ALENTEJANO E TROPICANO
domingo, fevereiro 16, 2025
domingo, fevereiro 09, 2025
Lã de Ovinos
Eis os edredons de lã. Um projeto inovador de economia circular
A ideia começou a ganhar forma durante uma conversa de Luís Rebola, economista, com um pastor, na estrada entre Sousel e Estremoz. Contava o guardador de rebanhos que se via forçado a queimar a lã, cujo valor nem sequer chega para pagar a tosquia dos animais.
“Comecei a pensar como seria possível uma matéria-prima tão valiosa, como a lã, usada há milénios, ser considerada um desperdício”, conta Luís Rebola, nascido no Porto, mas com raízes familiares em Sousel.
Formado em economia, com um percurso profissional que passou por Lisboa e pelo Brasil, Luís Rebola fixou-se em Sousel há dois anos, apostou na consultoria de empresas e em projetos de desenvolvimento pessoal, até que o seu caminho se cruzou com o do tal pastor e desse encontro surgiu uma reflexão e dessa reflexão nasceu um projeto empresarial. Antes começou a fazer perguntas. Constatou que o caso não era isolado, pelo contrário, todos os pequenos produtores de ovinos se debatiam com o problema da lã, queimada por uns, enterrada po outros, ou até por vezes colocada em sacos pretos, escondidos no meio do lixo urbano.
Encontrou também sinais de esperança, casos concretos de utilização desta lã enquanto matéria-prima. Por exemplo, em Urubici, município de 11 mil habitantes no estado de Santa Catarina, no Brasil, onde a 26 de junho de 1996 foram registados uns impressionantes 17,8 graus Celsius negativos, o que faz desta a terra “mais fria” do país. E onde, vejam-se os caminhos do acaso, a mulher do edil criou uma associação para dar trabalho a mulheres com problemas de inserção profissional, dedicando-se ao fabrico de edredons com lã de ovelha.
“Comecei a falar com essas mulheres e a pensar no que poderia ser um processo de fabrico menos artesanal que o delas. Desenvolvi o projeto e fui apresentá-lo à Pasto Alentejano, um dos maiores produtores de carne de borrego do país, cuja sede é em Sousel”, lembra Luís Rebola.
“Disseram-me que se tratava de um problema enorme e que queriam fazer parte da solução para o resolver”, acrescenta o economista, que acabou contratado pela empresa como consultor externo. Estava iniciado o processo que haveria de conduzir ao nascimento da marca Lãmb, cujo primeiro produto é um edredom de lã orgânica 100% pura.“Para noites de sono aconchegantes, sem contar carneirinhos”, garante a empresa.
Existindo lã em abundância, havia no então outros problemas por resolver. “Uma das questões era saber como é que se poderia lavar a lã, tendo em conta que muitas empresas deste sector já fecharam.
"Chegámos a uma empresa na Guarda que o faz de forma ecológica e isso é muito importante, pois trata-se de um projeto desenhado com preocupações de sustentabilidade”, conta o promotor, economista com trabalho em grandes multinacionais e na área do marketing, mas cujo conhecimento específico sobre o mercado da lã era, à época, pouco mais que nulo.
Já lavada e em tufos, a lã sai da Guarda em direção à Trofa, onde é feito o agulhamento, ou seja, a transformação dos tufos de lã num manto uniforme, com a altura e a densidade desejada. Sucede que essa empresa dedica-se, sobretudo, ao agulhamento de sintéticos, apenas trabalhando a lã de dois em dois meses, dado tratar-se de um mercado residual. O próximo processo de agulhamento de lã seria em novembro, pelo que era necessário acelerar o processo.
“Foi o tempo de montar tudo”, conta Luís Rebola, que por esta altura já tinha falado com o presidente da Câmara de Sousel, ManuelValério, no sentido de obter algum apoio para o projeto. “Foi o presidente quem, primeiro, me encaminhou para a Pasto Alentejano e, depois, manifestou a intenção de comprar os primeiros 100 edredons para oferecer, antes do Natal, aos lares da terceira idade”.
Com uma data-limite para executar o projeto, ainda foi necessário fazer o acolchoamento, o que sucedeu em Guimarães, tratar dos acabamentos finais e etiquetar.
O resultado final é um edredon de lã pura, de borrego, lavada num processo ecológico, com uma capa de algodão puro e com todas as características da lã, usada pelos seres humanos desde há cerca de seis mil anos. Por características entenda-se um isolamento térmico ao nível dos produtos mais caros do segmento, como as penas, com a vantagem de se tratar de uma matéria-prima que resulta da economia circular, cuja obtenção não origina quaisquer maus-tratos animais.
“A tosquia não maltrata os animais”, refere ainda Luís Rebola, assinalando outra característica interessante desta matéria-prima: “Absorve até 30% do seu peso em humidade”. Dito de outra forma: “A lã tem capacidade para absorver a transpiração e é por isso que ajuda as pessoas a dormirem melhor”.
SOLUÇÃO SUSTENTÁVEL
Responsável pela comunicação na Pasto Alentejano, Tiago Serralheiro confirma que a lã “não tem preço para o produtor, nem sequer chega para cobrir os custos com a tosquia”, pelo que o projeto agora inaugurado permite “tirar proveito do bem-estar animal, ou seja, da tosquia, para promover a economia circular”.
Segundo refere, a empresa “desenvolveu uma solução empresarial para um problema transversal ao sector”. Os primeiros 500 edredons estão feitos. A ideia, refere, “é aumentar a produção”, com o foco especial na hotelaria. A exportação será o passo seguinte, de olhos postos nos mercados do norte da Europa.
In Brados do Alentejo
segunda-feira, janeiro 27, 2025
domingo, janeiro 19, 2025
segunda-feira, dezembro 09, 2024
Que Rei Sou Eu?
Essa novela foi ao ar em 1989. "Que Rei sou Eu?". Não sou noveleiro, mas novelas como essa e como o "O Bem Amado" ocuparam um pouco do meu tempo. Muitas das narrativas, tanto duma como da outra, são actuais. Antônio Abujamra, actor principal da primeira citada, tinha interpretações fantásticas de textos premonitórios. Nostra Damus ficou devendo...
sexta-feira, novembro 15, 2024
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segunda-feira, outubro 21, 2024
Círio de Nazaré
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Constituição Federal
Luiz Philippe de Orleans e Bragança, Deputado Federal. Esse senhor é absurdamente correcto, diferenciado! Verdadeiro génio da lucidez! Eu, Cláudio Portalegre, não tiro e não acrescento uma única palavra. Perfeito! É o que nós abordamos frequentemente nas tertúlias de pessoas cultas.
segunda-feira, outubro 14, 2024
Pandemia?
Abram o link para verem mais um vídeo sobre as trapaças da pandemia.
https://x.com/IceSohei/status/1845791881143496829/video/1
sábado, setembro 28, 2024
domingo, setembro 15, 2024
quarta-feira, agosto 07, 2024
domingo, julho 28, 2024
Relíquias velhíssimas
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sábado, junho 15, 2024
Relíquias
Hoje resolvi abrir esta velhíssima Aguardente de Medronhos. Se já era velhíssima quando engarrafada, imaginem como estará com mais 70 anos de casa!... Se eu não abrir e consumir estas maravilhas, na minha falta os herdeiros jogarão tudo no lixo...
domingo, maio 26, 2024
sábado, maio 25, 2024
À vossa saúde!
Esta semana tem sido demasiado pesada para mim. Pensei em tomar algo forte que, de alguma forma, atenuasse as dores físicas e psíquicas. Lembrei-me que tinha um garrafão de cachaça de Montes Verdes que um dia um amigo meu me trouxe. Passei-a do garrafão para garrafas de 1 litro (também um ritual interessante). Vi, com surpresa, ser amarelinha. Talvez curtida em barril de carvalho. Uma delícia no primeiro trago; melhor nos seguintes. Enchi nòvamente o copo para fazer um brinde aos meus amigos. Falando de copo, este tem o distintivo do meu Internacional e foi presente que o meu neto Lucas trouxe de Alagoas. Afinal, em Alagoas tem algo bom --- torcedores do Colorado... Um abraço a todos. Saúde!
quinta-feira, maio 16, 2024
sábado, maio 04, 2024
segunda-feira, março 25, 2024
domingo, março 10, 2024
Amigo e Companheiro
Dos meus gatos, o Pijaminha era o meu preferido. Grande companheiro. Era um gato com preferências alheias à sua espécie, pois gostava de livros. Partiu hoje para outra dimensão e deixa muitas saudades.
segunda-feira, março 04, 2024
Marinheiro
Eram dois navios irmãos gémeos: o "Timor" e o "Índia". Sei que os dois foram vendidos pela Companhia portuguesa para um armador de outro país e deles tenho conhecimento que já foram desmantelados.
Esses navios faziam a linha de Lisboa a Díli, capital da então Província Ultramarina, Timor, no sudeste asiático. Antes da Guerra dos 6 Dias passava pelo Canal do Suez e aportava em Macau, Singapura, Hong Kong.
Depois do fechamento do Canal, para a mesma viagem contornava-se a costa ocidental e um pouco da oriental africana com paragens em Luanda, Lobito, Benguela e Moçâmedes (Angola), Lourenço Marques e Beira (Moçambique). Algumas vezes fazia uma linha directa de Moçambique a Timor; outras vezes parava nas citadas cidades asiáticas.
A minha viagem para Timor no navio Índia, já como fretado pela Estado Português para transporte de tropas, foi em Fevereiro de 1968. Foi a primeira viagem a não usar o Canal do Suez. 45 dias foi a duração. Luanda e Lourenço Marques (hoje Maputo) foram as duas escalas. De lá até Díli, foi uma reta nessa casca de noz. Uns dias de calmaria e outros de mar encrespado.
O regresso, depois de missão cumprida, em 1970, foi no navio "Timor" (foto). Assim mesmo, com ferrugem e outros detalhes ornamentais...
Desta vez parámos em todas as cidades africanas citadas anteriormente. Foram 60 dias.
Posso bradar aos 4 ventos que já fui marinheiro, sem namorada em qualquer dos portos...