domingo, dezembro 30, 2007

TEM GENTE QUE...

Tem gente que se envergonha de um monte de coisas...

Sempre uma interrogação sobre quanto custa; como é feito; como é esse prato; se pode trocar a guarnição; estou perdido; pode me informar o melhor caminho. E outras situações diversas.

Já vi pataquadas de fazer rir e chorar. Amigo meu, que nem vou citar nome, comeu um "engasga-gatos" daqueles, simplesmente por não perguntar que molho era aquele do menu. Pagou caro e não desfrutou do almoço.

Outro ficou perdido em São Paulo e perdeu a hora da entrevista porque não teve a simplicidade de perguntar onde era o prédio daquela empresa. Chegou lá e foi barrado. Atrasado! Isso falando de coisas simples.

Tem gente que perde a grande oportunidade da vida por falta de ousadia. De fazer o que poucos fazem e se dão bem. Depois ficam reclamando que Deus não ajuda. Que não tem sorte. Que não tiveram chances e outras ladainhas e terços rezados e cantados.

Outro dia saquei um cara de fazer dó de tão feio que o coitado aparentava. Mas estava com uma moça linda, de parar o trânsito, no maior pega. E não tinha pinta de caixa alta não. Li um estudo de uma revista que são comuns esses casos. Simplesmente o sujeito é ousado e ataca as criaturas e se dá bem. É um bom papo, um bom sujeito, uma formação diferente; algo que encanta de primeira e vai ficando.

Tem um outro tanto de pessoas que falam que estão na pior porque não tiveram oportunidade de estudar. Quando? Na infância? Porque os pais não puderam pagar? Tudo balela. Quem quer faz. Quem se habilita consegue. Hoje existem oportunidades infinitas

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Gente que fica reclamando e ainda por cima com sequelas psicológicas. Muitos com inveja, inseguranças, desqualificados para a vida te batendo olho gordo. Malucos que secam pimenteiras. Uma energia complicada que ninguém aguenta meia hora de prosa. E os que ficam esperando milagres da vida? Gente que não dá o primeiro passo? Culpam os amigos, os irmãos, os pais e depois os filhos.

Pessoas que viveram a vida toda de subempregos, casas alugadas, carros velhos caindo os pedaços, nunca fizeram uma viagem de lazer; enfim, não desfrutaram a vida.

Está cheio de pessoas assim. Esperando, esperando... Esperando que alguém ofereça o bilhete premiado. Ou o bilhete numerado com direito a paisagem da janela rumo a Passárgada. Esperando a sorte que não chega. Esperando o grande amor. Esperando o emprego dos sonhos. E pior, sonhando com tudo isso.

Nos dias de hoje é bom que se proteja; como na antiga canção do Ivan Lins. Não a proteção de Deus que existe de todo e sempre e quase ninguém entende!... Mas a proteção da alegria, do bom humor, da boa formação, da fé baseada no conhecimento, do bom ânimo e, sobretudo, a proteção das virtudes desenvolvidas quando se troca informação uns com outros. Trocas de experiências.

Como dizem os especialistas: o tempo urge. Não existe vaga grátis na garagem. Almoço na aba dos que usam chapéu já era. Aliás; até a cachaça que qualquer um oferecia nos botequins ficou escassa. Poucos fazem aquele gesto de levantar o copo em sua direção compartilhando o gole ou mesmo por educação. Fica então o velho refrão: Nada é de graça; nem o pão e nem a cachaça.

Portanto, hoje em dia temos que aprender o caminho das pedras. Saber pelo menos o endereço do alambique. Ou que em qual esquina existe uma padaria. Comer um pão ou tomar um trago?

É bom que se proteja!...

Crónica de Marcílio C. Freitas

Adaptação autorizada

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