terça-feira, janeiro 26, 2010
domingo, janeiro 24, 2010
Fases da vida
Já tive muitos cães durante toda a minha vida. Em certa época cheguei a criar e manter o “Canil Carcavelos”, dedicando-me à criação da raça Dálmata.
Jamais tive um Dálmata que não me obedecesse, independentemente do seu imperdível estilo moleque. Mas o que eu tenho hoje, já com 6 anos de idade, não entra na linha de jeito algum e, por isso, jamais passeará comigo sem a respectiva trela. E isso enquanto eu tiver forças para aguentar a sua incrível impetuosidade e tracção muscular. Azar dele que poderia passear muitas mais vezes por muito mais tempo, e meu também…
O último passeio que dei com o meu Díli foi há dois dias atrás. Saímos de casa, andámos 20 metros e virámos a esquina. Ele puxando como uma locomotiva e eu segurando na trela. Forças iguais mantendo o equilíbrio.
Repentinamente senti dor de cabeça, visão embaçada, enxerguei estrelas em plena luz do dia, tive dificuldade de foco. Ao mesmo tempo senti perder as forças. Fiquei desesperado por não enxergar correctamente e preocupado para não cair no chão e deixar o cachorro escapar.
Com uma das mãos amparei-me na parede e fui-me virando devagar tentando tomar o rumo de volta a casa. Por sorte a visão voltou à normalidade e lá fui caminhando. Díli não gostou muito do passeio ser tão curto… Corri a medir a pressão e lá estava ela nos 17 x 9; voltei a medir e deu 13 x 8. Resolvi não medir mais…
Contam-se pelos dedos as minhas idas aos médicos, mas admito que nesta altura do campeonato terei que ser mais assíduo, se bem que de acordo com a disponibilidade do Serviço Único de Saúde porque há muitos anos cancelei o meu Plano particular.
Os anos ensinaram-nos muitas coisas e, de certo modo, sabemos o que se está passando connosco. Também aprendemos a consultar a literatura a respeito de muitos males e, sem querer dar uma de médico, absorvemos alguma coisa. E nos meandros da Internet li:
* Visão dupla: Pode apontar presença de tumor intracraniano, acidentes vasculares centrais, traumas e hiperglicemia.
* Cegueira momentânea: Indica tumor intracraniano, má circulação no cérebro ou arritmia cardíaca.
* Visão borrada: Pode sinalizar diabetes, sangramento ocular, inflamação, hipertensão arterial.
* No caso da hipertensão, os pontinhos brilhantes na visão são resultado de alterações circulatórias que causam espasmos dos vasos sangüíneos na retina. A pressão aumenta, os vasos se estreitam para controlar o fluxo de sangue e, com isso, alteram a circulação. "Aí, feliz de quem vê essas luzinhas, pois são um alerta de que a pressão está altíssima e de que é preciso ir ao médico com urgência".
Tudo me enquadra no quarto ítem. Essa urgência médica é coisa de uns dois meses… Mas já comecei a fazer o auto-tratamento e a primeira medida drástica foi parar de fumar. Já decorreram 48 horas e sobre isto escreverei depois.
sábado, janeiro 23, 2010
VIII Jogos Florais de Avis
REGULAMENTO
1 - Os VIII Jogos Florais de Avis são uma iniciativa da AMIGOS DO CONCELHO DE AVIZ - ASSOCIAÇÃO CULTURAL, a que podem concorrer todos os cidadãos portugueses abrangidos pelo que se dispõe no presente regulamento.
2 - Só são admitidos a concurso trabalhos inéditos, redigidos em Português e nas seguintes modalidades:
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POESIA
A - QUADRA POPULAR – Tema
“O FUTURO”
Em redondilha maior, de rima ABAB, uma quadra em cada folha.
B - POESIA OBRIGADA A MOTE
Mote
QUEM SÓ VIVE DO PASSADO
E SE VÊ TÃO INSEGURO,
DÁ PRESENTE ENVENENADO
AOS QUE OLHAM O FUTURO
(Aníbal da Silva Fernandes/Avis)
Nota: não descurando outras formas de glosar o mote, daremos especial atenção ao tratamento em décimas.
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PROSA
CONTO subordinado ao tema: “ O FUTURO”
(Máximo de 3 páginas, escritas em tamanho 12, a espaço e meio de entrelinhamento).
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3 - De cada trabalho serão enviados três exemplares, dactilografados (à máquina ou em computador) em papel formato A4, de um só lado com caracteres de tamanho 12, sendo que apenas no conto o espaço entre linhas deverá ser de espaço e meio. Os trabalhos não poderão ser adornados com moldura ou qualquer outro adorno.
4 - Todos os trabalhos terão que ser subscritos por um pseudónimo, devendo os respectivos autores, enviar anexo a cada trabalho, um envelope fechado com o pseudónimo dactilografado no rosto, e dentro, o nome, morada e número de telefone do Autor.
5 - Cada concorrente poderá apresentar dois trabalhos por modalidade, com excepção da QUADRA onde poderão ser apresentados três trabalhos a concurso, pelo que cada um será subscrito com pseudónimo diferente. Serão desclassificados os trabalhos que não sejam inéditos, isto é, que já tenham sido apresentados noutros concursos.
6 - O prazo de remessa dos originais (data de carimbo dos correios) termina em 09 de ABRIL de 2010 e deverão ser enviados, para:
VIII Jogos Florais de AVIS
Amigos do Concelho de Aviz - Associação Cultural
Praça Serpa Pinto, 11
7480 - 122 AVIS
7 - O não cumprimento do estipulado no presente regulamento, anula a apreciação dos trabalhos pelo júri, de cujas decisões não cabe recurso.
8 - As classificações serão tornadas públicas em 3 de Maio de 20I0, sendo todos os concorrentes avisados por escrito.
9 - Haverá três prémios por modalidade, bem como as menções honrosas que o júri entender por bem conceder. Poderá, no entanto, deliberar a não atribuição de qualquer prémio, numa ou mais modalidades, se considerar que a qualidade dos trabalhos apresentados não é consentânea com a projecção que se pretende para esta iniciativa.
10 - A entrega de prémios aos galardoados terá lugar no dia 22 de Maio de 2010, em Avis, no Auditório Municipal Ary dos Santos, pelas 14H30’.
11 - Estes Jogos Florais ficam interditos aos elementos do Júri e demais pessoas envolvidas na organização dos mesmos.
12 - Ao Júri cabe a resolução de qualquer ocorrência que não seja abrangida pelo presente regulamento.
Nota: regulamento aprovado em reunião de Direcção da ACA-AC em 22 de Dezembro de 2009.
Com o apoio de:
Câmara Municipal de Avis
Junta de Freguesia de Avis
sexta-feira, janeiro 22, 2010
O rôto e o esfarrapado
Em reunião do Conselho de Ministros de 20 de Janeiro, o Governo de Timor Leste decidiu entre outros itens:
3. Doação à Republica do Haiti.
Em consequência do violento terramoto que atingiu a República do Haiti, e
que provocou grande devastação em todo o país, o Conselho de Ministros, em
acto de solidariedade e fraternidade (princípios fundamentais consignados na
Constituição de Timor-Leste) decidiu aprovar apoio financeiro, a fim de
ajudar a minimizar os efeitos nefastos provocados pelo desastre natural.
O Primeiro Ministro de Timor-Leste enviou, atempadamente, ao seu homólogo do
Haiti as suas mais profundas condolências e expressão de solidariedade para
com o povo e Estado da República do Haiti.
Enquanto isso:
Dili - Primeiro-Ministro Kay Rala Xanana Gusmão recebeu elogios da ONU por causa da sua liderança no IV Governo Constitucional, que contribuiu para o sucesso das reformas, nos sectores da segurança e da defesa em Timor-Leste.
“Paz e tranquilidade em Timor-Leste não caíram do céu, mas são pensamentos e as ideias de toda a gente, que tem o mesmo compromisso que leva avante o processo da reforma com sucesso”, afirmou a representante do Secretario Geral das Nações Unidas em Timor-Leste, Ameera Haq, recentemente no Palácio do Governo, depois de se encontrar com o Primeiro-Ministro Kay Rala Xanana Gusmão.
Então, eu como sempre, com o meu espírito crítico e língua afiada pergunto: Será que uma coisa tem algo a ver com a outra?!…
Afinal, quem tem que ajudar são os que ao longo dos anos contribuíram para toda essa desgraça, há muito presente, e que agora veio mais à tona por força da Natureza.
Neste caso não se sabe quem é que mais precisa; se o rôto ou o esfarrapado.
segunda-feira, janeiro 18, 2010
Injustiças
Porque é que quando as nossas mulheres ficam grávidas, todas as suas amigas vão esfregar a barriga dela e dizem "Parabéns!"; mas nenhuma nos esfrega o pau e diz: "Bom trabalho!"?
sexta-feira, janeiro 08, 2010
Encontros
Há alguns dias escrevi aqui uma crónica na qual referi um local da Suiça e o envolvimento indireto que tive com o mesmo. Num certo ponto, o seu conteúdo tem algo a ver com o que me inspirou a escrever hoje. Desconfio que não tenho muitos interessados na maioria dos assuntos que aqui escrevo; melhor, tenho a certeza disso, pois a tecnologia facilita-nos essa verificação na contagem dos visitantes do blog e nas matérias pròpriamente ditas, estas através dos tags. Há, portanto, temas sem o mínimo interesse. Mesmo assim, continúo escrevendo sobre qualquer coisa que a tal dê azo. Afinal, é uma maneira de botar para fóra coisas que normalmente faríam parte duma conversa real e que, à falta dessas oportunidades reais, colocam-se aqui na virtualidade. Ao menos me abro para o mundo. Já comentei algumas vezes que, entre as pessoas da minha faixa etária, contam-se pelos dedos as que dedicam algum do seu tempo a estas modernidades cibernéticas. Mas eu sou uma dessas excepções e chego até a ter uma certa paixão por este tipo de comunicação através da internet. Os jovens estão lá no Orkut, Facebook, msn, Twitter. Eu também! Naturalmente com interesses antagónicos, uma postura diferente; mas estou integrado. Jamais dei por perdido o tempo que a tudo isto tenho dedicado. Afinal, relaciono-me com mais de duas centenas de pessoas. Com umas mais com outras menos, numa amizade virtual. Excluindo-se os membros da família, existe nesse todo um pequeno grupo mais próximo e entrosado e que se estende a no máximo umas dez pessoas. Ainda nesta dezena se filtram algumas e o número cai para a metade quando consideramos os "super amigos". Com estes últimos a relação é tão interessante e activa, que até parece nos conhecermos realmente há muitos anos. Não posso deixar de confessar que neste último grupo existe a realidade de grandes perigos também. Porém, aí eu consigo contornar a situação retirando alguma peça do tabuleiro e substituindo-a por outra. Geralmente os meus contactos femininos nas redes sociais de relacionamento estão na minha faixa etária. Apresentam no seu perfil como de relacionamento aberto, viúvas ou separadas. Isso para mim tanto faz como tanto fez, pois os meus interesses jamais incidiram nesse campo. Porém, tem vezes que, a meio de uma conversa com vídeo, a pessoa diz ter que desligar... Nem no momento e nem mais tarde eu pergunto o que aconteceu, pois jamais responderei às futuras e constantes chamadas... Outras só teclam e jamais abrem a webcam, ou usam o microfone; lógico que estão na ártea de risco... Dois casos mais sérios já aconteceram. Numa vez recebi recado de marido de amiga ordenando que eu parasse de dar em cima da mulher dele e ameaçando-me. Na outra vez, um outro marido mandou que enfiasse o conteúdo de um e-mail no cú da minha mãe... Já imaginaram como são tortuosos alguns caminhos da internet!? Mas a vida é assim mesmo e quem anda na chuva é para se molhar. Nestas andanças da internet acontecem coisas desagradáveis, é certo. Mas também existem surpresas agradabilíssimas. Nunca aqui falei de Maria Alice, mas ela é especial e suprema! Temos amigos virtuais em comum e chega a haver uma interação em alguns casos. Um desses amigos em comum é o meu neto e só para mim ele é amigo real; os demais são virtuais. Tive conhecimento que Maria Alice passaria pelo aeroporto da minha cidade e ali permaneceria algum tempo aguardando embarque para Porto Alegre. Pensei, em segredo, conhecê-la pessoalmente e arquitetei um plano. Sabendo que é casada, imaginei o desconforto de me encontrar com ela num local por onde transitam milhares de pessoas de toda a região. Sempre passa alguém que nos conhece e não percebemos. Resolvi levar junto comigo o meu neto, mas ocultando dele, também, a surpresa. Quando os dois chegámos ao aeroporto e entrámos no saguão, disse-lhe: "vai olhando disfarçadamente e vê se reconheces alguém por aí". Não decorreram 5 minutos e demos de frente com Maria Alice que, de imediato, nos reconheceu. Foi uma grande satisfação para nós três. Tomámos uma bebida num bar, trocámos ideias e divertimo-nos bastante. Despedimo-nos depois e cada um seguiu o seu destino. A missão foi cumprida e os nossos futuros papos na internet serão mais realistas e entre amigos reais. E, alguém que tenha presenciado aquele encontro, decerto deduziu serem 3 amigos e nada mais que isso. A realidade! Porém, por mais corriqueiro que tenha parecido esse encontro a outrém, para nós sempre será uma bela recordação.
domingo, janeiro 03, 2010
Águas do Douro
Em Portugal:
O mar trouxe ontem um pé humano e cerca de quinhentos quilos de polvos mortos para o areal da costa de Vila Nova de Gaia. Enquanto as entidades ambientais apuram as causas da morte dos moluscos, que ao que tudo indica terá sido um fenómeno natural, a Polícia Judiciária analisa o ADN do pé encontrado dentro de uma bota.
Situação um tanto ou quanto macabra mas, em cima dessas situações podemos algumas vezes fazer um comentário jocoso. Principalmente quando se trata de situação tripeira sempre na mira de um olho alentejano e vice versa… Assim, arrisco o palpite que um forte cheiro de chulé é uma arma química em potencial…
sábado, janeiro 02, 2010
sexta-feira, janeiro 01, 2010
Catástrofes
“Vamos enterrar os mortos e cuidar dos vivos!” --- Mais ou menos (…) fôram essas as palavras de frase proferida pelo Marquês de Pombal após a detruição da baixa de Lisboa quando do terramoto e maremoto de 1755. Hoje, conhecedores da palavra “tsunami”, muitos a colocam em substituição a “maremoto”.
Hoje coloquei no Twitter a seguinte mensagem: “Temos que dedicar mais atenção e tempo às causas e combatê-las quando possível, ao invés de nos plantarmos chorando os efeitos e desgraças.”. É quase a mesma sentença do Marquês, mas num só aspecto, pois as causas de uma tragédia são bem diferentes das outras. Aquela foi natural e as actuais têm a mão do bicho homem a cutucar a Natureza.
Os interesses são distintos, mas a burrice é a mesma. Uns constroem resorts e hoteis nas encostas das montanhas beirando o mar, em princípio com a ideia de dar prazer aos futuros clientes, mas visando principalmente o lucro. Jamais se agarram a estudos ambientais e até chegam a ludibriar as leis em concluio com os que deveriam zelar pela sua aplicação.
Outros, sem casa, sem isto e aquilo (…) constroem os seus barracos nas várzeas dos rios, nas margens dos córregos e nas encostas dos morros, tudo sem qualquer estudo ou preocupação.
Nos lugares virgens é raríssimo acontecerem movimentações de terras, desmoronamentos e as enchentes nada mais são do que o espreguiçar dos rios além dos seus leitos.
Nos lugares onde o homem mexe, essas alterações passam a ser frequentes. Os rios são mais caudalosos porque há mais impermeabilização nas localidades e, assim, detonam tudo no seu caminho e ao redor dos seus leitos. As construções populares nunca têm análise técnica e os locais são sempre invadidos. As mais ricas até podem ter essas análises nas suas fundações, mas desprezam a circunvalação.
Está mais do que na hora das autoridades se debruçarem sobre estas questões, mas sempre com o espírito correto da isenção. É de extrema importância que cada prefeitura tenha um gabinete de engenharia geotécnica ou que recorra a serviços de profissionais dessa área. De nada adianta virem com decretações de estado de calamidade e outros que tal, pois até aqui visam os votos de eleição próxima e só.
Sentinelas
A rua onde moro tem só duas quadras e só uma delas com casas de habitação; a outra comporta as laterais de um depósito de botijões de gás, um sacolão e um lanchão. Na verdade, deveria chamar-se de travessa e não rua; é perpendicular a duas ruas movimentadas e a uma das maiores avenidas da cidade.
É um lugar muito tranquilo e a quase totalidade dos vizinhos é proprietário das suas casas, vivendo nelas há muitos anos. Mesmo assim, ainda não há um total entrosamento entre todos. Ou porque alguns são os filhos de antigos vizinhos e não seguiram a convivência deles, adaptando-se mais aos tempos modernos de cada um por si, ou porque são mais recentes no espaço e limitam a sua confiança a um universo restrito.
Na verdade, esta é o tipo de rua em que o entrosamento poderia ser total e em que medidas de segurança poderiam ser adoptadas com a interveniência de todos. Mas ainda não é.
Ontem, como em todas as vésperas de ano novo, a movimentação foi grande e mais porque muitos amigos de alguns vizinhos aqui se concentraram para tomar umas latinhas de cerveja e soltar fogos de artifício, muito antes da meia noite; durante toda a tarde até.
Lá pelas dez horas da noite, a rua estava sossegada. Todos estavam comendo e bebendo nas suas casas, num ante pasto da ceia da virada. Saí até ao portão de casa e notei que o grande portão eletrónico da residência da frente estava totalmente aberto. Dos três ou quatro carros que lá costumam estar, estava só um. Nenhuma luz acesa e nenhum sinal de vida.
Fiquei pensando, repensando e concluí que a situação não era normal. Tentei contactar o vizinho do lado daquela casa, mas ele não estava. Fiz uma vistoria geral e nada mais encontrei de anormal. Fiquei por ali mais algum tempo e aproveitei para tentar descontrair o meu cão que muito sofre com estes bombardeamentos dos fogos de artifício.
Daí a pouco o vizinho que eu procurara chegou. Regressava da missa com a sua mulher e parou preocupadíssimo defronte daquele portão escancarado. Trocámos ideias a respeito e soube, então, que os donos da casa viajaram e deixaram com ele o controle remoto do portão com o pedido de dar uma olhada no local.
Barra pesada! Assumir uma responsabilidade dessas e pensar que num pequeno espaço de tempo de ausência algo de errado acontecera. Claro que ninguém se pode sentir culpado por algo que tenha acontecido mas, até provar que focinho de porco não é tomada de luz, é difícil.
Chegámos à conclusão que as ondas sonoras dos rojões e bombas tiveram o mesmo efeito do control remoto que aciona a abertura e fechamento do portão.
Pouco antes da meia noite, o vizinho encarregado de vigiar saíu porque tinha marcada presença em casa de familiares noutro lugar da cidade. Veio até mim e pediu-me que eu ficasse com o controle remoto e, a partir daí, assumisse o seu lugar…
Assim foi a minha passagem de ano. Um olho no gato e outro no prato. Acabei até por ir dormir mais tarde e duas vezes acordei na madrugada para dar uma vista de olhos nos arredores. Hoje, às 11 horas da manhã, houve a rendição da guarda…
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