segunda-feira, dezembro 30, 2019
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sexta-feira, dezembro 20, 2019
sexta-feira, dezembro 13, 2019
domingo, dezembro 08, 2019
Fala português!
“Fala português!” Artigo académico mostra falta de preparação de
universidades para estudantes brasileiros e timorenses
O trabalho inclui testemunhos de vários estudantes oriundos do Timor e
do Brasil que se queixam de professores que criticam a linguagem que usam, as
traduções que lêem e lhes pedem mesmo para começar a “falar português”.
Foto
Acolhimento aos estudantes estrangeiros em 2018 na Universidade do Porto
As universidades portuguesas não
estão preparadas para o actual boom de alunos estrangeiros oriundos de
outros países de língua oficial portuguesa como é o caso do Brasil e de Timor.
O alerta é de Juliana Chatti Iorio, uma investigadora brasileira a viver
em Portugal há 20 anos, e uma das autoras de um artigo recente sobre as falhas
no acolhimento destes estudantes internacionais.
O
trabalho, publicado na Revista
Interdisciplinar da Mobilidade Humana,
resulta de dois projectos de pesquisa e inclui testemunhos de
vários estudantes oriundos do Timor e do Brasil. Ao todo, foram
feitas mais de 50 entrevistas em profundidade e recolhidas 449 respostas de
inquéritos. Em comum, há queixas sobre a falta de “apoio efectivo e afectivo na
chegada ao país”, devido à falta de sensibilização dos professores para as
dificuldades que os alunos enfrentam e casos em que professores se viram para
alunos brasileiros e lhes pedem para “falar português”.
“Eu estava usando um termo da
psicologia que é usado no Brasil e o professor disse ‘fala em
português’. Eu disse que estava falando e ele disse ‘não, isso aí é
brasileiro, fala português correcto'", é um dos exemplos dados por uma
aluna de 24 anos que em 2014 escolheu Portugal como destino de intercâmbio.
“Ainda há muito a ser feito,
como uma maior atenção às dificuldades de brasileiros e timorenses com o
português de Portugal”, lê-se nas conclusões do artigo académico
que Juliana Chatti Iorio assina juntamente com Sílvia Garcia Nogueira
(Universidade Estadual da Paraíba, Brasil).
Resultados
não surpreenderam
Em entrevista à agência Lusa,
Juliana Chatti Iorio, que trabalha no Centro de Investigação e Estudos de
Sociologia (CIES) e Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (IGOT)
da Universidade de Lisboa, disse que não ficou surpreendida com
os resultados. Nota, porém, que não tem queixas sobre o seu
próprio acolhimento anos antes.
"Quando entrei para o mestrado,
em 2003, havia cinco estrangeiros na minha sala. Era outra realidade. Hoje, há
cursos em Portugal que têm mais estudantes estrangeiros do que portugueses, e
eu penso que muitas faculdades ou institutos não estavam preparadas para isso”,
disse.
“Não me refiro só à logística, mas
sobretudo à compreensão das diferentes culturas que pretendem receber. Se estão
abertas para receberem estudantes de diferentes culturas, os professores,
funcionários, enfim, a comunidade docente e discente tem que estar aberta para
conhecer e procurar entender estas diferentes culturas”, defendeu.
Juliana Chatti Iorio admite
que muita coisa tem sido feita para atrair os estudantes
internacionais.“Algumas [universidades] já têm núcleos de estudantes
internacionais (muitas vezes, núcleos de estudantes brasileiros,
africanos, etc), os departamentos de relações internacionais começam a
estar mais preparados para dar repostas, sobretudo as que tangem às burocracias
exigidas aos estudantes que vêm de outros países”, reconheceu.
Mas a investigadora diz que falta
trabalho ao nível das relações humanas. “Devido mesmo ao choque de
culturas, acaba por ser um problema, uma vez que muitos funcionários e
professores não conhecem a cultura desses alunos e muitos desses alunos também
não conhecem a cultura em Portugal”, defendeu.
"Portugal não dá o devido valor
à língua"
No artigo lê-se ainda que “a
não-aceitação da língua portuguesa falada e escrita por esses estudantes, bem
como os casos de discriminação sofridos em sala de aula por parte de alguns
professores, evidenciou que ainda muito trabalho deverá ser feito para desconstruir a
representação de que o português é imune ao racismo e possui
uma predisposição para o convívio com outros povos e culturas”.
A investigadora explica que, à
chegada, os alunos brasileiros depararam-se com algumas dificuldades que não
estavam à espera, nomeadamente ao nível da compreensão do português. “Muitas
vezes, os próprios professores não aceitam a língua portuguesa falada e escrita
no Brasil, discriminando mesmo o seu uso em sala de aula e não permitindo o uso
de livros cuja tradução seja feita no Brasil”, disse.
Nesse sentido, prosseguiu, “a
discriminação é notada quando um professor se vira para um aluno brasileiro e
diz, por exemplo, ‘fala português!’". “Portugal não dá o devido valor à
língua portuguesa a partir do momento em que permite o uso do
inglês em sala de aula, que não luta pela afirmação da quinta língua
mais falada no mundo e a partir do momento em que possui muito mais ferramentas
em inglês para acolher os estudantes Erasmus do que para acolher os estudantes
lusófonos”, considerou.
E, acrescentou, “ainda age como se
fosse a “metrópole” a ditar as regras do uso da língua portuguesa às suas
“colónias”, quando inferioriza a maneira como a língua portuguesa é utilizada
pelos outros países lusófonos”.
Mas a investigadora diz que falta
trabalho ao nível das relações humanas. “Devido mesmo ao choque de
culturas, acaba por ser um problema, uma vez que muitos funcionários e
professores não conhecem a cultura desses alunos e muitos desses alunos também
não conhecem a cultura em Portugal”, defendeu. "Portugal não dá o devido valor à língua"
No artigo lê-se ainda que “a
não-aceitação da língua portuguesa falada e escrita por esses estudantes, bem
como os casos de discriminação sofridos em sala de aula por parte de alguns
professores, evidenciou que ainda muito trabalho deverá ser feito para desconstruir a
representação de que o português é imune ao racismo e possui
uma predisposição para o convívio com outros povos e culturas”.
A investigadora explica que, à
chegada, os alunos brasileiros depararam-se com algumas dificuldades que não
estavam à espera, nomeadamente ao nível da compreensão do português. “Muitas
vezes, os próprios professores não aceitam a língua portuguesa falada e escrita
no Brasil, discriminando mesmo o seu uso em sala de aula e não permitindo o uso
de livros cuja tradução seja feita no Brasil”, disse.
Nesse sentido, prosseguiu, “a
discriminação é notada quando um professor se vira para um aluno brasileiro e
diz, por exemplo, ‘fala português!’". “Portugal não dá o devido valor à
língua portuguesa a partir do momento em que permite o uso do
inglês em sala de aula, que não luta pela afirmação da quinta língua
mais falada no mundo e a partir do momento em que possui muito mais ferramentas
em inglês para acolher os estudantes Erasmus do que para acolher os estudantes
lusófonos”, considerou.
E, acrescentou, “ainda age como se
fosse a “metrópole” a ditar as regras do uso da língua portuguesa às suas
“colónias”, quando inferioriza a maneira como a língua portuguesa é utilizada
pelos outros países lusófonos”.
sábado, dezembro 07, 2019
Guerra Colonial
CAPITULO
4
A PONTE FICOU PARA TRÁS
▪ PIOR
DO QUE A CENA DO BEN-HUR.
▪ PIOR, ANTÓNIO, MUITO PIOR!
▪ PIOR, ANTÓNIO, MUITO PIOR!
A ponte com o nome do “herói” que nunca pôs os pés em
África, ficou para trás e dela apenas se vê a silhueta.
Um último adeus para ninguém e para todos ao mesmo tempo foi acenado e agora, ao longe, apenas se avistam lenços que se agitam como se fossem asas brancas - a cor da paz - acenando a pontos em tom de verde - a cor da esperança - que vão ao encontro da cor negra - a cor da guerra! Para alguns, a cor da morte!
A silhueta da ponte também acabou por desaparecer. A noite chega ao alto mar e com ela vem o frio e a humidade e ao Niassa chega um misto de desconforto e tontura que se apodera da cabeça de António e, provavelmente, de todos camaradas a caminho do desassossego. Só então António se apercebe que esta é uma noite diferente. Diferente de todas as noites que até aí viveu na sua jovem vida! E só então se apercebe, que o chão não é tão firme como habitualmente e que a sua cabeça roda em corpo parado. Uma intensa e áspera brisa cola-se-lhe à face, sacudindo-o do estado de hipnose que até ali estaria mergulhado. Realmente, esta é uma noite diferente e diferentes serão as noites seguintes da sua vida!
Para António e camaradas graduados, o jantar chegou e é servido no salão-restaurante do velho Niassa. Jantar bem confeccionado, a fazer jus à fama dos cozinheiros da marinha.
De início, o Niassa foi construído para transporte de mercadorias. Com o incremento dos negócios na África Portuguesa verificado nas décadas de 40 e 50, foi adaptado para levar cerca de 300 civis comodamente instalados, sendo classificado depois, como barco-misto – carga e passageiros. O regime fascista de Salazar, cuidando dos seus amigos, mandou fazer essa adaptação, de modo a dar boas condições de viagem aos seus homens de negócio. E fez muito bem, pois deve-se cuidar dos amigos. Mas quando a guerra rebentou na década de 60, nunca o Niassa foi preparado para transportar tropas. Nunca preparado para transportar 500, mil ou 2 mil jovens a caminho da guerra. Nem o Niassa, nem outras velhas carcaças que transportavam gente como se fosse gado.
Nas instalações preparadas para os civis, viajam agora os oficiais, os sargentos e a tripulação graduada da marinha, e não sendo tão luxuosas com as de um barco-de-amor, são instalações que permitem uma viagem confortável.
Depois de ver as suas cómodas instalações, António interrogava-se, “como será o refeitório dos soldados? Tão péssimo como os porões onde vão dormir?”
- Pior, António, muito pior! - diz Augusto, já perto das 10 da noite, quando se encontram novamente.
- O refeitório é lá à frente na proa e parece um barco a balouçar!
- Mas é um barco a balouçar! - replica António.
- Sim, é um barco a balouçar, mas parece no meio de tempestade! Foda-se, não conseguimos comer, porque não seguramos o prato e a boca foge-nos. Parecemos baratas tontas com a colher na mão à procura da boca. A boca foge da colher. Não há garfos, só colheres e ainda bem que não há facas. Peguei em dois moletes, abriu-os com a mão e meti dois bocados do que parece ser carne mastigada e saí agarrado aos outros camaradas, tão estonteados quanto eu. Foda-se, é pior que a cena do Ben-Hur, lembras-te do Ben-Hur? Do filme que vimos há tempos? Só nos falta remar com chicote nas costas como no Bem-Hur. Se não for obrigado, não volto ao refeitório. Fico completamente tonto e agoniado! Prefiro comer sandes aqui fora! Diz o meu pai, que o governo se sacrifica pelo povo. Queria vê-los aqui, feito baratas tontas de colher na mão à procura da boca. Sacrificam-se um caralho! Vêm para a televisão com a treta da “conversa em família” e é assim que nos fodem!
- Então, não comeste nada?
- Comi apenas uma sande de carne mastigada, mas não tenho fome. Estou agoniado e só preciso apanhar um pouco de ar, mas aqui na coberta está muito frio. Fui de novo ao beliche onde vou dormir. Quase desmaiei a descer aquela enorme escadaria até chegar ao porão. O calor e o cheiro são insuportáveis. Acho que não vou conseguir pregar olho até chegar a Bissau.
*
Facilmente se compreende, que instalar beliches no porão de carga e colocar o refeitório na proa, não são os melhores sítios de um barco, nem para dormir, nem para comer, antes pelo contrário. Na verdade, são os piores. Mas que importa aos políticos de um regime, que apenas se preocupa com os seus amigos?
Tinha pois, razão de ser, a indignação do camarada Augusto.
- Diz o meu pai – repetia Augusto – que os tipos do governo são pessoas de bem, pessoas decentes que olham pelo povo e que fazem o melhor que podem! Fazem… um caralho! Gostava de os ver aqui nesta pocilga, esses “heróis“ que nunca puseram os pés em África e se estão nas tintas para quem vai defender a Pátria. Na vinda, se não viermos num caixão, mandam-nos vir a nado! E as tuas? Como são as vossas instalações?
- As nossas são aceitáveis. São ali na parte central, nos camarotes.
- Pois! És um sortalhão. Eu não quis estudar e agora fodo-me! Sorte do caralho!
- Deixa, não te apoquentes. São apenas cinco ou seis dias de viagem. Sorte, mesmo sorte, é regressarmos sãos e salvos, isso é que é sorte. O resto é passageiro e não tem tanta importância. São apenas cinco dias da viagem!
Um último adeus para ninguém e para todos ao mesmo tempo foi acenado e agora, ao longe, apenas se avistam lenços que se agitam como se fossem asas brancas - a cor da paz - acenando a pontos em tom de verde - a cor da esperança - que vão ao encontro da cor negra - a cor da guerra! Para alguns, a cor da morte!
A silhueta da ponte também acabou por desaparecer. A noite chega ao alto mar e com ela vem o frio e a humidade e ao Niassa chega um misto de desconforto e tontura que se apodera da cabeça de António e, provavelmente, de todos camaradas a caminho do desassossego. Só então António se apercebe que esta é uma noite diferente. Diferente de todas as noites que até aí viveu na sua jovem vida! E só então se apercebe, que o chão não é tão firme como habitualmente e que a sua cabeça roda em corpo parado. Uma intensa e áspera brisa cola-se-lhe à face, sacudindo-o do estado de hipnose que até ali estaria mergulhado. Realmente, esta é uma noite diferente e diferentes serão as noites seguintes da sua vida!
Para António e camaradas graduados, o jantar chegou e é servido no salão-restaurante do velho Niassa. Jantar bem confeccionado, a fazer jus à fama dos cozinheiros da marinha.
De início, o Niassa foi construído para transporte de mercadorias. Com o incremento dos negócios na África Portuguesa verificado nas décadas de 40 e 50, foi adaptado para levar cerca de 300 civis comodamente instalados, sendo classificado depois, como barco-misto – carga e passageiros. O regime fascista de Salazar, cuidando dos seus amigos, mandou fazer essa adaptação, de modo a dar boas condições de viagem aos seus homens de negócio. E fez muito bem, pois deve-se cuidar dos amigos. Mas quando a guerra rebentou na década de 60, nunca o Niassa foi preparado para transportar tropas. Nunca preparado para transportar 500, mil ou 2 mil jovens a caminho da guerra. Nem o Niassa, nem outras velhas carcaças que transportavam gente como se fosse gado.
Nas instalações preparadas para os civis, viajam agora os oficiais, os sargentos e a tripulação graduada da marinha, e não sendo tão luxuosas com as de um barco-de-amor, são instalações que permitem uma viagem confortável.
Depois de ver as suas cómodas instalações, António interrogava-se, “como será o refeitório dos soldados? Tão péssimo como os porões onde vão dormir?”
- Pior, António, muito pior! - diz Augusto, já perto das 10 da noite, quando se encontram novamente.
- O refeitório é lá à frente na proa e parece um barco a balouçar!
- Mas é um barco a balouçar! - replica António.
- Sim, é um barco a balouçar, mas parece no meio de tempestade! Foda-se, não conseguimos comer, porque não seguramos o prato e a boca foge-nos. Parecemos baratas tontas com a colher na mão à procura da boca. A boca foge da colher. Não há garfos, só colheres e ainda bem que não há facas. Peguei em dois moletes, abriu-os com a mão e meti dois bocados do que parece ser carne mastigada e saí agarrado aos outros camaradas, tão estonteados quanto eu. Foda-se, é pior que a cena do Ben-Hur, lembras-te do Ben-Hur? Do filme que vimos há tempos? Só nos falta remar com chicote nas costas como no Bem-Hur. Se não for obrigado, não volto ao refeitório. Fico completamente tonto e agoniado! Prefiro comer sandes aqui fora! Diz o meu pai, que o governo se sacrifica pelo povo. Queria vê-los aqui, feito baratas tontas de colher na mão à procura da boca. Sacrificam-se um caralho! Vêm para a televisão com a treta da “conversa em família” e é assim que nos fodem!
- Então, não comeste nada?
- Comi apenas uma sande de carne mastigada, mas não tenho fome. Estou agoniado e só preciso apanhar um pouco de ar, mas aqui na coberta está muito frio. Fui de novo ao beliche onde vou dormir. Quase desmaiei a descer aquela enorme escadaria até chegar ao porão. O calor e o cheiro são insuportáveis. Acho que não vou conseguir pregar olho até chegar a Bissau.
*
Facilmente se compreende, que instalar beliches no porão de carga e colocar o refeitório na proa, não são os melhores sítios de um barco, nem para dormir, nem para comer, antes pelo contrário. Na verdade, são os piores. Mas que importa aos políticos de um regime, que apenas se preocupa com os seus amigos?
Tinha pois, razão de ser, a indignação do camarada Augusto.
- Diz o meu pai – repetia Augusto – que os tipos do governo são pessoas de bem, pessoas decentes que olham pelo povo e que fazem o melhor que podem! Fazem… um caralho! Gostava de os ver aqui nesta pocilga, esses “heróis“ que nunca puseram os pés em África e se estão nas tintas para quem vai defender a Pátria. Na vinda, se não viermos num caixão, mandam-nos vir a nado! E as tuas? Como são as vossas instalações?
- As nossas são aceitáveis. São ali na parte central, nos camarotes.
- Pois! És um sortalhão. Eu não quis estudar e agora fodo-me! Sorte do caralho!
- Deixa, não te apoquentes. São apenas cinco ou seis dias de viagem. Sorte, mesmo sorte, é regressarmos sãos e salvos, isso é que é sorte. O resto é passageiro e não tem tanta importância. São apenas cinco dias da viagem!
Angelino dos Santos Silva
in, GERAÇÃO DE 70 / Época das Chuvas
Romance sobre a Guerra Colonial Portuguesa em África
Capítulo 4 de 34
angelinosantossilva@gmail.com
in, GERAÇÃO DE 70 / Época das Chuvas
Romance sobre a Guerra Colonial Portuguesa em África
Capítulo 4 de 34
angelinosantossilva@gmail.com
sexta-feira, dezembro 06, 2019
domingo, dezembro 01, 2019
Energia Solar em Timor-Leste
Nas áreas rurais fora da rede de Timor-Leste, a energia solar é frequentemente a única opção elétrica para facilitar a prestação de serviços essenciais. A eletricidade fornece luz para estudar para exames ou para entregar um bebê à noite, energia para recarregar telefones e operar computadores e impressoras, e energia para manter registros e imprimir materiais educacionais.
Durante 16 anos, a editora Renew , do Santuário , sem fins lucrativos, trabalhou com comunidades em Timor-Leste para fornecer iluminação e eletricidade limpas e renováveis a pessoas que vivem em remotas aldeias rurais. Ajudamos a instalar iluminação e energia solar em mais de 2100 residências e mais de 100 centros comunitários, orfanatos, escolas e hospitais. Também ajudamos a treinar mais de 180 técnicos de energia solar baseados em aldeias, que podem usar suas habilidades para agregar valor a suas famílias e comunidades. Todo esse trabalho é alimentado por doações e subsídios.
Uma breve história de iluminação de Timor-Leste
Um grupo de apaixonados membros da Renew iniciou o programa no início dos anos 2000, logo após a independência de Timor-Leste, para oferecer o que pudesse para ajudar o país a se recuperar. Essa equipe estava muito focada na construção de habilidades locais através da experiência prática na instalação de sistemas solares e trabalhando com institutos de treinamento locais para desenvolver um currículo de treinamento fotovoltaico solar. Em 2014, o trabalho de Renew recebeu um incentivo com o financiamento do Desafio de Impacto do Google, que nos permitiu melhorar o sistema fotovoltaico solar para as famílias, implantá-lo em mais de 600 casas em três distritos e realizar um treinamento adicional de técnicos das aldeias.
Em 2017–2019, a Renew e seus parceiros locais alcançaram mais 265 casas rurais e treinaram 15 novos técnicos locais em energia solar. Uma doação da Fundação Andrew McNaughtan nos permitiu trabalhar na melhoria da educação da comunidade, desenvolvendo guias baseados em imagens sobre energia solar.
Até o momento, estimamos que nosso trabalho de instalação de sistemas fotovoltaicos solares domésticos tenha fornecido serviços modernos de energia a mais de 10.700 pessoas, permitindo que 550 pessoas realizem atividades econômicas adicionais, resultando em mais de US $ 1,1 milhão de renda, economizando cada família mais de US $ 900 em gastos com querosene e deslocados 4.250 toneladas de emissões de gases de efeito estufa.
Pay-Go: ajudando as famílias a possuir seus sistemas solares
No ano passado, a Renew começou a testar um novo modelo conhecido como Pay-as-you-go (ou PayGo). Sob esse modelo, as famílias podem pagar seus sistemas fotovoltaicos solares ao longo do tempo. Funciona como o carregamento de um telefone celular pré-pago: todo mês, um voucher é comprado por US $ 5, fornecendo um mês de eletricidade. Após 24 meses, se as famílias estiverem atualizadas em seus pagamentos, o sistema será desbloqueado e as famílias serão donas dos seus sistemas. A Renew está trabalhando com uma empresa social local para implementar esse modelo e fornecer manutenção e suporte contínuos. A receita gerada pelos reembolsos é usada pela empresa para pagar salários e construir um fundo rotativo para 'iluminar' outras famílias.
Sistemas maiores em edifícios comunitários
A Renew continua a instalar, reparar e manter sistemas maiores em edifícios da comunidade. Este ano, estamos trabalhando em 12 locais diferentes na ilha de Atauro e em Baguia, com financiamento de duas fundações privadas. Um componente-chave deste trabalho é melhorar as habilidades dos locais para manter e reparar esses sistemas mais complexos. O nosso parceiro timorense de formação, o Centro Nacional de Emprego e Formação Profissional (CNEFP-Tibar), está actualmente a realizar um curso de certificação em energia fotovoltaica com estagiários de Atauro e Baucau.
Dom da Luz
Ao longo dos anos, a Renew conseguiu realizar grande parte desse trabalho, graças às nossas campanhas Gift of Light . Esses fundos nos permitem alavancar suporte adicional de fundações e empresas. Todos os anos, nos feriados, solicitamos doações dedutíveis ao nosso projeto que podem ser usadas como presente para um amigo ou membro da família. Estes dons vão para a melhoria da qualidade de vida de milhares de pessoas que vivem em Timor-Leste.
Ainda há muito trabalho a ser feito. No ano passado, a Renew auditou todos os sistemas solares que ajudamos a instalar desde 2003. A auditoria identificou 40 sistemas que se beneficiariam do suporte contínuo; encontrar patrocinadores para essa manutenção contínua é um dos nossos principais objetivos para 2020. Também estamos procurando fazer um treinamento mais intensivo de técnicos em sistemas maiores, algo que é parte integrante da sustentabilidade de longo prazo de nossos projetos. Suas contribuições para a campanha Gift of Light e um novo programa de doação mensal a ser lançado no próximo ano nos ajudarão a alcançar esses objetivos.
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