terça-feira, maio 23, 2017

Marinha

Um ano depois do prazo inicialmente previsto, o "ferryboat" encomendado por Timor-Leste aos Estaleiros Navais do Mondego (ENM) vai ser finalmente lançado à água, na Figueira da Foz, na próxima sexta-feira, 26 de Maio, pelas 15 horas.
O "Haksolok", que significa felicidade em tétum, foi resultado de um investimento de cerca de 13,3 milhões de euros e representa um marco bastante importante na vida do construtor, pois trata-se da primeira grande embarcação saída destes estaleiros navais desde que foram concessionados à Atlanticeagle Shipbuilding, em 2012.
Esta embarcação foi construído em aço e alumínio, tendo para o efeito sido utilizado o aço do casco do Anticiclone, navio encomendado aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) que, tal como aconteceu com o "elefante branco" Atlântida, foi rejeitado em 2009 pelos Açores.
Para um investimento inútil realizado no Anticiclone, estimado em 14 milhões de euros, o Governo português acabou por aceitar vender a Timor-Leste, por pouco mais de um milhão de euros, as 720 mil toneladas de aço do casco da embarcação.
O "Haksolok" foi encomendado pela Autoridade da Região Administrativa Especial de Oé-Cusse Ambeno, enclave da República Democrática de Timor-Leste em território indonésio, para melhorar as ligações entre Díli, a capital, a ilha de Ataúro e as principais localidades da costa norte do país, nomeadamente Pante Macassar, a mais povoada cidade da região. Curiosidade histórica: os navegadores portugueses desembarcaram pela primeira vez nas redondezas, na praia de Lifau, em Agosto de 1515.
O "ferryboat" construído na Figueira da Foz rem 72 metros de comprimento e capacidade para transportar 377 passageiros, 23 viaturas e até 3.500 quilos de carga.
"Responde aos requisitos internacionais mais exigentes em matéria de segurança do transporte marítimo, nos termos da convenção SOLAS ("Safety of life at sea"), e os motores com que foi dotado permitem-lhe atingir os 15 nós de velocidade (quase 28 quilómetros por hora), o que permitirá ligar Díli e o enclave de Oé-Cusse Ambeno em seis horas, reduzindo para menos de metade o tempo gasto actualmente na viagem, que varia entre as 13 e as 14 horas, em função das condições marítimas", garante fonte oficial, em documento enviado ao Negócios.
A madrinha de baptismo do "Haksolok" será a freira Guilhermina Marçal, madre superiora das Canossianas Missionárias em Timor-Leste, "reconhecida apoiante da luta pela independência do país e que há dezenas de anos desenvolve um trabalho humanitário na sua terra considerado exemplar".
Entre outros dirigentes timorenses e responsáveis institucionais portugueses, assistirá ao evento Mari Alkatiri, antigo primeiro-ministro e presidente da Autoridade da Região Administrativa Especial de Oé-Cusse Ambeno e das Zonas Especiais de Economia Social de Mercado de Timor-Leste.



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