segunda-feira, abril 27, 2009

Bentonices

Mais uma vez o Papa Bento XVI pisou na bola; escorregou na maionese; deu mancada. Poderia acrescentar mais algumas expressões como “mijou fora do penico”, mas aí o nível cairia bastante e isso não se coadunaria numa referência a Sua Santidade...

Não leu ou simplesmente ignorou a mensagem do Patriarca de Lisboa, na qual este sugeria “realçar os valores da santidade, em detrimento de exaltações patrióticas” a quando, no dia seguinte (ontem), se realizaria a cerimônia de canonização de mais um santo português --- D. Nuno Álvares Pereira.

O maior feito de D. Nuno foi vencer a batalha de Aljubarrota comandando um pequeno exército de 6000 portugueses e aliados ingleses, contra 30 000 soldados das tropas castelhanas, entre 1383 e 1385, num período de grande instabilidade e que veio a consolidar a independência de Portugal.

Existe uma estória na história que conta ter ido D. João de Castela ao Convento do Carmo, em Lisboa, encontrar-se com D. Nuno. O castelhano ter-lhe-ía perguntado o que ele faria se Castela invadisse Portugal outra vez!? O irmão Nuno (aqui sem Dom...) teria levantado o seu hábito e mostrado, por baixo deste, a manguaça, dizendo que ela sempre poderia entrar em ação para servir Castela...

Considerando estes dois eventos como dois grandes feitos, subtilmente eles se enquadram no espírito da mensagem, acima referida, do Patriarca de Lisboa ao seu Chefe. Este não percebeu que aqui não há nada de santidade e, principalmente, que os espanhóis, eternamente vizinhos e agora muy amigos, não vão gostar nada da piada.

Mudando o rumo, mas no mesmo espaço, realço que Portugal tem agora oito santos, não considerando os outros cinco que também nasceram no jardim à beira mar plantado, antes da fundação da nacionalidade em 1143.

Só um deles é alentejano de nascimento – São João de Deus. D. Nuno foi conde de Arraiolos e Barcelos e, assim, a nossa capital dos tapetes chamou-o ao nosso ninho de alguma forma. A Rainha Santa Isabel nasceu do outro lado da fronteira (Aragão) e era a mulher do rei D. Dinis; os dois passaram grande parte do seu reinado em Estremoz e ela ali faleceu em 1336.

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