Algumas vezes já me perguntaram se eu estou preocupado com a crise, a princípio financeira e que se transformou em económica...
Em boa verdade, contrariando indicadores de que ela, directa ou indirectamente, nos afecta ou afectará, sempre respondo que nada desse universo económico-financeiro alterará a minha tranquilidade, pois sinto-me como um alienígena.
Sem lenço e sem documento, como cantado na célebre composição de Caetano, assim é a minha postura e condição nos dias actuais; sento-me num ponto de observação do meu nicho e ali filtro, de entre tudo o que se me é dado observar, a informação que considero mais importante, mesmo que tal enfoque contrarie a maioria dos mortais.
Esse é o caso das baratas. Até parece que eu estou dando uma guinada de 180 graus em relação ao que comecei escrevendo, mas garanto que não; o assunto das baratas é para mim importantíssimo e o coloco no epicentro das minhas preocupações...
Nas páginas dos jornais que diàriamente folheio, existem notícias ou matérias onde as retinas dos meus olhos varrem rápidamente os títulos (uma vista de olhos) de modo a não focarem no conteúdo o meu interesse maior. Existe, porém, uma secção que sempre me interessa sobremaneira: Ciência.
Hoje mergulhei com pé de pato e escafandro num artigo que descreve a recente descoberta sobre a estratégia das baratas para rota de fuga quando se sentem ameaçadas pelos seus predadores. Não é interessante? --- respondo por todos os que lêem estas linhas que escrevo, afirmando que sim e realço a superlatividade.
Todos temos esse bichinho como visitante nas nossas casas, principalmente à noite e especialmente nas horas em que não mais contamos receber visitas. Que apereça o primeiro a dar-me uma chinelada, usando a arma que normalmente empunha para matar a intrusa, que discordar do que afirmo...
Pois então, concluíu-se cientificamente que as baratas empreendem uma rota de fuga numa trajectória que oscila entre 90° e 180°, quando os seus sensores naturais percebem a nossa presença, principalmente quando estamos em posição de ataque (ou seria de defesa?), com o chinelo em riste. Configura-se uma sequência de trajectórias que, antes desta fresquinha descoberta, deu origem à expressão "barata tonta".
Assim, conclui-se que, afinal, a barata não é tonta (sentido de louca). Só fica faltando os cientistas descobrirem o mais importante de tudo o que se relaciona com o repugnante insecto: quem envernizou as asas da barata?
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