O
Cravo
A todos os que lutaram por Abril mas especialmente a Francisco Lino, o meu rebelde bisavô, pela fé inabalável que depositou na liberdade.
A 25 de Abril de 1974
festejou-se a liberdade e o sonho,
com hinos nos lábios,
com votos renovados de esperança.
Com o País aberto à verdade,
e os braços estendidos aos Heróis,
às promessas e à confiança.
Foi dia de luta, de lágrimas,
de adeus às armas, de acolhimento.
De um sorriso para uma certeza.
As prisões e as torturas
queriam-se longe da lembrança,
pois agora reforçavam-se os desejos
de uma Pátria nova, Renascida,
de uma Pátria nova Portuguesa!
Porém,
o tempo passou,
e um cravo rubro, solitário,
ficou na estrada tombado.
As desilusões esmagaram-no
e o Homem Novo ignorou-o,
tomando-o por vinho entornado.
E hoje,
é recordado com brindes e discursos de glória
esse dia que ninguém esqueceu.
Mas há novos pés, no silêncio, a pisarem
aquele cravo de sangue exaltado e vitória
que no auge da festa alguém perdeu!..
No futuro,
uma criança,
brincando na areia da estrada,
encontrará o cravo,
que à Revolução foi ceifado.
Ao romper de uma aurora,
em vigor, plantá-lo-á de novo,
para que a fé não se apague.
E crente nas razões do povo,
na sua justiça, na sua dor,
estará a plantar, sem o saber,
a mais doce força da Saudade,
e o mais intenso poema de Amor.
Helena de Sousa Freitas, Setúbal, Portugal
A todos os que lutaram por Abril mas especialmente a Francisco Lino, o meu rebelde bisavô, pela fé inabalável que depositou na liberdade.
A 25 de Abril de 1974
festejou-se a liberdade e o sonho,
com hinos nos lábios,
com votos renovados de esperança.
Com o País aberto à verdade,
e os braços estendidos aos Heróis,
às promessas e à confiança.
Foi dia de luta, de lágrimas,
de adeus às armas, de acolhimento.
De um sorriso para uma certeza.
As prisões e as torturas
queriam-se longe da lembrança,
pois agora reforçavam-se os desejos
de uma Pátria nova, Renascida,
de uma Pátria nova Portuguesa!
Porém,
o tempo passou,
e um cravo rubro, solitário,
ficou na estrada tombado.
As desilusões esmagaram-no
e o Homem Novo ignorou-o,
tomando-o por vinho entornado.
E hoje,
é recordado com brindes e discursos de glória
esse dia que ninguém esqueceu.
Mas há novos pés, no silêncio, a pisarem
aquele cravo de sangue exaltado e vitória
que no auge da festa alguém perdeu!..
No futuro,
uma criança,
brincando na areia da estrada,
encontrará o cravo,
que à Revolução foi ceifado.
Ao romper de uma aurora,
em vigor, plantá-lo-á de novo,
para que a fé não se apague.
E crente nas razões do povo,
na sua justiça, na sua dor,
estará a plantar, sem o saber,
a mais doce força da Saudade,
e o mais intenso poema de Amor.
Helena de Sousa Freitas, Setúbal, Portugal
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