Passeava hoje entre as bancas da feira livre, quando o peixeiro de chamou: "português, vem cá!". Atendi ao chamado porque o português sou eu mesmo e assim sou tratado pelos meus amigos e conhecidos aqui no Brasil. E até gosto; não faço questão da omissão do meu nome na troca com o adjectivo que é honroso e carinhoso.
Na sua banca mostrou-me um pacote de carapaus e disse tê-los guardado para mim. Oba! Adoro comer carapaus e tanto maior a minha alegria em virtude de nunca se verem à venda por aqui... Normalmente veem juntos com as sardinhas quando estas são pescadas. Separam-se e jogam-se fóra como se lixo fôsse. Inacreditável isso, quando tantos passam fome neste país e uma grande maioria não tem posses para comprar peixe para comer.
O meu amigo peixeiro nada me cobrou pela "iguaria". Peguei o embrulho e trouxe-o para casa. Neste Domingo eu não iria comer a tradicional macarronada que a companheira sempre faz, mantendo viva a tradição dos seus ascendentes italianos. Preparei eu mesmo a minha inusitada refeição confeccionando um saboroso arroz com tomate e fritando o peixe. Simples assim.
Senti-me como se estivesse no meu Alentejo saboreando os meus Joaquinzinhos, pois também assim lá costumam ser chamados os carapaus. Tudo acompanhado por um vinho tinto (não do alentejano que é muito caro...) gaúcho de média qualidade.
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