sábado, janeiro 19, 2013

Saudade

Nasci na minha querida Estremoz e lá vivi até aos 11 anos de idade. Depois os meus pais mudaram-se para Évora e por lá fiquei até que fui chamado a servir no Exército. Tive a sorte de ter vivido nas duas que são as mais belas cidades do Alentejo.
Devido a uma série de factores, de Alentejano passei a ser também Tropicano. Mudei-me do Alentejo para os Trópicos  e no de Capricórnio eu estou vivendo hoje e desde há muitos anos.
Sou um emigrante como outros milhões de emigrantes --- a diáspora portuguesa. Somos 11 milhões fóra do berço; tantos quanto os que do berço não saíram. Se todos os que estão fóra resolvessem, de repente, voltar para a sua terra natal, não haveria espaço útil para os receber e seria um caos...
Dos Patrícios que conheço jamais tive conhecimento de haver quem não se sentisse feliz na terra adoptiva. Lògicamente que nos bate uma saudade muito grande no coração e, dentro das possibilidades de cada um, sempre há uma visita ao torrão natal.
Existem, também, os problemas insolúveis; acontecimentos negativos que nos apanham de surpresa e nos deixam imobilizados.
Em 1969 eu estava numa comissão militar em Timor e o meu Irmão numa outra em Moçambique. Ele faleceu em combate e o seu corpo voltou à terra natal. Em 1986 o meu Pai faleceu em Lisboa e eu encontrava-me no Brasil. Hoje, em Estremoz, faleceu a minha Irmã e eu estou no Brasil.
Não foi possível estar presente no enterro dos três. Essa é uma das vertentes negativas da ausência dos emigrantes como eu, principalmente os que estão muito longe da sua terra. Do mesmo modo de antanho, o meu espírito está presente junto à minha querida Irmã. Que descanse em paz!

6 comentários:

dor@ disse...

Meus sinceros sentimentos de pesar, querido amigo...
...mas assim é a vida...
Beijos.

joaquim disse...

Os meus sentidos pêsames pela sua perda , sinto-me liga à sua família por laços de amizade ,por ter sido amigo bem próximo e colega de armas , em Mueda , lá no ano de1969, dum Amigo e Companheiro que guardo num cantinho especial do meu coração . Um abraço

António Rosa-RECORDAÇÕES disse...

Os meus pêsames pelas perdas indicadas. A vida por vezes é madrasta; além de nos retirar quem amamos não nos permite estar presente no ultimo adeus.

Luís Saramago disse...

Os meus sentidos pêsames pela sua perda de sua irmã, não sabia que tinha falecido. Um abraço deste amigo e conterrâneo.

Luís Saramago

Luís Saramago disse...

Os meus sentidos pêsames pela sua perda de sua irmã, não sabia que tinha falecido. Um abraço deste amigo e conterrâneo.

Luís Saramago

Mario F. Vidazinha disse...

As minhas condolencias Claudio, sai de Portugal em 1965 e passei por situacoes identicas, que Deus lhe tenha as almas em descanco