quinta-feira, maio 17, 2012

Dia da Espiga


Hoje é Quinta Feira d’Ascensão. Dia da Espiga.

Para a maioria dos brasileiros eu certamente estarei a falar grego. Mas, como a Grécia está nos píncaros da actualidade, estou conectado... Mas não é nada disso.

Hoje não tanto, porque muitas das tradições infelizmente vão-se esvaziando. Mas eu ainda sou do tempo em que este dia era realmente sagrado. Naturalmente que uso aqui o termo “sagrado” com conotação dispare, mais no sentido de que o dia tinha que ser vivído intensamente. Afinal era feriado no meu Alentejo e, por isso, um dos dias mais santos do ano...

Quarenta dias após a Páscoa temos, no calendário católico, o dia da Ascensão que naturalmente cai numa Quinta-Feira.
Do mesmo modo que na Segunda-Feira de Páscoa, quando o alentejano da cidade vai para o campo comer o borrego assado, nesta Quinta-Feira ele vai também.

Desta vez, porém, com um lanche mais leve, pois só vai “apanhar a espiga” e dar uns amassos na namorada ou na esposa. Os ares primaveris da planície são muito propícios a laivos de paixão...
Sempre em número ímpar,colhem-se espigas de alguns cereais, (simbolizando o pão), ramos de flores campestres (ouro, prata, amor e vida), um ramo de oliveira (azeite, paz e luz), outro de videira (vinho e alegria) e mais um de alecrim (saúde e força). Assim se forma um lindo ramo que se leva para casa e se coloca pendurado numa parede ou porta interna da casa. Será substituído por um novo no ano seguinte.

A todos ofereço, virtualmente, um ramo de espiga que colhi naqueles campos maravilhosos que passaram pelos meus pensamentos enquanto escrevi esta crônica. Que a abundância, a saúde e a paz invadam as vossas vidas durante todo este ano. No próximo tudo se renovará!






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