sábado, agosto 25, 2007

BIODIESEL

Há exatos 40 anos, o cientista cearense Expedito Parente criou o biodiesel, um óleo combustível derivado de plantas oleaginosas capaz de substituir, com vantagens, o diesel derivado de petróleo usado pelas indústrias pesadas, caminhões, usinas geradoras e outros equipamentos. Surgia a descoberta que poderia revolucionar o mundo no que tange à produção de combustíveis de fonte renováveis.
O facto era tão sério que o então ministro da Aeronáutica, Délio Jardim de Matos, entusiasmado, mandou que as pesquisas de Expedito continuassem no Centro Tecnológico da Aeronáutica, em São José dos Campos. Era o tempo da ditadura militar e nada foi revelado sobre o trabalho, considerado assunto reservado de segurança nacional.
Pois bem. Logo o biodiesel provou ser o combustível do futuro, nascido do país que tem melhores condições em todo o mundo para produzí-lo: a nossa Pindorama. Entre 1980 e 1984, foram produzidos mais de 300 mil litros do óleo, utilizados em testes.
Paralelamente, Expedito criou o bioquerosene, também originário de oleaginosas, substituto do querosene de aviação. E no dia 24 de outubro de 1984, o "dia do aviador", um "Bandeirante" da FAB decolou de São José dos Campos usando o bioqueronse como combustível. O teste foi um sucesso. E tem mais: em 1980, em Fortaleza, o vice-presidente da República, Aureliano Chaves, e o governador Virgilio Távora, este um dos grandes incentivadores das pesquisas do professor cearense, inauguraram ali na BR-116, a primeira usina produtora de biodiesel, montada por Expedito e seu fiel auxiliar Alfredo Rafael Campi, o Lelo.
Em 2001, Expedito Parente criou a TECNOBIO, uma empresa que fabrica equipamentos para a produção de biodiesel. De lá para cá, centenas dessas unidades foram montadas no País, produzindo combustível para prefeituras, indústrias, universidades etc. Contar essa pequena história do biodiesel é fazer justiça ao seu verdadeiro criador, que não teve a sorte de ser um professor de Harvard. Se fosse, talvez, já tivesse até abocanhado um prêmio Nobel.
Já se antevia naquela época que o Biodiesel e o Bioquerosene, seriam os combustíveis do futuro, tanto por ser de fonte renovável, quanto pelos benefícios ao meio ambiente que trariam e também porque os preços se tornariam acessíveis pelo aumento do preço do petróleo, à medida que fosse escasseando.
Não cometamos erros e injustiças. A César, o que é de César!!!

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