sexta-feira, maio 16, 2008

NEGRO E PRETO

Desta vez abordo um assunto que é uma verdadeira areia movediça. E assim, porque os homens fazem leis de certo modo "estrambólicas" que acabam por se transformar em verdadeiras armadilhas para os mais incautos, mesmo que não maldosos ou não preconceituosos.
Esta semana foi publicada nos jornais do Brasil o resultado de uma pesquisa do IBGE que abordava os tipos e localização das diversas raças no país. Preta, parda, amarela, indígena e branca, são as três classificações principais.
No dia seguinte à publicação, vozes de protesto já se fizeram ouvir no que diz respeito ao termo "preta", pois entendem os milindrados que deve ser "negra". E na verdade assim consta como discriminatório o uso de preto em vez de negro, podendo até mesmo originar uma indiciação de processo a quem usar um termo no lugar do outro. O próprio IBGE manifestou-se dizendo ser "preto" um termo justificável para pesquisa...
Como português, fico perdido tal cachorro em dia de mudança (...), pois em Portugal é corrente o termo preto e nós talvez sejamos o povo menos racista do Mundo. Porque assim, não uso nem um nem outro dos termos por precaução nas brincadeiras entre amigos e por aculturação natural e pessoal.
Sempre afirmo e reafirmo que essas coceirinhas por parte dos que não são brancos, pardos, amarelos e indígenas, abrem elas mesmas um fôsso que não seria para existir. A própria política de cotas para acesso ao ensino superior, ela própria é um reconhecimento das desigualdades ou uma afirmação da mesma.
Para o Ministério da Igualdade Racial foi nomeada uma afro-brasileira. Esta acabou por se envolver num escândalo e foi demitida. Para o seu lugar foi nomeado um titular da mesma raça. E aqui eu acho que deveria haver uma certa rotatividade para fazer jus ao nome da Instituição...

1 comentário:

Sanpadjud disse...

Negra ou preta como sou deixe garantir que se não fosse a cor era a forma do nariz!
Não gosto de quotas, nem femininas nem cromáticas mas às vezes parece um meio eficaz.
Bom de qualquer forma o meu comentário é apenas um reparo: os alentejanos devem ser um pouco como nós cabo-verdianos (ou vice-versa). Estão em todo o lado
Abraço do outro lado do mundo