sexta-feira, agosto 13, 2010

Skate de dedo



"Skate de dedo", esse é o nome da mais recente brincadeira dos nossos putos (moleques) e, acreditem, de muitos marmanjos também. Cito também anciãos, não na perspectiva de ficarem fazendo manobras radicais com os dedos, palma e costa da mão, pois a muitos o reumatismo e outros "ismos" para tal não os liberam, não obstante a mente compartilhar e transmitir um certo desejo. Eu, talvez um dos poucos casos, já experimentei e não me dei mal de todo; botei figura dentro dos limites e o neto gostou...

Da minha parte existe total interactividade nesta brincadeira pois que, nos dois primeiros quadros de fotos acima, a obra e arte são minhas. Nunca tinha visto uma pista/prancha dessas e imaginei-as pela descrição que o neto me ia fazendo; nem sabia que a coisa estava tão popular na internet e, quando procurei já foi depois que construira a minha terceira obra prima da qual, acreditem, existem modelos que eu diria serem cópias e que não são porque só hoje estou publicando a imagem das minhas...

A terceira imagem que representa um looping, essa sim, é uma foto recolhida da internet e de um site que vende esses artigos manufacturados. Também desconhecia haver já alguém ganhando dinheiro em cima disso... Baixei essa foto para servir de modelo à próxima prancha que terei o prazer de fazer, mas com detalhes pessoais. Desta vez, porém, com madeira nova e escolhida, com um banho caprichado de verniz. Coisa que poderá até embelezar uma sala ou outro cómodo qualquer da casa...

É interessante que eu nunca vi os pais dos meus netos fazerem essas coisas artesanais para os filhos. Mas eu fazia para eles, filhos meus e agora para os filhos deles... O meu pai era um excelente marceneiro/carpinteiro, um daqueles artistas, diria até, qual renascentista... Muitas vezes o vi restaurando peças sacras das igrejas, mesmo que ateu fôsse e confeccionando móveis que, anos depois, ele próprio não acreditava ter sido o autor. Acho que ere um desabafo de humildade... Ele fazia todos os meus brinquedos e que eu me lembre, carrinho de mão, pateira e régua, trotinete (patinnette), carros e caminhões, enfim. Até a régua (menina dos 5 olhos) com que o professor nos dava reguadas era feita por ele...

Do que conheci do meu pai e pelo que outras pessoas contemporâneas dele testemunham, parece que sou dele uma cópia fiel em certos detalhes do comportamento e com aquela veia empreendedora no campo de certas habilidades mas, lògicamente que muito aquém do grande artista e profissional.

No meu quarto de ferramentas não falta quase nada. Digo quase, porque sempre existe uma ferramenta que cobiço mas que nem sempre está ao alcance e que, possívelmente pouco seria usada. Algumas que tenho jamais fôram por mim usadas. Porém, tenho um prazer enorme quando olho para aquele quadro na parede e vejo tudo ali organizado e talvez aguardando, algumas, que eu lhes pegue e as manuseie com carinho e arte.

Mas, porque eu estou escrevendo sobre brinquedos, artesãos e ferramentas? --- Porque tudo está relacionado às postagens anteriores sobre os meus problemas de saúde. Como afirmei, daqui para a frente tentarei ser mais e muito mais activo. Irei buscar tempo até onde não houver. Dormirei muito menos, só o essencial e aproveitarei a vida em todas as suas nuances de felicidade. Passearei com o meu cachorro sempre que ele me pedir, pois ele sabe fazer isso, podarei as árvores, cuidarei do jardim. Entrarei debaixo dos carros para ajustar o cabo de embraiagem ou o que quer que seja e, se a barriga dificultar, macaco e cavalete para suspender, tanto as viaturas como outras coisas pendentes e adormecidas... Darei atenção aos netos daqui e conversarei com os portugueses quando eles quiserem. Passearei com a mulher em volta da quadra ou para algum lugar diferente iremos com mais frequência. Nunca mais gritarei com o meu neto daqui, mesmo que ele me encha muito o saco como tão bem sabe fazer; serei muito condescendente com todos esses detalhes e a minha pressão vai agradecer.

Hoje estou fazendo pistas de skate de dedo. Amanhã farei o que mais fôr inventado ou desenterrado do baú. Restaurarei centenas de tranqueiras velhas e doá-las-ei em perfeito estado para que outras crianças sejam felizes. Imaginarei que um coração que bate naquela criança de 8 ou 10 anos é exactamente igual ao meu que tem 65. Sem diferenças!












2 comentários:

dor@ disse...

Adorei esta crônica!!
Fica lindo quando expões teu lado mais sentimental.
É isso mesmo, amigo.
Aproveite todos os momentos da vida com coisas interessantes, tenha um hobby, tenha alegria de viver.
Isto é o que traz saude.

Mas tenho um recadinho pro Lucas, tambem:- APROVEITA esta fase bacana do avô...usa e abusa da meiguice dele!!
Ah,faz ele "assinar embaixo"tudo que disse.
E eu sou testemunha ocular. .hahahaha

David disse...

olaa eu quria te dar os parabens e pedir se vc naum qer vender aquela escada é qui eu so muitu fa de skate de dedo e tals dai éra isso q eu queria pedi .. vlw abraçoo