segunda-feira, novembro 24, 2008

Concórdia e desenvolvimento

O Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, acaba de combinar com o primeiro-ministro Xanana Gusmão e com o chefe da oposição, Mari Alkatiri, que os três se deverão passar a reunir regularmente, pelo menos uma vez em cada três semanas, indica um comunicado hoje distribuído em Díli.
Sexta-feira da semana passada os três mais destacados políticos do jovem país tiveram já uma reunião "muito cordial, de mais de duas horas, que incluiu a discussão do desenvolvimento do grande campo de gás natural de Greater Sunrise", diz o comunicado da Presidência da República, que parece expressar uma vontade de concórdia nacional, a bem da estabilidade e do desenvolvimento. Os três dirigentes históricos afirmaram partilhar as mesmas posições e opiniões quanto ao desenvolvimento daquele recurso e os dois primeiros destacaram a particular sabedoria de Alkatiri quanto às questões do Mar deTimor.
O conclave de sexta-feira determinou que o antigo primeiro-ministro, secretário-geral do partido Fretilin, deverá conduzir e coordenar todos os esforços nacionais no sentido de se avançar para o desenvolvimento do Greater Sunrise, que fica a 170 quilómetros do litoral meridional de Timor-Leste e a 450 da cidade australiana de Darwin. Em breve, o Presidente Ramos-Horta deverá anunciar mecanismos específicos para a concretização do desígnio nacional de um oleoduto que leve à zona de Betano, no território timorense, a sul de Same e de Maubisse, parte substancial dos hidrocarbonetos a extrair do campo de Greater Sunrise.
As autoridades de Díli estão a proceder a um mapeamento do leito do Mar de Timor, juntamente com um consórcio de empresas sul-coreanas, ao mesmo tempo que efectuam também um estudo de pré-viabilidade com os malaios da Petronas. O oleoduto para Timor-Leste é a rota mais curta e mais económica para o gás natural de Timor-Leste, recordou recentemente o Governo de Xanana Gusmão, que das reservas do Greater Sunrise espera obter mais de 100 mil milhões de dólares (78 mil milhões de euros).
O secretário de estado dos Recursos Naturais, Alfredo Pires, anunciou então que a nação se encontrava unida neste objectivo; e isto mesmo foi agora reafirmado, em vésperas da visita oficial que o primeiro-ministro efectua esta semana a Portugal.

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