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sexta-feira, janeiro 21, 2011
CARTA ABERTA AO CHICO BUARQUE DO SEU VIZINHO.
domingo, janeiro 16, 2011
Guiné 1967/1968
Apelo de Marisa Tavares, filha do veterano Júlio Marques Tavares, ex-
Soldado Condutor Auto Rodas, n.º 06255566, conhecido por "Madragoa", da
CCS/BArt1913, Catió, Guiné 1967/1968, falecido em 15Out1986:
Elementos extraídos da mensagem de Marisa Tavares:
Marisa Tavares, filha do militar Júlio Marques Tavares, nascida e residente em Toronto, no Canadá, solicita-nos a divulgação do seguinte apelo:
O seu pai faleceu (15Out1986) quando tinha 6 anos de idade.
Recentemente teve acesso a uma caixa contendo recordações da vida militar do seu pai, relacionados com a sua mobilização para a Guerra do Ultramar e a sua comissão de serviço em Catió, na Guiné, integrado na CCS do BArt1913.
Também, recentemente, soube que o seu pai, durante o período militar (1967 a 1969), em Catió, na Guiné, criou um menino guineense, que é seu irmão consanguíneo e se chama "Madragoa".
Aquele seu irmão consanguíneo tem agora cerca de 40 anos de idade.
Este facto é do conhecimento de sua mãe e, também, da sua avó paterna (falecida em 1986), que em vida enviava dinheiro à mãe do menino guineense para alimento do seu primeiro neto.
O seu irmão germano, nascido também no Canadá, anda há mais de 15 anos à procura de elementos para localização do seu irmão consanguíneo que, até ao momento, não conseguiu obter qualquer informação.
Assim, solicita a toda a comunidade de antigos combatentes, tanto portugueses como guineenses, nomeadamente, aqueles que estiveram na Guiné, mais precisamente em Catió, que saibam desta situação ou conheçam o seu irmão consanguíneo Madragoa, que contactem para o endereço de correio electrónico, vulgo e-mail, que se segue, porque ela e a sua família desejam muito conhecê-lo: mt_iphone@rogers.com
A Marisa Tavares, refere ainda na sua mensagem o seguinte:
Se ele ainda está em África e necessita de ajuda, quer ajudá-lo.
Caso ele seja pai, também, gostaria de conhecer os seus sobrinhos ou sobrinhas.
A sua família está pronta para os convidar e recebê-los de braços abertos.
quinta-feira, janeiro 13, 2011
Exercícios Físicos
Temos aqui algo sobre o que há muito desconfiava ou que, pelo menos, eu não entendia. Contudo, não deixa de haver um conflito de opiniões entre os técnicos ou especialistas. Independentemente de tudo isso, quem tem a palavra final é, sem sombra de dúvida, o meu joelho...
A minha saúde está boa, felizmente. Foi um susto o que se passou anteriormente e que eu relatei aqui em detalhes. Porém, estou obeso. Quero dizer, que estou bem acima do peso e só por excesso de gordura abdominal. Nada que não se concerte com força de vontade.
O meu cardiologista, há quase 4 meses atrás, encaminhou-me para uma Academia de Ginástica especializada e na qual teria controle e acompanhamento personalizado. Teria uma programação para combater a ansiedade, a hipertensão e a gordura abdominal. Fiz um contrato de 3 meses que, na verdade, não cumpri integralmente; talvez só um terço eu teria aproveitado, mas isso devido a alguns factores como distância de casa, cansaço do trabalho matinal, enfim.
Depois dos exercícios de alongamento, abdominais e musculação, ía para o final --- a bicicleta ou a esteira. A primeira vez que fui na esteira não me senti bem; talvez por trauma de um exagero que um outro médico cometeu comigo exigindo que eu continuasse o exame até qase os bofes saírem pela boca...
Um dia enjoei da bicicleta e comecei a usar a esteira mas só em caminhada e com passo moderado, dentro da minha capacidade inicial. Todos os dias caminhava 30 minutos e resolvi aumentar para 45. Saí de lá com dores nos joelhos. Entretanto, como já estava no fim do contrato, não voltei na Academia e nem tive a oportunidade de comentar o problema.
Numa reportagem de jornal de grande circulação li agora um artigo que aborda os pontos fracos e fortes desse trio que é o básico das academias --- esteira, transport e bicicleta. Diz o professor que "a esteira é a que leva ao maior gasto calórico porque envolve mais grupos musculares". E que, "apesar da esteira ser a mais eficiente para emagrecer, é a menos indicada para quem está acima do peso". Bingo! Acho que o meu joelho gritou com razão... É que "os quilos extras causam uma sobrecarga na coluna lombar e nos jelhos, o que pode levar a lesões", segundo afirma outra profissional da área.
Mesmo para quem está no peso ideal, "correr na esteira causa impacto nas articulações". Opinião de um terceiro educador físico. A esteira costuma ser a escolha de quem treina para correr na rua, por simular uma situação mais próxima dessa actividade. O que nem sempre é uma vantagem. "A esteira limita a passa e alinha o pé. Isso pode aumentar o risco de lesão de joelho e de quadril".
Acho que vou aproveitar os lugares bons que existem no meu bairro para caminhar tranquilamente, pois aqui tudo será natural. Até mesmo o ar que não é condicionado...
Lisboa
Foto devidamente credenciada com linha d'água, tirada pelo Comandante do A320 quando do levantamento de Lisboa com destino ao Funchal
segunda-feira, janeiro 03, 2011
Os Espertos
Henri Matisse, pintor francês que viveu entre 1905 e 1954 (meu contemporâneo, acreditem!...), pintou, entre muitos quadros, "A Dança". Esta uma alusão à obra de Igor Stravinski, "A Sagração da Primavera". Matisse fez esta pintura em 1909, quando entra na fase da Pintura Moderna.
Numa das críticas à obra do pintor, lê-se: "As intensas cores quentes chocam-se contra a frieza do fundo verde e
azul, criando uma sensação rítmica através da sucessão de nús dançantes e
transmitindo os sentimentos de libertação emocional e hedonismo". Hedonismo, como sabem, é o sistema de moral que considera o prazer como o supremo bem que a vontade deve atingir.
E qual o motivo ou inspiração que me traz aqui hoje, nesta manhã chuvosa e chata, a escrever sobre Matisse e aludir a hedonismo?...
"Fundo verde e azul" --- Tudo a ver com as cores do Brasil e a ideia que de imediato fazemos ao pensar no país. "Intensas cores quentes", "nús dançantes", "hedonismo". Alguém leu esta crítica da obra de Matisse e associou tudo, até a obra, a um projecto com o qal concorreria à apresentação de um logotipo.
Todos sabemos que estes concursos para criação de logotipos, dependendo do cliente e do evento, chega a render prémios milionários. Eu sei disso porque muitas vezes já senti cócegas no dedo indicador, o mais artista, para concorrer numa dessas oportunidades. Porém, jamais participei por saber, também, das sacanagens que ocorrem nos bastidores desses grupos organizadores. Isso me acontecia quando eu era sucateiro e participava de licitações para compra de lotes de sucatas de empresas públicas, principalmente.
No primeiro caso, o dos logotipos e essência da matéria de hoje, impera o tão tristemente plágio. No segundo caso, assunto que só trouxe aqui para ilustração, impera a corrupção entre os mais endinheirados e os funcionários crápulas; ganham sempre os mesmos...
No caso do plágio, estamos mais uma vez perante um deles. E este deve ter rendido uma grana e tanto, dedução que faço baseado em antecedentes fétidos passados.
Houve aqui um caso de plágio baseado na obra de Matisse e não própriamente da própria obra, claro. Mas não foi uma ideia criativa. Na sequência das imagens que aqui coloco, a primeira é a própria pintura. A segunda mostra o plágio descarado daquela relacionada ao logotipo da Telluride Foundation (primeira falta de inspiração). Aqui os baianos fôram muito caras de pau e ultrapassaram todos os limites. Entende-se por causa da sua lerdeza...
O último e mais recente plágio é do perú! O cara, presidente do C.O.B., veio a público na noite de passagem de ano durante as festas em Copacabana, dar a conhecer ao Mundo a obra prima. E, se vermelho estava o seu rosto, não era por vergonha e, talvez, por todas as que já tinha tomado. Vergonha ele jamais teve e jamais terá enquanto o suportarmos com aquele tacho na mão.
domingo, janeiro 02, 2011
Calceteiros
As calçadas de pedras são uma das artes mais antigas de que se tem conhecimento. O calceteiro, assim chamado o profissional executor dessas calçadas, é profissão milenar.
Tudo o que se constroi com pedra, algo que se extrai puro da Natureza, é duradoiro; e se bem feito, diria eu que quase eterno.
Acredito que estejam em Portugal os maiores expoentes na arte da calceteria. Em todos os cantos do Mundo existem testemunhos dessa dedução. Nas ilustrações seguintes temos Macau, Lobito em Angola, Ponta Delgada nos Açores, Portugal Continental.
Durante todo o tempo tive a supervisão do meu Dálmata, Díli. Não se cachorro pensa e, assim. não sei o que ele pensou sobre todas as manobras. Mas tenho a certeza que assim que eu lhe colocar a coleira para o passeio diário, vespertino, ele irá inaugurar a obra com uma tremenda mijada. É da praxe canina...
Lembro-me quando um grupo de calceteiros portugueses (não sei se tinha algum de Estremoz, mas creio que não...) fizeram a calçada de Copacabana no Rio de Janeiro: eles cercavam o canteiro de obras com tampumes para que ninguém descobrisse o segredo da arte... Pura ignorância! --- Há pouco tempo voltou ao Rio um outro grupo de calceteiros para ensinar a arte a um grupo de profissionais brasileiros interessados. Os tempos são outros, as mentalidades mais abertas e um espírito alentejano de ser...
Nestas primeiras ilustrações cito Fernando Machado e Ernesto Matos como autores de algumas; não sei o nome dos demais autores. Coloco este apêndice (ou intermezzo) para evitar desconfortos futuros como já vim a ter noutras matérias que escrevi, principalmente as referentes a frutas tropicais..
Voltando às calçadas e aos calceteiros, é imperativo citar Estremoz. É a minha cidade natal e epicentro de uma das maiores jazidas de mármores do Mundo. Situa-se no Alentejo a 140 km de Lisboa e a 50 da fronteiriça Badajoz na Espanha.
Aqui há mármore de todas as cores, predominando o branco. Todos de extrema beleza. E sinto-me orgulhoso quando vejo fotos ou vídeos de sumptuosos palácios no Médio e Extremo Oriente revestidos de mármore que, identificado como de Carrara (Itália) na maioria das vezes, é em grande parte de Estremoz. Uma daquelas muitas sacanagens que se fazem com alguns coniventes trouxas portugueses...
Muitos daqueles blocos enormes eram extraídos quase à porta da minha casa, nos meus tempos de catraio. Eu os via serem transportados naqueles camiões grandes e isso me deslumbrava. Só mais tarde viria a saber que se dirigiam ao porto de Lisboa para serem embarcados, muitos deles para Carrara e daqui, rotulados, para o Mundo... Mas, afinal, isso não vem ao caso. Eu propuz-me a escrever, hoje, sobre os calceteiros. Nem ligarei se, por acaso, vier algum italiano enchar-me o saco e a paciência...
Sendo Estremoz terra do mármore, não poderia deixar de dar grandes escultores e calceteiros
ao Mundo. Nas ruas vemos as calçadas em pedrinhas de mármore branco com os desenhos em mármore preto ou rosado. As Donas de Casa costumam esfregar aquele pedaço em frente à soleira da porta e fica notória a diferença do branqueado com o encardido... Mas mesmo isso é lindo de se ver.
Passei a minha infância vendo os calceteiros elaborando as calçadas de muitas ruas da cidade, inclusivamente a minha então denominada Rua dos Telheiros e hoje, pomposamente, Rua Capitão Mouzinho d'Albuquerque. Ficava observando-os agachados por horas a fio com um martelo apropriado que tirava ou modificava, com uma das extremidades, algumas arestas de determinada pedra para que a mesma se encaixasse naquele exacto espaço que ele já tinha fixado num golpe rápido de vista.
A velocidade e destreza com que esses homens trabalhavam era impressionante. Eles pegavam uma qualquer pedra do monte ali formado e instintivamente já era prensada com o martelo no lugar certo. Coisas da arte e de muita prática. Também do gosto e da paixão.
A última frase do parágrafo anterior não foi escrita em vão. Aliás, nada do que escrevo é em vão. Aquilo veio aqui do fundo da minha alma. Vi, muitas vezes, como eles faziam e como não poderia deixar de ser, aprendi. "Se houvera quem me ensinara, quem aprendia era eu". Lembrei-me deste verso da que é uma das mais lindas canções alentejanas --- Rama da Oliveira ---. Directamente não houve quem me ensinara e nem mesmo algum calceteiro iria expulsar dali um miúdo de 5 ou 7 anos e aí, na verdade, é que estava o busilis da questão...
Aprendi muito na vida na base da curiosidade e da bisbilhotice. Sou um auto-didata em muitos assuntos. Por tudo o que me interesso e resolvo fazer, faço-o com paixão. No dia de Ano Novo, além de expurgar os excessos de bebidas e comidas da noite anterior, senti o prazer de refazer o canteiro do meu Ipê Amarelo (ressuscitado...) e arrumei um pouco da calçada. Hoje resolvi retirar todas as pedras dum espaço que a raiz da árvore estufou.Desbastei a terra em excesso e refiz a calçada imitando os calceteiros de antanho, dos anos da minha infância
Aqui eu senti, como afirmei lá atrás, um gostinho especial pela arte. Não senti a dor no meu joelho (...); o quebrar daquela ponta bicuda; o arredondar de uma face. Tudo na ponta cortante do martelo, para que a pedrinha encaixasse certinho no espaço obtuso. E tudo foi ficando certinho.
E ferramentas também se improvisam para tarefas deste tipo que, afinal, não é todos os dias que aparecem. Um maço como o usado por aquele calceteiro da fotografia eu não tenho. Mas o conjunto das pedras tem forçosamente que ser batido com força para a união e nivelamento do conjunto. Nessas horas temos que improvisar e foi o que fiz com essa lata cheia de concreto e presa com uma corda...
Alguém me fotografou sem que eu pedisse, mas também não fiquei aborrecido com isso. Entendam as fotos ilustrativas pelo ângulo profissional e desprezem a tentação de algum comentário sobre a estética do calceteiro. Atentem sòmente na obra domingueira.
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