segunda-feira, setembro 28, 2009

Lixo

Chegou até mim com um caroço de abacate para me mostrar. Estava aberto, já inha raízes e no seu ventre esguiçava-se o embrião ávido por vida. Disse-me ser uma pena ter que o jogar no lixo.

Um caroço qualquer, das várias frutas que saboreio, sempre vai para o lixo ou é atirado no chão se esse também fôr um chão qualquer.

Às vezes, alguns dos muitos dos frutos que caem da pitangueira, da aceroleira ou da mangueira que tenho no quintal, acabam por germinar uma nova planta. Então, mesmo não tendo mais espaço para as dispôr, nunca as deixo morrer. Sempre as coloco numa lata ou vaso e, mais tarde, transplanto-as num dos muitos terrenos que há por aí; na beira do rio ou onde eu deduzo que será uma pracinha no futuro.

Desta vez não fiz questão que o futuro abacateiro fôsse para o lixo. Afinal, a vida está perdendo a razão de ser.

Também me sinto no lixo...


1 comentário:

dor@ disse...

Alentejano, querido amigo
Podes te sentir no lixo...é teu direito.
Mas não estás, nem nunca estarás, porque tua amiga brasuca te plantou, há tempos, no coração...