sexta-feira, junho 05, 2009

Ilusões

Quantos portugueses, quantos dos meus camaradas de armas fôram sacrificados nessa terra endiabrada!? E para quê?

Não quero dizer com isso que a Guiné deveria continuar a ser uma colónia portuguesa. O que eu quero dizer é que, aqueles que nos enfrentaram na guerra, embuídos de um ideal que começaria com a independência, foram, como nós, traídos.

A nós enfiávam-nos goela abaixo a grande ilusão de que se tratava de uma extensão do nosso território metropolitano, como as demais e então denominadas Províncias Ultramarinas. Na escola primária já tínhamos que ter na ponta da língua as respostas sobre perguntas histórico-político-geográficas. A eles, os seus líderes lavavam-lhe o cérebro e implantavam idéias que jamais seriam concretizadas. E, assim, uma guerra de treze anos envolveu os dois lados com os Grandes Chefes atirando carne para canhão.

No que nos diz respeito, tudo acabou quando do 25 de Abril de 1974. Quanto a eles, os grandes (até mesmo gordos e corpulentos...), jamais se deixaram de matar uns aos outros numa carnificina desenfreada.

Em ambos os países, definitivamente circunscritos ao seu monobloco geográfico, travam-se outras guerras e actividades internas e muitas vezes com alvos idênticos. A Guiné é o grande entreposto do tráfico de entorpecentes com tentáculos direcionados a todos os quadrantes. Portugal é uma das principais portas de entrada na Europa. Continuamos irmãos...

Sem comentários: