sexta-feira, maio 07, 2010

Tá todo o mundo louco, ôba!

123 030 O certo seria passear com o meu cachorro todos os dias e, melhor e mais aconselhável ainda, duas vezes por dia; uma pela manhã e outra ao entardecer. Seria óptimo para ele e para mim. Porém, a preguiça acaba por se reverter num prejuizo tremendo para os dois.
A par dessa preguiça têm surgido algumas situações que me deixam mais desanimado. Noutros tempos deixar-me-íam bem mais exaltado e provocador…
O Díli não parava de assomar à janela do meu escritório e tudo fazia para me chamar a atenção e desconcentrar-me ao mesmo tempo. Claro que queria passear, pois a última vez já acontecera há alguns dias… E quando as coisas chegam a esse ponto, eu tenho que fazer a sua vontade.
Hoje mudei o roteiro. Há muito tempo que não passava naquela rua. Lá tem um “ferro velho” e eu gosto de parar na esquina e ficar observando o que ali está depositado. Sou obsecado por velharias, pois também tive o meu há muitos anos atrás. Foi a primeira actividade exercida no Brasil como empresário.
Como de outras vezes já aconteceu, sempre que eu paro naquela esquina (foto), logo o proprietário sai da “toca” e vem fiscalizar a situação. Hoje ele saíu com uns trecos na mão e foi jogá-los em cima do caminhão, sem nada dizer; ao mesmo tempo de lá saíu a esposa e, de dedo em riste, sentenciou: “Não passe mais aqui e não pare na minha esquina; o seu cachorro faz com que o meu comece a latir e eu sou doente, não suporto barulho.”
Estupefacto fiquei! Gesticulei exprimindo essa situação e nada argumentei. Mudei para o outro lado da rua e, olhando, lá estava aquele dedo apontando para mim.
Continuei o meu passeio com o Díli. Cheguei em casa, peguei a minha máquina fotográfica e lá fui eu outra vez, mas sózinho. Agora eu estava meio alterado e já fui com o intuito de iniciar algo que acabe com aquele aglomerado de velharias situado numa zona urbana nobre e, certamente, clandestino.
Quando o velhote me viu, atravessou a rua e perguntou se eu estava fotografando. Respondi que sim; que era fotógrafo. Ameaçou-me dizendo que eu iria me dar mal se, por acaso, o estava querendo prejudicar. Claro que isso veio confirmar a minha dedução de que o seu negócio era clandestino e que outros já tentaram tirá-lo dali…
Houve ali uma troca de “elogios” entre eu e ele. Disse-me que sempre desconfiou que eu quero roubar algo dali… Perguntei-lhe se a esposa tinha problemas de cabeça e ele acenou que sim. Aí eu caí na real e comecei a levar tudo para a “brincadeira”, pois estava entre dois loucos…
Os meus passeios com o Díli estão ficando complicados e difíceis. Por nós passam pessoas más, encrenqueiras e loucas. Teremos que arrumar um lugar só para nós.

1 comentário:

Carlota e a Turmalina disse...

As pessoas andam um tanto dificeis ultimamente...fiquei chocda com a notícia de outro dia que dizia que o segurança de uma agência bancária atirou na cabeça de um aposentado, cliente do banco.E foi muito provavelmente por causa de um bate boca.