Aqui eu proponho-me a comentar qualquer assunto do dia a dia como, aliás, é natural. E tem alguns que não podem passar em branco... Vejamos, então, esta manchete que li no jornal português "Correio da Manhã" e cujo assunto também é abordado noutros meios de comunicação:
Jogadores vão pedir ao Governo para terem acesso aos montantes acumulados em fundo complementar aos 35 anos de idadeOs jogadores de futebol querem passar a receber uma pensão aos 35 anos de idade, devido ao desgaste rápido a que estão sujeitos e à cessação precoce da sua carreira.
Quem lê aquilo que aqui escrevo poderá até pensar que eu sou uma pessoa antiquada e exacerbadamente conservadora. Mas não! sou o contrário de tudo isso... Sou uma pessoa realista, não querendo ser mais real que o rei...
Lembro-me de quando era garôto e das vezes que o meu pai me surrou quando notava que as biqueiras das minhas botas estavam esfoladas, pois depreendia que eu tinha andado a jogar futebol. Poderia até ser e na maioria das vezes era, por ter subido n'alguma árvore ou muro para apanhar umas frutas ou qualquer outra coisa no quintal do vizinho. Porém, a ideia fixa dele era o jogo da bola, que detestava, e não tanto o problema das biqueiras...Talvez por isso eu não tenha vindo a ser um jogador e tenha começado a trabalhar aos dez anos, sem remuneração, durante as férias escolares e mais tarde, aos catorze, remunerado e oficialmente registado na Previdência. Estou relatando estes acontecimentos passados porque a ideia na época era a de que o indivíduo que se dedicava sòmente ao futebol era um malandro que não queria trabalhar. Até mesmo numa maioria de países os futebolistas tinham uma profissão e dedicavam-se ao desporto com uma segunda ocupação. Nem tinha aqueles salários e contratos fabulosos.
Trabalho há 48 anos e ainda não estou reformado. Espero aposentar-me aos 65 de idade, dentro de Lei. E como contribuí para a Previdência nos dois países, observando o tempo mínimo exigido em cada um deles, terei direito a duas aposentadorias. Adianto, porém, que nenhuma das duas será vultosa...Passei por serviços leves e pesados e alguns ambientes de trabalho insalubres. Jamais reclamei de alguma coisa.
Jamais aceitei o facto de um deputado, por exemplo, aposentar-se ao fim de 8 anos de trabalho.Revolto-me quando vejo indivíduos aposentados aos 40 anos de idade, alguns até do meu tempo.Revolta-me tudo isso e agora este caso especìficamente. Esses indivíduos que jogam futebol, na maioria dos casos ganham fortunas; jamais estudaram à noite por precisar de trabalhar de dia e a maioria nunca estudou. Alegam não ter mais condições físicas para continuarem jogando após os 35 anos. Verdade?!!! Então que se dediquem a outra profissão após essa idade no caso de não terem feito o pé de meia ou apliquem o seu capital no sector produtivo, enfim. Na minha juventude fui ginasta olímpico, com especial aplicação na "mesa alemã", fui corredor de 100 metros rasos, lançador de peso e dardo. Foram as minhas grandes paixões no desporto. Jamais deixei de trabalhar por causa disso...Na verdade penso que a prática de qualquer desporto jamais deveria ser profissionalizante. A mesma coisa digo, como outro exemplo, para aqueles que se reformam porque fôram digitadores por alguns anos e não podem mais exercer esse trabalho; procurem outro em que trabalhem com a mente.
Não só em Portugal. Aqui no Brasil e acredito que em outros países, essas coisas a que chamo de "barbaridades" são uma realidade, infelizmente. Isso tem que mudar.
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