Lembro-me tão bem como se hoje tivesse acontecido que, naqueles tempos de tenra idade, na minha cidade natal de Estremoz (Portugal), subia o muro do quintal da D. Conceição, atrás da Rua dos Telheiros, e lá mesmo abocanhava aquelas lindas e saborosas romãs. Enormes e muito doces. Rachadas de maduras, era porta de entrada para as formigas que eu acabava de incluir no bolo alimentar e saborear. Só me apercebia de algo diferente por causa de um gostinho acre. Dizia-se que comer formiga fazia os olhos bonitos e talvez seja por isso que eu me envolvi com algumas belas mulheres muitos anos mais tarde...
Mercê de um problema de saúde que carrego e para o qual a romã é um dos melhores "medicamentos" naturais, que dizem ser muito eficaz, comprei alguns desses frutos importados, muito caros, e comecei a "namorar" aquelas amadurecendo por cima do muro...
Lembrei-me que tinha um cano de ferro bem comprido entre os badulaques que costumo guardar. Tinha, também, um suporte de extintor da minha velha kombi. Cortei este e soldei-o naquele. Fiz uma garra longa e nenhuma romã escapou. Todas maduras, inclusivamente as bem pequenas. Ainda por lá ficaram muitas mais a aguardar-me para uma segunda apanha...
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