Área industrial já marca aeroporto de Beja, que ainda aguarda "voos mais altos"
mo o de manutenção, que já era de aeronaves em linha e, agora, também é feito em hangar pela Mesa", a qual, além disso, pretende investir "num centro logístico", realça o representante dos empresários.
A componente industrial "tem vindo a consolidar-se" e tem suscitado "muita procura, portanto, quando o aeroporto passar do estado da `infância` para o da `adolescência`, com certeza que o `cluster` aeronáutico industrial passará por Beja", argumenta.
Contactada pela Lusa, a ANA -- Aeroportos de Portugal, responsável pelo aeroporto de Beja, também destaca a área industrial e alude ao novo hangar de manutenção da Mesa.
"É um bom exemplo do resultado da estratégia de desenvolvimento seguida e o reconhecimento das potencialidades" do aeroporto "na vertente industrial, gerando postos de trabalho na região", salienta a empresa.
A ANA afirma que "dirigiu o posicionamento da infraestrutura para a captação de outras atividades aeronáuticas, com elevada relevância no setor, como as atividades de natureza industrial, nomeadamente a manutenção de aeronaves, e também o estacionamento de média-longa duração".
"Durante estes 10 anos, o aeroporto de Beja tem realizado atividade diversa, principalmente nas áreas do estacionamento de média-longa duração e da manutenção de aeronaves", dedicando-se também ao segmento de aviação privada, aos voos `charter` e a voos de carga.
Ao mesmo tempo, a ANA sublinha que "mantém o aeroporto de Beja preparado para receber o transporte de passageiros" e que está a trabalhar "ativamente para o desenvolvimento" desta vertente.
"A ANA Aeroportos de Portugal reafirma o seu empenho no desenvolvimento do aeroporto de Beja", que "é, decididamente, um fator adicional de competitividade e deve ser encarado como uma oportunidade de desenvolvimento", frisa.
Filipe Pombeiro diz à Lusa que, no futuro, acredita que a carga também pode ser "bastante importante" no aeroporto, "à medida que a região ganhar mais capacidade exportadora", podendo apostar nos produtos do Alqueva, "altamente transacionáveis".
A valência que lhe parece estar "mais atrasada", e que a região tem vindo a reivindicar há anos e da qual não abdica, é a ligada ao transporte de passageiros.
"Houve umas incursões no início", nos primeiros anos, com voos entre Beja e Londres ou entre Beja e a Alemanha, que acabaram por não vingar, mas "em 2018 houve outras experiências que me pareceram positivas, com voos `charter` para as ilhas Baleares (Espanha), no verão", recorda.
E é "essa aposta que o aeroporto terá que ir fazendo", no seu entender: "Poderá não se justificar haver voos regulares o ano inteiro, mas no verão a região pode perfeitamente ter voos regulares".
Crítico das expectativas iniciais criadas em torno do aeroporto, "sobrevalorizadas" pelo então Governo de José Sócrates, o presidente da AEBAL considera que, partindo dessa premissa, "o balanço fica aquém dessas mesmas expectativas". Mas, olhando para a realidade, "é um balanço positivo" e o aeroporto "não será um equívoco e fará o seu caminho - com tempo".
Após um investimento de 33 milhões de euros, o aeroporto, fruto do aproveitamento civil da Base Aérea n.º 11, começou a operar em 13 de abril de 2011, quando se realizou o voo inaugural.
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