domingo, fevereiro 28, 2010

Temporais, aluviões e inundações

Naquele ano de 1967 eu estava alocado no Forte da Ameixoeira aguardando a mobilização para o Ultramar. Tinha ali a minha namoradinha, Belarmina, das Galinheiras. Desde que iniciámos o namoro acabaram-se as passagens de fins de semana em Évora, pois sempre estávamos juntos, ou se lá tivesse que ir, para lá íamos os dois. Era unha com carne…
Naquela sexta-feira o programa de fim de semana começou com a nossa hospedagem num daqueles hoteis baratos perto da estação ferroviária de Vila Franca de Xira. No dia seguinte passearíamos pela região e no domingo também.
Essa noite de sexta deve ter sido uma daquelas ferventes de paixões que não conseguimos explicar e, também inexplicável por tantos anos já se terem passado. Só me lembro e disso jamais me esquecerei, que ao tentarmos sair do hotel de manhã a rua estava tomada por meio metro de lama e passavam caminhões carregando corpos humanos.
Ali, naquele momento, o nosso fim de semana terminou. Soubemos que muita coisa descera pelas encostas daquela serra próxima, devido a terrível temporal e que a extensão do problema era enorme; chegava aos arredores de Lisboa. Voltei para o Quartel e ali me juntei aos demais para fazermos parte de equipes de socorro nas povoações vizinhas.
Sei que há alguns anos atrás essa cena se repetiu e eu soube disso aqui no Brasil. Hoje deparo-me com notícia na imprensa sobre os mesmos problemas, se bem que menos graves no que se refere a perdas humanas, e originados do rio Tejo e não da serra (foto).
O que me trouxe a escrever sobre o assunto foi o eterno problema das mancadas que o bicho homem sempre deu e continúa dando. São os problemas de Angra dos Reis, da Ilha da Madeira e da zona saloia em Portugal. As coisas são denunciadas desde há muito. Os ouvidos são moucos e os grandes interesses prevalecem.

1 comentário:

Transtago disse...

Nessas cheias morreu um grande amigo e colega meu de estudo..Andámos empre juntos desde o 1º ano..Foi arrastado com o pai dentro de um carro nas estrada entre Vila Franca e Porto Alto..
Pois é, não aprendem mesmo, até porque quem faz as besteiras não fica lá. Normalmente mora bem longe e bem mais seguro..
Abraço..