Em todo o Brasil, em qualquer lugar público, um cara com um cravo vermelho na lapela é algo meio ou até muito estranho. Muito estranho!... Alguns podem até pensar que se trata de um viado (paneleiro) ou um daqueles velhos que costumam enbonecar-se, enfeitar-se com uma flor e ir para algum baile da saudade...
Mas foi assim que hoje eu fui trabalhar na feira. Providenciei um cravo vermelho na florista e, acreditem, foram-me oferecidos três --- 2 vermelhos e um branco --- dos quais nada me foi cobrado não sei porquê, pois não informei da finalidade da aquisição.
Porque ali tenho muitos amigos ou simplesmente conhecidos, fui alvo de muita xacota, mas tudo numa brincadeira saudável e dentro dos limites que cada um usufrui na gozação. Claro que não perdi tempo para a um por um explicar o motivo ou significado do meu gesto. Confesso que expliquei a três ou quatro que eu sabia que tinham a inteligência desenvolvida para a captação, destrinche e assimilação da informação. Esses esboçaram um gesto de aprovação e admiração.
Não me cruzei com nenhum patrício, pelo menos que eu soubesse que o era, mas a grande maioria dos portugueses residentes no Brasil, mesmo que saibam que é feriado em Portugal, se é que sabem, desconhecem a simbologia de actos como o meu...
Posso informar a todos que a cada ano que passa, eu de algum modo assinalo a efeméride e o faço com grande espírito de patriotismo e alma alentejana. O Alentejo está arreigado nisso até às mais profundas raízes.
A todos os que estão imbuídos do espírito original da Revolução dos Cravos, um grande abraço.
Aos que já se fôram e que do grande feito foram artífices e participantes, o eterno respeito e contemplação.
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