domingo, janeiro 27, 2013

Terapia

Muitas vezes estive neste lugar paradisíaco do meu Alentejo, onde participei de algumas pescarias. É uma verdadeira terapia para a mente. Albufeira do Roxo em Ervidel.
Gostaria muito de lá estar neste momento particularmente muito doloroso.

Foto de João Galamba de Oliveira

Pisoteados e intoxicados

Mais uma imagem do interior da boîte de Santa Maria, no Rio Grande do Sul - Brasil

Portinhola

Dados técnicos das normas de Defesa Civil e a cuja conclusão chegaram engenheiros competentes, estipulam que, para um recinto com 2.000 pessoas, terá que haver saídas, ou uma saída só, com franquamento mínimo de 11 metros. Para 4.000 pessoas, seríam 22 metros.
Ainda não se sabe, exactamente, a lotação da boîte onde ocorreu a tragédia de Santa Maria.
Olhando com atenção a entrada/saída da boîte de Santa Maria, conclui-se não ir além de, no máximo, 5 metros. Sem comentários!

Requiem desafinado

Descarregados de alguns caminhões, transformados em carros fúnebres, os quase trezentos corpos das vítimas da grande tragédia na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, ficaram enfileirados no chão daquele espaço reservado à identificação. No ar, uma estranha sinfonia em que os instrumentos emitem sons que não formam uma hamonia melódica, mesmo que de um requiem se tratasse e o que só poderia ser.
É uma total desafinação, porque cada um dos telefones celulares que aqueles jovens portavam tinha baixada uma música diferente. Na ligação dos pais para os seus filhos, ao saberem dos trágicos e dramáticos acontecimentos naquela boîte, para onde os mesmos tinham ido comemorar a formatura ou ingresso na Universidade, todos os telefones tocavam ao mesmo tempo e sem niniguém para atender a chamada. Era, verdadeiramente, uma cena dantesca.

sábado, janeiro 19, 2013

Saudade

Nasci na minha querida Estremoz e lá vivi até aos 11 anos de idade. Depois os meus pais mudaram-se para Évora e por lá fiquei até que fui chamado a servir no Exército. Tive a sorte de ter vivido nas duas que são as mais belas cidades do Alentejo.
Devido a uma série de factores, de Alentejano passei a ser também Tropicano. Mudei-me do Alentejo para os Trópicos  e no de Capricórnio eu estou vivendo hoje e desde há muitos anos.
Sou um emigrante como outros milhões de emigrantes --- a diáspora portuguesa. Somos 11 milhões fóra do berço; tantos quanto os que do berço não saíram. Se todos os que estão fóra resolvessem, de repente, voltar para a sua terra natal, não haveria espaço útil para os receber e seria um caos...
Dos Patrícios que conheço jamais tive conhecimento de haver quem não se sentisse feliz na terra adoptiva. Lògicamente que nos bate uma saudade muito grande no coração e, dentro das possibilidades de cada um, sempre há uma visita ao torrão natal.
Existem, também, os problemas insolúveis; acontecimentos negativos que nos apanham de surpresa e nos deixam imobilizados.
Em 1969 eu estava numa comissão militar em Timor e o meu Irmão numa outra em Moçambique. Ele faleceu em combate e o seu corpo voltou à terra natal. Em 1986 o meu Pai faleceu em Lisboa e eu encontrava-me no Brasil. Hoje, em Estremoz, faleceu a minha Irmã e eu estou no Brasil.
Não foi possível estar presente no enterro dos três. Essa é uma das vertentes negativas da ausência dos emigrantes como eu, principalmente os que estão muito longe da sua terra. Do mesmo modo de antanho, o meu espírito está presente junto à minha querida Irmã. Que descanse em paz!

sexta-feira, janeiro 18, 2013

Sabores do Alentejo


O meu Monte Alentejano



Muito aproximado do que eu há muito tempo venho imaginando.
Um dos meus grandes sonhos (sonhos não se esgotam e sonhamos a vida toda) é passar o final da minha vida num monte alentejano que eu venha a adquirir no grande leque dos abandonados e improdutivos. Ali eu tentaria implantar algo que muito se assemelha ao que vimos no vídeo acima, além de voltar a viver a essência do Alentejo profundo. Possìvelmente a idade não me permitiria usufruir dos frutos dessa azáfama, mas sentir-me-ía feliz com essa terapia da modificação e implementação do sistema. Acredito que os netos tocaríam a tarefa em frente, pois eles serão os mais afectados pela crise energética e alimentar.
Compartilho aqui este vídeo, "A farm for the future" com a pesquisa e ideias de Rebecca Hosking, por achar ser de suprema importância. Não que o meu blog tenha uma enorme exposição, mas é sempre bom lembrar que tamanho não é documento...

segunda-feira, janeiro 14, 2013

Em terra de cegos...

Líder da Igreja Mundial, Valdemiro Santiago ganha passaporte diplomático


Uol/NG

O Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, concedeu passaporte diplomático para dois líderes da Igreja Mundial do Poder de Deus. Segundo o Itamaraty, Valdemiro Santiago de Oliveira e Franciléia de Castro Gomes de Oliveira receberam o passaporte diplomático em "caráter de excepcionalidade", mas não foram fornecidos detalhes. Os pedidos foram encaminhados ao Itamaraty em 27 de novembro de 2011.
A portaria do dia 3 é assinada pelo ministro interino das Relações Exteriores, Ruy Nogueira, mas foi publicada na edição de hoje (14) do Diário Oficial da União, na seção 1, página 60. O Itamaraty informou ainda que nem todos os aeroportos do mundo fazem distinções entre os detentores de passaporte diplomático e comum. Em geral, os que têm passaporte diplomático têm uma fila especial e são submetidos a regras específicas para a concessão de visto. Mas isso não é regra.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, quem tem passaporte diplomático é submetido às mesmas regras dos demais viajantes no que se refere aos tratamentos na Polícia Federal e na Receita Federal. Desde 2011, os que recebem passaporte diplomático têm o nome e o pedido publicados no Diário Oficial da União.
As regras para a concessão do passaporte diplomático são definidas no Decreto 5.978, de 4 de dezembro de 2006. O texto detalha condições para concessão de passaportes diplomático, oficial, comum e de emergência. Usado para justificar a emissão dos dois passaportes diplomáticos, o Artigo 6º, Parágrafo 3ª, permite o documento "às pessoas que, embora não relacionadas nos incisos deste artigo, devam portá-lo em função do interesse do País". 

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O que dizer com relação a esta notícia? Eu sei que é de lamentar, e muito, esse tipo de facilidades que o Governo dá a quem jamais deveria dar pois que, além de quebrar a laicidade do Estado, está a premiar mais um indivíduo que tem uma longa ficha suja. Este é mais um dos que se aproveitam da ignorância do povo com a cobertura do Estado. A bancada evangélica no Congresso é muito activa e poderosa. Aliás, só é poderosa devido ao medo que o Governo tem da mesma...
Estranhei muito os canais de rádio e tv só terem dado esta notícia, que transcrevi acima, e não complementarem com os devidos comentários editoriais para uma contribuição da formação de opinião. Acabam por ser coniventes com estas ilicitudes. Acredito que jornal impresso que assino, traga amanhã um comentário denunciador, mas o problema é que a grande massa popular não lê nada...
O Brasil está entrando num túnel de escuridão total, qual rebanho de ovelhas que se guia pelo latido dos cachorros ou chocalho colocado no pescoço da matriz. Tem tudo a ver: pastor, rebanho, mas que nada tem a ver na verdade...

Las Pajilleras

Corria o mês de dezembro de 1840 na Espanha. Último ano da primeira Guerra Carlista. Soldados mortos e feridos em todos os lugares. Triunfo do lado liberal dos seguidores de Isabel II.
Sua Iminência o Bispo de Andaluzia, através de levantamento exclusive, autoriza a criação do corpo de “Pajilleras del Hospício de San Juan de Dios, de Málaga”.
As pajilleras de caridade (como começou a ser chamado na Península Hibérica) eram mulheres que, independentemente da sua aparência física ou idade, emprestaram o conforto com manobras de masturbação para numerosos soldados feridos nas batalhas da recente Guerra Carlista espanhola.
A autora de tão peculiar ideia, foi Sor Ethel Sifuentes, uma religiosa de quarenta e cinco anos, que havia servido da enfermeira do hospital acima mencionado. A irmã Ethel tinha notado o mau humor, ansiedade e a atmosfera saturada de testosterona no pavilhão de feridos do hospital. Ela decidiu, então, pôr mãos à obra (literalmente...), começando com algumas Irmãs a masturbar os robustos e viris soldados sem fazer distinções de grau.
Desde então, tanto a soldados como a oficiais, cabía-lhes a sua punheta diária. Os resultados foram imediatos. O clima emocional mudou radicalmente no pavilhão e temperamentais homens de armas voltaram a conversar educadamente entre si, mesmo que em muitos casos tenham militado em lados opostos.
Ao núcleo fundador das irmãs de masturbadoras, juntaram-se voluntárias seculares, atraídas pelo desejo de prestar tão abnegado serviço... A estas voluntárias, impôs-se-lhes (a fim de preservar o pudor e os bons costumes) o uso estrito de um uniforme: uma folgada opa que ocultava as formas femininas e um véu de linho a suavisar as formas do rosto.
 O êxito retumbante se traduziu na proliferação de vários Corpos de punheteiras em todo o território nacional, agrupados em várias associações e modalidades. Surgiram, deste modo, as “Pajilleras de la Reina”, as “Pajilleras Del Socorro de Huelva”, “ Las Esclavas de la Pajilla del Corazón de María” e já na entrada do século XX , “Las Pajilleras de La Pasionaria” que, com tanto auxílio haveríam de brindar as tropas da República.
Na América Latina, raramente empregadas as modas metropolitanas, as pajilleras também tinham seus momentos de glória. Durante a guerra civil mexicana, houve grande ajuda às tropas de todos os lados, “Las Esclavas de la Pajilla del Corazón de Maria” e “Las Pajilleras de Passiflora”, grupos leigos (embora perto da Igreja) ofereceram a fadiga de seus pulsos para acalmar o ímpeto viril. Essas Irmãs logo eram indiferentes e palavras de baixo calão, fruto da inesgotável criatividade popular, como o “mamacitas” ou “ordenhadoras”. O costume passou do México para as Antilhas onde tiveram particular êxito as dominicanas de "sobaguevo", todas elas matronas sexagenárias que resolveram ocupar as suas tardes neste tipo de serviço social.
O último lugar onde estas senhoras abnegadas, fizeram suas façanhas na América, foi o Brasil. Aqui a Coluna Prestes foi acompanhada em sua marcha por uma trupe reduzida mas eficiente de moças paulistas, chamadas de “baixapau”. Apesar de estarem apenas no uso dos movimentos ágeis das suas mãos, elas conspiravam contra a melancolia dos soldados…
Várias fontes orais nas margens do Paraná, comentaram que havia um pequeno agrupamento dedicado a esta actividade há algumas décadas numa aldeia . Elas eram conhecidos como as “Filhas de Nossa Senhora do Sujeito Encarnado”, referência e homenagem póstuma duvidosa à mulher velha do fundador, que morreu com as mãos no chão, ao lado de um soldado, no seu dia de descanso.
O costume desapareceu depois da Segunda Grande Guerra e até agora desconhecem-se outras congregações.
No que está descrito aqui, não existem piadas nem exageros e, nem tão pouco, alterações. Tudo está escrito e faz parte da história real. 

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"In internet"
Tradução e adaptação pessoal. 

sábado, janeiro 12, 2013

Margaça

Antes que me esqueça de o fazer, coloco aqui o endereço onde obtive a foto ilustrativa: https://www.facebook.com/turismodoalentejo
À primeira vista, os mais apressados vislumbrariam na imagem um campo coberto de neve ou simplesmente geada. Mas não é!
Trata-se de uma imagem do meu Alentejo e muito frequente no fim do Inverno e começo da Primavera. Por isso mesmo esta flor tem o nome margaça-de-inverno. Tem outros nomes, também, como margaça-fusca e margaça-das-boticas ( o mesmo que camomila). Ao fim e ao cabo, pode ser simplesmente margaça --- nome extensivo a plantas da família das compostas, espontâneas e subespontâneas em Portugal. Estas ou outras inúmeras variedades de flores cobrem a planície alentejana em múltiplas cores e perfumes. São verdadeiros tapetes tecidos pela Natureza.

sexta-feira, janeiro 11, 2013

Empinadores de Pipas

Acho que por ser uma rua muito tranquila (já foi muito mais), a minha é a preferida dos moleques das cercanias para içarem as suas pipas. Diria eu na minha linguagem de época, empinar papagaios...
E é uma verdadeira papagaiada o som dos seus gritos, ora um avisando o outro que vai enliar na linha de alta tensão --- uma linha na outra... --- ou que deve guiar a linha mais para a esquerda afim de cortar a do outro moleque que empinou a sua pipa na rua de trás. Claro que há muitos mais gritos, mas a maioria intraduzíveis...
Jamais na minha vida me dediquei a esse tipo de brincadeira, apesar dela ser universal. Optava naturalmente por outras. Todavia, acho muito interessante e tenho que reconhecer que tal exige uma técnica apurada, desde a confecção da própria pipa com todos os seus segredos. 
Imaginem que num destes dias, estando um dos netos aqui em casa, ele e um seu coleguinha pediram-me para que eu acendesse o fogão para darem um calor na pipa... E vi que enquanto passavam o brinquedo por cima da chama, o calor desta fazia com que o papel de seda ficasse mais esticado, detalhe importantíssimo para uma melhor planagem nos céus. Um verdadeiro perigo no caso de não ter um adulto em casa...
O que me trouxe hoje a escrever sobre pipas e seus empinadores, nada tem a ver com aquele livro best seller "O Caçador de Pipas" que infelizmente ainda não li mas fá-lo-ei na próxima oportunidade. O motivo foi mais uma investida da molecada que veio bater palmas no meu portão e acordou-me da sesta gostosa pela qual eu estava passando, como genuino alentejano que sou... E isso é frequente. 
Desta vez, porém, cheguei até eles dando bronca dizendo: "Pô mano! Trabalhei durante toda a manhã e quando tento descansar um pouco vocês vêm-me incomodar!?" --- E lá fui subir no telhado para resgatar mais uma pipa que lá ficara presa. Até faço isso com gosto, mas não deixo transparecer.
Entreguei a pipa a um deles que, agradecendo muito, interpelou-me a seguir: "O senhor vai trabalhar amanhã?" e perante a minha resposta afirmativa acrescentou: "Bom trabalho para o senhor!".
A serem as pipas as responsáveis por tão fino trato e educação esmerada e inteligente, origem, talvez, de uma terapia da mente, algo que nos dias de hoje é raríssimo até entre os adultos, torcerei muito para que todos os moleques façam as suas pipas e papagaios, colem as rabiolas, enrolem as linhas e se esbaldem irradiando alegria. Prometo a todos que subirei no meu telhado ou treparei nas árvores do meu quintal na hora das emergências. Só não vos deixarei fazer isso por mim porque o meu Díli é um cachorro bravo...

quinta-feira, janeiro 03, 2013

Estelionato

Abri uma nova empresa nos últimos dias do mês passado. Mais exactamente uma MEI. Ainda falta regularizar a situação junto à Secretaria da Fazenda do Estado, algo que não demorará muito. Não obstante, mais rápido que tudo isso, foi o envio para o meu endereço comercial de um boleto para pagamento da quantia de 298,50. A remetente é uma tal "Associação Comercial Empresarial do Brasil".
A exemplo do que faço com muitos outros boletos do mesmo tipo que vez ou outra aparecem, rasguei-o depois que scaneei esta imagem para ilustração da postagem. É uma fraude!
Uso este meu espaço e compartilharei com outros na internet para alertar o maior número possível de pessoas a não cairem nesta armadilha. Mesmo que se trate de uma empresa legalizada, essa Associação está extorquindo as pessoas incautas e de boa fé. Afinal, nada assinei para me associar.