segunda-feira, janeiro 14, 2013

Las Pajilleras

Corria o mês de dezembro de 1840 na Espanha. Último ano da primeira Guerra Carlista. Soldados mortos e feridos em todos os lugares. Triunfo do lado liberal dos seguidores de Isabel II.
Sua Iminência o Bispo de Andaluzia, através de levantamento exclusive, autoriza a criação do corpo de “Pajilleras del Hospício de San Juan de Dios, de Málaga”.
As pajilleras de caridade (como começou a ser chamado na Península Hibérica) eram mulheres que, independentemente da sua aparência física ou idade, emprestaram o conforto com manobras de masturbação para numerosos soldados feridos nas batalhas da recente Guerra Carlista espanhola.
A autora de tão peculiar ideia, foi Sor Ethel Sifuentes, uma religiosa de quarenta e cinco anos, que havia servido da enfermeira do hospital acima mencionado. A irmã Ethel tinha notado o mau humor, ansiedade e a atmosfera saturada de testosterona no pavilhão de feridos do hospital. Ela decidiu, então, pôr mãos à obra (literalmente...), começando com algumas Irmãs a masturbar os robustos e viris soldados sem fazer distinções de grau.
Desde então, tanto a soldados como a oficiais, cabía-lhes a sua punheta diária. Os resultados foram imediatos. O clima emocional mudou radicalmente no pavilhão e temperamentais homens de armas voltaram a conversar educadamente entre si, mesmo que em muitos casos tenham militado em lados opostos.
Ao núcleo fundador das irmãs de masturbadoras, juntaram-se voluntárias seculares, atraídas pelo desejo de prestar tão abnegado serviço... A estas voluntárias, impôs-se-lhes (a fim de preservar o pudor e os bons costumes) o uso estrito de um uniforme: uma folgada opa que ocultava as formas femininas e um véu de linho a suavisar as formas do rosto.
 O êxito retumbante se traduziu na proliferação de vários Corpos de punheteiras em todo o território nacional, agrupados em várias associações e modalidades. Surgiram, deste modo, as “Pajilleras de la Reina”, as “Pajilleras Del Socorro de Huelva”, “ Las Esclavas de la Pajilla del Corazón de María” e já na entrada do século XX , “Las Pajilleras de La Pasionaria” que, com tanto auxílio haveríam de brindar as tropas da República.
Na América Latina, raramente empregadas as modas metropolitanas, as pajilleras também tinham seus momentos de glória. Durante a guerra civil mexicana, houve grande ajuda às tropas de todos os lados, “Las Esclavas de la Pajilla del Corazón de Maria” e “Las Pajilleras de Passiflora”, grupos leigos (embora perto da Igreja) ofereceram a fadiga de seus pulsos para acalmar o ímpeto viril. Essas Irmãs logo eram indiferentes e palavras de baixo calão, fruto da inesgotável criatividade popular, como o “mamacitas” ou “ordenhadoras”. O costume passou do México para as Antilhas onde tiveram particular êxito as dominicanas de "sobaguevo", todas elas matronas sexagenárias que resolveram ocupar as suas tardes neste tipo de serviço social.
O último lugar onde estas senhoras abnegadas, fizeram suas façanhas na América, foi o Brasil. Aqui a Coluna Prestes foi acompanhada em sua marcha por uma trupe reduzida mas eficiente de moças paulistas, chamadas de “baixapau”. Apesar de estarem apenas no uso dos movimentos ágeis das suas mãos, elas conspiravam contra a melancolia dos soldados…
Várias fontes orais nas margens do Paraná, comentaram que havia um pequeno agrupamento dedicado a esta actividade há algumas décadas numa aldeia . Elas eram conhecidos como as “Filhas de Nossa Senhora do Sujeito Encarnado”, referência e homenagem póstuma duvidosa à mulher velha do fundador, que morreu com as mãos no chão, ao lado de um soldado, no seu dia de descanso.
O costume desapareceu depois da Segunda Grande Guerra e até agora desconhecem-se outras congregações.
No que está descrito aqui, não existem piadas nem exageros e, nem tão pouco, alterações. Tudo está escrito e faz parte da história real. 

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"In internet"
Tradução e adaptação pessoal. 

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