sexta-feira, abril 25, 2008

CRAVOS VERMELHOS

25 de Abril
Para nós, portugueses, essa será sempre uma data a comemorar. Comemoramos os que vivemos aqueles tempos intensamente, esforçando-nos para que os mais jóvens --- os nossos filhos, netos e bisnetos --- entendam o porquê e sigam esse ritual.
Hoje limitar-me-ei a postar dois poemas. Um da minha amiga Luiza Caetano e que se relaciona com a data. O outro, de Florbela Espanca, tem a ver com as flores protagonistas do evento, além do que era alentejana e o nosso Alentejo foi fulcro do planeamento da Revolução de 1974.
"CRAVOS DE ABRIL
"
Foram Cravos!
Foram Cantos!
Foram abraços, e prantos!
Foram tempos de esperança!
Eram Cravos!
Eram Cravos!
cor da nossa emoção
Era o sangue palpitante
voz da nossa razão!
Foram Cravos!
Foram sonhos!
Liberdade em cada rua!
Foram abraços risonhos
que se esqueceram de ser...
Mas, Meu irmão...a luta continua!
Com os cravos ou sem eles
dentro do nosso coração.
(Luiza Caetano)
CRAVOS VERMELHOS
Bocas rubras de chama a palpitar,
Onde fostes buscar a cor, o tom,
Esse perfume doido a esvoaçar,
Esse perfume capitoso e bom?!
Sois volúpias em flor!
Ó gargalhadas
Doidas de luz, ó almas feitas risos!
Donde vem essa cor, ó desvairadas,
Lindas flores d´esculturais sorrisos?!
…Bem sei vosso segredo… Um rouxinol
Que vos viu nascer, ó flores do mal
Disse-me agora: “Uma manhã, o sol,
O sol vermelho e quente como estriga
De fogo, o sol do céu de Portugal
Beijou a boca a uma rapariga…”
(Florbela Espanca)

Sem comentários: