Hoje é
Quinta Feira d’Ascensão. Dia da Espiga.
Para a
maioria dos brasileiros eu certamente estarei a falar grego. Mas, como a Grécia
está nos píncaros da actualidade, estou conectado... Mas não é nada disso.
Hoje não
tanto, porque muitas das tradições infelizmente vão-se esvaziando. Mas eu ainda
sou do tempo em que este dia era realmente sagrado. Naturalmente que uso aqui o
termo “sagrado” com conotação dispare, mais no sentido de que o dia tinha que
ser vivído intensamente. Afinal era feriado no meu Alentejo e, por isso, um dos
dias mais santos do ano...
Quarenta
dias após a Páscoa temos, no calendário católico, o dia da Ascensão que
naturalmente cai numa Quinta-Feira.
Do mesmo
modo que na Segunda-Feira de Páscoa, quando o alentejano da cidade vai para o
campo comer o borrego assado, nesta Quinta-Feira ele vai também.
Desta
vez, porém, com um lanche mais leve, pois só vai “apanhar a espiga” e dar uns
amassos na namorada ou na esposa. Os ares primaveris da planície são muito
propícios a laivos de paixão...
Sempre em
número ímpar,colhem-se espigas de alguns cereais, (simbolizando o pão), ramos
de flores campestres (ouro, prata, amor e vida), um ramo de oliveira (azeite,
paz e luz), outro de videira (vinho e alegria) e mais um de alecrim (saúde e
força). Assim se forma um lindo ramo que se leva para casa e se coloca
pendurado numa parede ou porta interna da casa. Será substituído por um novo no
ano seguinte.
A todos
ofereço, virtualmente, um ramo de espiga que colhi naqueles campos maravilhosos
que passaram pelos meus pensamentos enquanto escrevi esta crônica. Que a
abundância, a saúde e a paz invadam as vossas vidas durante todo este ano. No
próximo tudo se renovará!
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