Depois do acordo assinado no passado sábado (26 de Julho) entre a empresa brasileira Embraer e o governo português para a instalação de duas fábricas em Évora, foram celebrados no Salão Nobre dos Paços do Concelho os contratos relativos à cedência de terrenos entre a Embraer e a Câmara Municipal de Évora.
Numa cerimónia presidida pela ministro da Defesa Nacional, Nuno Severiano Teixeira, e em que também participou o coordenador do Plano Tecnológico, Carlos Zorrinho, o Presidente da autarquia eborense, José Ernesto D’Oliveira, considerou que a instalação destas duas unidades fabris terá “um efeito multiplicador na nossa economia e na afirmação de Évora Como Cidade do Conhecimento”.
Satisfeito por receber o investimento brasileiro, o presidente da Câmara Municipal de Évora disse ser este o “momento de esquecer os que teimam permanecer na postura de Velhos do Restelo”. Abrindo a “janela do futuro”, o autarca alentejano apontou o “caminho do sucesso”, que passa, além da indústria aeronáutica, por uma estação na ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid, pela Universidade e pelo turismo de qualidade.
“O resultado disto tudo é o sucesso e a excelência”, afirmou José Ernesto Oliveira, no “início de uma grande viagem” que torna Évora na “capital da indústria aeronáutica” em Portugal. A autarquia vai disponibilizar à empresa brasileira terrenos a custos reduzidos, redução nas taxas e impostos municipais e facilidade nas infra-estruturas. Além de outros investimentos ligados ao sector aeronáutico, nomeadamente uma unidade de helicópteros, para a cidade alentejana está também previsto um outro projecto para a construção de aviões, o Skylander, promovido pelo grupo francês GECI Internacional.
O projecto do Skylander, da responsabilidade da Sky Aircraft Industries, criada pela GECI em parceria com investidores portugueses, envolve um investimento de mais de 100 milhões de euros, incluindo a construção de uma fábrica também na zona do aeródromo municipal de Évora. A Sky Aircraft Industries prevê produzir 1.100 aviões, entre 2011 e 2027, estando o voo do primeiro protótipo previsto para finais de 2009. O projecto, que já reúne mais de 400 promessas de compra, muitas delas para o Dubai, prevê criar 3.000 postos de trabalho, 900 directos e os restantes indirectos.
O início do cluster aeronáutico em Portugal.
O ministro da Defesa Nacional, Nuno Severiano Teixeira, destacou, entretanto, o carácter “estruturante” do projecto que a empresa brasileira de aeronáutica Embraer vai concretizar em Évora, afirmando-se convicto que constituirá a base para o desenvolvimento de um cluster aeronáutico.
“O que é essencial são as condições que estão criadas para o desenvolvimento do cluster aeronáutico”, afirmou Nuno Severiano Teixeira, após a assinatura de acordos para a instalação de duas unidades fabris junto do Aeródromo Municipal de Évora.
A brasileira Embraer, a terceira maior empresa mundial de fabrico de aeronaves, vai instalar em Évora uma unidade para fabrico de estruturas metálicas (asas) e outra para produção de materiais compósitos (caudas), num investimento inicial de 148 milhões de euros e que recebe incentivos do governo português.
Os dois “centros de excelência”, como são classificados pela Embraer, permitirão criar cerca e 570 postos de trabalho directos e mais de mil indirectos.
“É importante que o cluster aeronáutico dê os primeiros passos na cidade de Évora”, declarou Nuno Severiano Teixeira, manifestando esperança que este projecto “possa dar um impulso” a novos investimentos nacionais e estrangeiros no sector aeronáutico. O ministro destacou ainda o “salto qualitativo” que o projecto permite a Portugal dar, passando da manutenção aeronáutica para a fabricação de componentes para aviões.
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