A princípio lembrei-me do nome de um filme que eu vira na minha juventude. Um filme do cineasta Alfred Hitchcock baseado na obra homônima de John Buchan. Pensei que tinha como título "Os 49 Degraus", mas pesquisei na internet e vi que eram 39 degraus... Era para jamais esquecer esse título, pois considerei aquele filme um grande barrete, usando expressão muito usada aqui no Alentejo para filmes fracos ou decepcionantes. Este começava com a imagem de um grande navio e que depois se viu que era um barquinho de brinquedo, filmado num plano maior. Coisas de Hitchcock...
Como uma coisa leva a outra, lembrei-me do livro de ensaios do italiano Roberto Calasso, "Os 49 graus". Fiquei outra vez num impasse, pois fujo de plágios, naturalmente. Resolvi então suprimir o artigo e ficou só o numeral, pois a escada tem mesmo os 49 degraus e isso não pode ser alterado...
Com esta introdução acabei por já ter escrito meia crónica quase sem dar por tal. Garanto que tudo o que escrevi não foi conversa para boi dormir nem ar para encher pneu...
Minha mãe fez 87 anos no pretérito Agosto. Vim a Portugal para a rever depois de 10 anos passados, bem como os filhos e netos que aqui tenho.
Por opção, ela passa o dia num Centro de Dia e volta para casa no início da noite. Esperei-a na hora da chegada para lhe fazer uma surpresa.
Depois que ela chegou e após os muitos beijos e abraços, ela se apoiou no corrimão com a mão esquerda e na canadiana com o sovaco direito. Subiu os 49 degraus sem descansar um único momento. E ela faz isso todos os dias há 6 anos. Eu fui atrás, parei duas vezes (uma em cada vão) para retomar o fôlego e cheguei ofegante em estado lastimoso. Para eu chegar aos 87 da minha velhota vou ter que promover grandes e radicais alterações no meu modo de vida. Promessa a ser cumprida imediatamente!
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