o máximo cuidado. Naki era talvez o segundo homem mais importante na equipe que fez o primeiro transplante cardíaco da história. Mas não podia aparecer porque era negro no país do apartheid. O cirurgião-chefe do grupo, o branco Christian Barnard, tornou-se uma celebridade instantânea. Mas Hamilton Naki não podia nem sair nas fotografias da equipe. Quando apareceu numa, por descuido, o hospital informou que era um faxineiro. Naki usava jaleco e máscara, mas jamais estudara medicina ou cirurgia. Tinha largado a escola aos 14 anos. Era jardineiro na Escola de Medicina da Cidade do Cabo. Mas aprendia depressa e era curioso. Tornou-se o faz-tudo na clínica cirúrgica da escola, onde os médicos brancos treinavam as técnicas de transplante em cães e porcos. Começou limpando os chiqueiros. Aprendeu cirurgia assistindo experiências com animais. Tornou-se um cirurgião excepcional, a tal ponto que Barnard requisitou-o para sua equipe. Era uma quebra das leis sul-africanas. Naki, negro, não podia operar pacientes nem tocar no sangue de brancos. Mas o hospital abriu uma excepção para ele. Virou um cirurgião, mas clandestino. Era o melhor, dava aulas aos estudantes brancos, mas ganhava salário de técnico de laboratório, o máximo que o hospital podia pagar a um negro. Vivia num barraco sem luz elétrica nem água corrente, num gueto da periferia. Depois que o apartheid acabou, ganhou uma condecoração e um diploma de médico honorário. Ele nunca reclamou das injustiças que sofreu durante toda a vida. Este assunto foi matéria de quase todos os grandes jornais norte-americanos. Não se tem notícia de sua divulgação na imprensa brasileira. A versão em português foi extraída da página de hoje da Aliança Cooperativista Nacional - Unimed. A foto de rosto foi obtida na página da Internet do “The Washington Post”, dos Estados Unidos, e a outra na do “The Age”, da Austrália.