Afirmar que o combate contra a dengue está fadado ao fracasso e que a epidemia está incontrolável, soa um pouco forte. Mas a situação é muito preocupante e isso é indubitável.
Não era minha intenção voltar a abordar este assunto, porquanto já o fizera em duas ou três oportunidades. Porém, afastando-me da abordagem técnica ou profilática, não tenho como escapar da humanitária atrelada à política.
Diàriamente leio dois dos principais jornais do Brasil, navego nos sites de notícias, além de assistir a alguns telejornais. Digiro uma razoável carga de informação e uma grande parte dela recai na actual situação do Estado do Rio de Janeiro no que tange aos milhares de casos de dengue e aos dramas inerentes.
A maioria das vítimas são cianças e isso nos toca mais profundamente. Mas parece que não toca a todos do mesmo modo e esse "todos" nem precisa esclarecer quais... Crianças que se dirigem aos hospitais e Postos de Saúde, na madrugada, amparadas ou carregadas no colo pelos pais. Não recebem assistência num primeiro lugar por não haver profissionais suficientes; passam algumas horas num outro que tem filas enormes; arriscam um terceiro e não mais porque as forças se esgotaram. Muitos acabam por morrer devido a um diagnóstico errado ou por ser demasiado tarde.
A comoção é grande para muitos como eu e a revolta também. Estou cônscio das minhas limitações, mas sei que posso participar de alguma forma e a que encontrei foi esta: escrever alguma coisa a respeito, denunciar e crer na formação de uma onda que vá rebentar nas "rochas" que não se movem, que sempre estão impávidas e escandalosamente serenas.
Está na hora de dar um basta a tudo isso. São bilhões e não mais milhões de reais que escapam pelos ralos da corrupção e da ladroeira em prejuizo de muitos que precisam de pouco, mas o suficiente para criar as estruturas sobre as quais possam edificar um futuro com saúde, principalmente, e tudo o mais de positivo que será consequência.
Sem comentários:
Enviar um comentário